domingo, 12 de dezembro de 2010

A distância e o momento...


Mais de um mês sem escrever ou postar nada.

Ás vezes, falta inspiração.
Ás vezes, falta tempo.
Ás vezes, falta estímulo.

Manter um blog atualizado é uma dificuldade. Poucos dos que sigo continuam atualizando. Geralmente, apenas aqueles que são de serviço. Os de opinião, matéria, textos pessoais e cotidiano geralmente vão parando.

Twitter e Facebook contribuem para isso. Nossa opiniões acabam reduzidas a frases e comentários, mas bastam. Já dá aquele sentido de 'o que precisávamos vomitar'.

Atualizar a vida é uma necessidade dos novos tempos.
Viver o momento é necessário.
Mesmo que, nem sempre, aproveitemos o momento...
Parar para refletir, rir, digerir, contribuir... Nem sempre é possível.
Receber a informação, lidar com a informação, repassar a informação. Esquecer a informação... E não se envolver com a informação. Deixar a informação. Distanciar a informação.

Eis aí a nossa vida.

Quando terei algo pra dizer no blog?
Quando o tempo permitir que eu me aproxime de alguma informação... Ao ponto de aproveitar desse tempo para associar o tema, construir opinião e gerar conteúdo.
Até lá, se esse tempo permitir, tento encontrar um ou outra informação não refletida, apenas para repassar.

Até lá... Se o fim de ano não permitir, um Natal de renatal e um 2011 mais calmo, mais empreendedor, mais construtivo e produtivo para todos que pararem um momento para ler isso aqui.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um dia assim...

Eu só queria um dia assim...
Sem matérias reais.
Sem tragédias sérias.
Com notícias amenas.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Antes de ser anti


Semana de eleição... E hoje sim, quero opinar.

Semana de eleição... E as coisas, segundo as tais pesquisas de opinião, estão mudando.
É claro que dá pra duvidar das pesquisas.
É claro que pode haver manipulação.
Mas se for manipulação, ela pode dar certo e acabam virando a realidade.

Não acho difícil a Dilma estar caindo.
Também não deixo de duvidar que ela tivesse com uma vantagem tão grande.
Na verdade, o meu questionamento maior não passa pelo mérito das pesquisas. Elas ilustram o que pode estar acontecendo ou o que vai acabar acontecendo.
Venho refletir aqui, mais uma vez, o que me incomodou durante a campanha.

Como já disse, não sou contra opiniões e decisões de voto.
Quem acredita na política do Governo atual e acredita que a Dilma tenha condição, marionete ou não, que vote nela.
Quem acredita na política do Serra, nas condições individuais e que ele pode trazer segurança ou ser diferente, posicionado pelo partido ou não, vote nele.
Quem acredita que a Marina tem condição, que a visão que ela apresenta é real e é mais acertada, tendo chance de evoluir politicamente ou não, vote nela.
Assim por diante...

O que mais me incomodou nessa eleição foi a postura "anti".
Mais propriamente a postura enfurecida anti-Dilma e anti-Lula. E, mais uma vez, me justificando... Não que eu ache que as pessoas tenham que ser a favor ou não tenham direito de ser anti. Pelo contrário. É uma democracia... Se incomoda, tem mesmo que dizer. E é bom que se diga.

Mas vejo que o anti tem impulsionado algumas pessoas para um sentido de "revolução". De temos que derrubar esse governo de qualquer jeito... Custe o que custar. E acabam decidindo por impulso.
Como pessoas podem usar de consciência para levantar críticas e, no final, votar por impulso?

Sendo mais claro...
Vejo muitas pessoas votando no Serra para tirar a Dilma... E só.
Sem justificativa maior do que o "temos que tirar essa mulher de lá".

Aí, venho perguntar...
E colocar o Serra é uma solução?
Há quem ache que ele tenha mais condição de governar que a Dilma...
Mas será que a coisa pára por aí?
E a crítica, pára por aí?

O que mais se critica no governo Lula?
Um governo eleitoreiro. Que vende que tudo está bem, quando não está...
Um governo que vende Bolsa Família como programa de desenvolvimento.
Um governo que vende PAC como programa de criação de emprego.
Um governo corrupto.
E assim por diante...

Peguemos essas discussões por base.
Vi parte do debate da Record.
E no pouco que vi, o Serra criticava o governo Lula.
Criticava o Bolsa Família... Dizendo que o Bolsa Família era a junção de diversas bolsas que ele ajudou a criar no Governo FHC. Que Lula não fez nada, a não ser montar o pacote.
Aí, eu pergunto... Isso é solução para as críticas apresentadas? E isso também não é eleitoreiro?

O PSDB tem apoio do DEM. No Distrito Federal, José Roberto Arruda, que foi do DEM, foi afastado do Governo por corrupção (junto com vários outros políticos, também do DEM). José Roberto Arruda foi um dos nomes levantados para vice na chapa de Serra. Embora o Serra lembre que isso foi muito antes das eleições, não estaria tudo junto misturado? Não seria a mesma corrupção que permeia o Governo do PT?

(OBS: Infelizmente, não acredito muito hoje em política sem desonestidade. Acho que a corrupção já faz parte da política. Existem diversos tipos de desonestidade. A corrupção escandalosa, que é desenfreada e, quando descoberta, é apontada na TV, e a do pequeno acordo, do conchavo. Essa, meus amigos, é a própria política. Sem ela, o político de hoje não consegue nada. Podres poderes...)

Enfim.
Coloco aqui os fatos. Os questionamentos que tenho, baseados nas informações que recebo. Não sei se tudo é verdade ou factóide.
Mas o que vale dizer, como opinião pessoal é...
Vale a pena votar por impulso?
Vale a pena votar no Serra pensando apenas em tirar a Dilma do poder?
Sei que muitos já estão convictos que sim e têm outros argumentos para rebater. Se a certeza existe, sigam em frente.

Mas, baseado no que ouço por aí, sei que muitos estão sim votando pela falta de opção. E eu volto a dizer... Prefiro optar pela minha consciência.
Sei que jamais estarei totalmente certo do que apoiar, porque nunca vou encontrar um pensamento que bata totalmente com o meu. Sei que hoje em dia é muito difícil acreditar em qualquer coisa. Mas ainda sim, prefiro refletir antes de andar.
Prefiro votar para eleger do que votar apenas para tirar.
Prefiro votar por uma opção do que votar por condição.

Se eu votar na Dilma, será porque acredito que o Governo foi bom e continuará sendo.
Se eu votar no Serra, será porque acredito que ele pode fazer melhor.
Se eu votar na Marina, será porque acredito que ela pode sim ter decisão e influência pra mudar.
Se eu votar no Plínio, será porque acredito na experiência política e de vida do cara.
Se eu votar no Eymael, será porque acredito no jingle dele.
Se eu votar no Levy Fidélix, me internem, por favor.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Lip Dub

Muito se fala dos Flashmobs...
No entanto, embora também sejam febre, os Lip Dubs são menos comentados.

O nome já diz... "Dublagem labial".
Enquanto o Flashmob é um acontecimento, o Lipdub é uma diversão.
É quando se junta um grupo de amigos, de colegas de trabalho, uma turma ou uma empresa, e realiza-se uma produção que, mesmo mambembe, ficará para a história...
Ao menos, para a história daquelas pessoas.

O primeiro que vi e o precursor da onda foi esse (não o mais antigo, mas o que gerou buxixo):

Lip Dub - Flagpole Sitta by Harvey Danger from amandalynferri on Vimeo.



Um dia, final de expediente no escritório de criativos da Connected Ventures... Falta do que fazer e os geeks inventaram isso. Postaram no site da empresa, o Vímeo, e o resto é realmente história. (Fiquei vidrado na ideia, na música e na dona do vídeo).

Depois da ideia concebida, a coisa cresceu.
O segundo que eu vi (e não encontrei para colocar aqui) já inovava, saindo do mesmo ambiente. Mostrava todos os escritórios da empresa de dois prédios, andando por ela.
Surgiram outros, mais ensaiados e produzidos.
Tem empresa que faz o vídeo para se promover (e coloca pessoas com um visual corporativo, distante da proposta, para cantar e dançar):

LipDub - Sofrecom from Trinh on Vimeo.



E outras, descobriram novas formas de divulgação(novamente usando os engravatados que surpreendem):

France Loisirs LipDub from etincelle on Vimeo.



Por fim, podemos citar o alcance e a evolução entre os jovens... Nos vídeos de universidades. A criatividade rola solta. E os ensaios tomam grandes proporções.





Então, é isso... Se precisar de uma ideia, siga o Lip Dub.
Se quiser ver mais, só procurar nos vimeos e youtubes.

No mais, termino com aquele que nem é tão inovador, mas, para mim, é hours concours. Simples, rápido, mas com interpretação sensacional e a melhor música.
Do escritório da Connected Ventures.

Lip Dub: Lauryn Hill's Ex-Factor from Jeff Rubin on Vimeo.

domingo, 5 de setembro de 2010

Essa festa é nossa!

No fim de 2008, a Rede Globo fez uma promoção pedindo vídeos caseiros com o jingle de Natal deles para mostrar que o Brasil está na tela da Globo, fazer um vídeo emocional.
Marketing à parte, ninguém que enviava os vídeos sabia no que ia dar...

Fui incentivado por alguns amigos mais próximos a fazer. Todos viam minhas pequenas criações caseiras e diziam que seria uma oportunidade de mostrar alguma coisa. Acabei comprando a ideia...

Mas o que poderia gerar um vídeo de fim de ano?
De cara pensei nos amigos de EJC. Além de serem muitos, geralmente compram as brigas...
E como estava imaginando algo "bigode" (quem conhece o EJC, sabe o que significa), só mesmo o pessoal de lá iria aceitar participar.

Mandei e-mail para algumas pessoas. Poucas respostas surgiram, algumas lamentando não poder participar. Mas com o tempo, outras pessoas ficavam sabendo do vídeo e se interessavam pela ideia... Comecei a chamar dezenas de amigos do grupo.

No dia marcado, não tínhamos certeza se poderíamos usar o espaço da Divina Providência. ( digo no plural, porque alguns amigos - principalmente o Bê Lobo e o Pedrão Fragoso - ajudavam com ideias e incentivo)
No dia marcado, choveu bastante.
Algumas pessoas desistiram e não apareceram.
No dia marcado, eu não fazia ideia do que iria gravar.
Fomos assim mesmo, afinal, tínhamos marcado...

Cheguei na Divina e umas quatro pessoas esperavam.
O número cresceu um pouco com o tempo. E embora soubesse que o imaginado é sempre mais, a minha viagem pessoal se deparava com a realidade.

A gravação foi um pouco caótica.
As pessoas esperavam que eu realmente tivesse uma ideia certa e dirigisse a confusão.
Mas eu não sou diretor... Embora tenha facilidade para ter ideias e expressá-las no papel, além de produzir e divulgar, não sei muito conduzir uma cena, um espetáculo. E, naquele momento, a coisa era pior... Porque a minha ideia era contar com o improviso, contar com o grupo.

Eu havia concebido a ideia.
Eu havia produzido a ideia.
Mas precisava de mais... Nesse momento, a participação dos dois amigos citados acima foi fundamental para me amparar. Pedro com o lado técnico da filmagem, Bernardo para conduzir e dirigr as pessoas.

Fabiana Monte, especialista na arte de bigodar, deu suas ideias... Aninha Bochecha, Adriane Cruz, Margô e Sônia quebravam o gelo com as tiradas de sempre e animavam o clima daquela gravação sem sentido. Crof improvisou, Barifouse acompanhou, Ana Paula e Marina começaram a se divertir. Tia Vera, Marcelinha e Tati Almeida riam (e deviam se perguntar o que estavam fazendo ali). Marco Amarante e Mah saíam, fumavam, conversavam, voltavam e gargalhavam. Daniboy chegou atrasado, ficou meio envergonhado, mas entrou na confusão. Assim como a Mari Guimarães, que foi só acompanhar o namorado, mas foi arrastada pro palco. E o pequeno Bernardo "Bochecha", no fim, roubou a cena de todos.

Eu imaginava um vídeo com 30, 40 pessoas aparecendo na tela... Fomos cerca de 20, dentro e fora de cena.
Eu imaginava fazer um vídeo que chegasse lá e chamasse atenção... Mas acho que a Globo esperava algo mais simples, em casa, com meia dúzia de parentes. E não editado.

No fim, foi uma confusão... Mas foi divertido.
E quando vi as imagens hoje, depois de quase dois anos e bem afastado do EJC, vejo mais uma vez o quanto é forte a ligação das pessoas ali. Uma ideia um tanto sem sentido, um risco, um dia que poderia se imaginar perdido. Mas outras 19 pessoas compraram a briga e foram em frente.
Agradeci e agradeço novamente a cada uma delas por esse momento!

Deixo aí as duas versões que fiz.
A versão com a música original, que não foi enviada porque a emissora queria uma versão com as pessoas cantando. E a segunda versão, também editada, porque não conseguimos fazer uma versão cantada com imagem que tivesse o tempo que eles queriam.
Esta última versão termina com aquilo que resumiu o nosso dia...



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A rapidez do mundo...

Ôxi...
Que o mundo tá tão corrido que só de pensar me dá uma leseira, uma mo-lê-za...
Ter que atualizar isso aqui sempre dá uma pre-guí-ça!
Olhe... Bora lá pro passado, meu rei, pra ver se a gente encontra uma luz?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Blog e a curiosidade sobre a vida alheia

Sempre que escreve em seu blog, uma amiga minha pede no Facebook para que os seguidores leiam e comentem.
Eu não tenho o hábito de pedir comentários, mas também divulgo o meu blog por lá...
E, no fundo, fico na expectativa para que os textos gerem algum tipo de repercussão.

Poucos são os que usam a ferramenta apenas como diário...
Todo mundo que tem blog, divulga, porque quer ser lido.
Não é para isso que serve? Para colocar e dividir pensamentos?
Blog não é diário... Diário é pessoal. Não pede para ser publicado.
Quem quer fazer diário, escreve pra si. Escreve no Word... Escreve no papel.
Quem diz que usa blog para si é porque, no fundo, quer que alguém um dia leia (muitas vezes, alguém bem específico) ou porque gosta de correr riscos...
Afinal, por mais que não seja divulgado, está exposto.

Mas, se pensarmos bem, é loucura a criação de um blog.
A concepção de um canal apenas com pensamentos seus... Ou um canal de assunto de interesse seu em que você resolve ser o jornalista e divulgar ou criticar... Ou um canal de exposição sobre sua obra ou seu cotidiano... Ou tudo isso em um só canal.
Um canal que, no fundo, traz o ego do criador. Um é criado para massagear o outro.

Calma, calma...
Não quero desmerecer nenhum blog conhecido ou desconhecido.
Nem a intenção das pessoas por trás deles...
Alguns estão desabafando, usando o canal como divã. Outros querem escrever porque são escritores em potencial ou jornalistas formados e querem desenvolver o talento, talvez por falta de oportunidade (de atuar na área ou de escrever sobre o que gosta). Outros estão desenvolvendo um canal sobre aquilo com que querem trabalhar.
E a maioria ficaria feliz se o blog virasse um negócio, se rendesse dinheiro.

Não desmereço a intenção de ninguém.
Acho interessante ler e me inteirar da vida das pessoas pelos blogs.
Ou ler poesia, textos emotivos, contos, me informar com a crítica de um amigo, ver o que as pessoas têm aprontado... E, de alguma forma, me sentir mais próximo das pessoas que escrevem.

Mas aí chegamos em outro ponto: a velha curiosidade sobre a vida alheia.
Vivemos uma época de exposição e observação. Todos querem vasculhar... E por mais que queiramos nossa privacidade, sabemos que, para chegar a algum lugar, mesmo que apenas à evolução pessoal, precisamos expor... Colocar pra fora vida, trabalho, inspiração ou opinião.
Nem que seja um pouco...

Claro, existem os que não têm blog... Que dizem que não têm nada para expor. Ou aqueles que afirmam não ter a necessidade de se expor... Que não deixam se levar por essa mania moderna de espetacularizar o indivíduo. Essa vontade doida de querer aparecer... E geralmente falam isso com um orgulho narcísico, um ar de superioridade, querendo mostrar que são melhores, mas, por isso mesmo, mostrando que não são.
E esses, no fundo, não têm blog por preguiça mesmo.

O que podemos concluir?
O blog é nocivo pois instiga a necessidade agressiva de escancarar a vida das pessoas? Pois estimula o voyeurismo sem medida e a cultura do espetáculo, além de colaborar para a dependência virtual?
O blog é benéfico porque democratiza a escrita, publicando opinião e textos sem depender de editor ou meio de comunicação? Porque expõe e desenvolve talentos, além entreter?

Nem totalmente 8, nem simplesmente 80.
A ferramenta não é essencialmente ruim ou boa.
Depende apenas do uso que cada um faz dela.

E cabe dizer: escrevi esse post porque não tinha o que escrever.
Foi feito apenas para movimentar o blog.
Agora, vou divulgá-lo no Facebook.
Porque, mesmo que não vire um negócio, eu quero que seja lido.
Vou e volto daqui a uns dias para expor um pouco mais.
Até lá, estarei seguindo os blogs amigos.
Quem quiser, me encontra por lá...

OBS: Vale dizer... O Na Veia, embora seja blogspot, é de um programa de rádio independente. Vai um pouco além do blog.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Era um vez...

... um autor de novelas chamado Sílvio de Abreu.
O cara escrevia cenas engraçadas, histórias que prendiam o público.
Guerra dos Sexos, Cambalacho, Sassaricando, Rainha da Sucata, A próxima vítima etc.

A internet afastou o público de novelas. Hoje, só vê quem realmente gosta. Isso é certo...
Sinal dos tempos?

Sim, eu assumo. Eu vi algumas novelas... O folhetim faz parte da vida do brasileiro. E quem nunca tiver assistido, nunca tiver gostado de uma história, que atire a primeira pedra.
Mas há alguns anos eu deixei de acompanhar novelas. Não tenho tempo... E mesmo que tivesse, provavelmente não veria. (Talvez Tititi, que é mais nostálgica e me parece mais bem escrita... Mesmo assim, longe de "acompanhar" a novela).

O fato é que basta assistir uma cena ou outra das novelas de hoje para ver que a coisa está diferente.

Navegando pelo Youtube, alguns links para vídeos da Marisa Orth foram oferecidos. Entrei em um e encontrei as cenas a seguir. Foi este vídeo que me fez refletir sobre tudo isso...

Uma série de cenas simples, leves e que movimentam a trama. Divertem, aliviam a tensão da história principal... Mostram que Antônio Fagundes era aproveitado mesmo em papel secundário (hoje o cara pena com uns protagonistas fracos), a estreia sensacional de Marisa Orth, Claudia Raia em um dos primeiros destaques depois da Tancinha e o geração 80 André Filippe, hoje André Mauro.

Vale a pena ver de novo:


Para quem quiser mais, procure pela Nicinha. Têm cenas hilárias com o Flávio Migliaccio (Como é duro ter uma filha biscate!) e dela cantando...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

De novo, a política...


Não, não quero mais polemizar. Embora pareça...
Nem quero fazer propaganda de partido ou candidato.
A campanha no rádio e na TV está começando hoje, mas já estou acompanhando essas eleições há tanto tempo que já estou cansado.

Só venho colocar uma dúvida...
Será que os opositores de Dilma Rousseff acham mesmo que vão conseguir convencer os indecisos e os seguidores da candidata do PT com e-mails e mensagens difamatórias?

Não sou eleitor de Dilma e não digo isso em defesa direta dela... Digo isso como cidadão contemporâneo. Como brasileiro e incluído virtual. Diariamente recebo e-mails e notícias em redes sociais apontando o dedo e fazendo terror. São relatórios de vida pregressa da guerrilheira política ou pedidos encarecidos, apontando o fim do mundo caso ela seja eleita.

Não sei quanto ao resto do Brasil, mas estou bem cansado disso.
Seja para Dilma, seja para Serra, seja para Marina ou mesmo para Plínio (sim, depois do primeiro debate, ele entrou verdadeiramente na corrida).

Esse tipo de marketing é fraco e não funciona mais.
O mínimo que se pensa é: não tem argumento e partiu pro ataque.

Não vou entrar no mérito da qualidade dos candidatos ou possíveis futuros presidentes. A vivência de Dilma como braço direito do atual presidente. A maior experiência política de Serra e Marina. A experiência de vida de Plínio (ehehe). Todos são anjos e demônios. Cada qual com seu plano de governo, usando de discursos distintos - uns batidos, outros rebatidos... Nós já vimos este filme. Assim como já deveríamos estar cansados de saber que sempre haverá buracos e o que atacar em cada um... Nenhum deles saiu do forno perfeito, pronto para governar o Brasil.

Nestas eleições, estou mais tranquilo...
Cada partido fez a sua escolha e, dentro delas, também estou fazendo a minha.
E quem quiser que faça a sua.
Espero que de forma refletida, consciente, acompanhando a campanha, por mais triste que se torne. Mas não estou mais interessado em fazer a cabeça de ninguém.

Não estou propondo que os outros façam o mesmo...
Escolheu a Dilma, divulgue o programa dela.
Preferiu o Serra, mostre as propostas dele.
Gostou mais da Marina, repasse o conceito da campanha.
Achou o Plínio o melhor, ria das piadas e descubra o que está além...
E os outros candidatos? Nós conhecemos?... Ou realmente não têm vez?
Nenhum presta e não merece voto? Se a escolha é consciente, anule.
Só não quero mais ver alarde e histórias de lobo mau.

Já passou da hora do processo político e dos eleitores amadurecerem no Brasil.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Doe Palavras II


Baseado no projeto acima, trago mais doações de palavras!
Obrigado a todos que mandaram!


"Escreveu Gonzaguinha, "Felicidade, eu quero andar na vida namorando você". Sua filha Amora, porém, certa vez declamou Pedro Rocha: "o melhor do namoro é quando ele acaba" e, seguidamente cantou o pai, "meu amor, eu quero é namorar, a vida é linda!". Não acho que estejam errados ou tão pouco contraditórios.

A felicidade é muito mais um estado (de espírito ou não) do que uma característica permanente. A maior parte da humanidade está ou esteve feliz e não o é.

Portanto, nosso namoro com estimado sentimento é uma sucessão de idas e vindas, e, em seu término, encontramos o ápice consistido em reconhecer que havíamos sido, de fato, felizes. Diante disso, o que mais queremos é namorar novamente, para que estejamos felizes de novo, e que em eu término enfim fiquemos com o seu melhor: a lembrança e a preparação para que estejamos novamente."
(Ensaiando o Ensaio da Felicidade - Laura I. Salerno)

"A sorrir eu pretendo levar a vida
Pois chorando eu vi a mocidade perdida
Finda a tempestade o sol nascerá
Finda essa saudade, hei de ter outro alguém para amar"
(O Sol Nascerá - Cartola)

Doações de L.I.S.



"As palavras afetam a atitude, e a atitude afeta o desempenho. Portanto, certifique-se de que suas palavras são positivas, porque o que entra influencia a perspectiva, a perspectiva influencia o que sai e o que sai determina o resultado."

(Autor não mencionado)
Doação de Tatiana Almeida



"Quando ouvi o sábio astrônomo;
Quando demonstrações e números, em colunas, me foram apresentados;
Quando me mostraram gráficos e diagramas para que os somasse, dividisse e medisse.
Quando, eu sentado, ouvi o astrônomo, na sala de palestras onde falava com muito apaluso,
Tão cedo, inexplicavelmente, fiquei enjoado e cansado
Até me levantar e sair dali.
Eu vaguei sozinho,
No ar místico e úmido da noite e, de vez em quando,
Olhava para cima em completo silêncio,
para as estrelas.

(Quando ouvi o sábio astrônomo - Walt Whitman)
Doação de Eduardo Naddar



"No fim tudo dá certo. Se não deu certo ainda é porque ainda não chegou o
fim."

"Saudade é o amor que fica."

(Domínio público)
Doação de Marcelo Muniz


"Metade de mim
Agora é assim
de um lado a poesia, o verbo, a saudade
do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim

E o fim é belo, incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar."

(O anjo mais velho - Fernando Anitelli)
Doação de Renata Maior



" Não há melhor lugar para se morar do que na alegria!"
(Retirada da peça “O que eu gostaria de dizer”, da Companhia Brasileira de Teatro e baseada na obra de Gonçalo M. Tavares)
Doação de Anna Cecilia Fontoura



"Heard a man on the radio today,
Must confess I disagreed with what he had to say.
How can he not believe that God is real,
I don't understand how he could feel that way. When
There's earth air water and fire.
So many different flowers, sunshine and rainshower,
So many differnt crystals and hills and volcanos.
That's how I know that God is real
(all of this is not by chance)

In Saint Lucia, I jumped in the water.
For the first time I understood its power.
As I swam, I was cleansed.
If I had any doubts, this experience cleared them.
Now I know for sure that God is real.
I know that it's the truth by the way it feels
Cause I saw starfish and sponges,
Fish and black trumpets,
So many different colors I stayed
Out there for hours and I only saw a fraction of a fraction,
Of the deep of the deep,
Of the great blue wide.
It Brought a tear to my eye.

We're made of the same stuff as the moon and stars.
The ocean's salt water just like my tears are.
You feel me the sun rises and sets everyday without fail

That's how I know that God is real
(all of this is not by chance),

Earth, air, water, and fire
That's how i know that God is real"

(God is real - India.Arie)

"Uma pirueta
Duas piruetas
Bravo, bravo
Superpiruetas
Ultrapiruetas
Bravo, bravo
Salta sobre
A arquibancada
E tomba de nariz
Que a moçada
Vai pedir bis

Quatro cambalhotas
Cinco cambalhotas
Bravo, bravo
Arquicambalhotas
Hipercambalhotas
Bravo, bravo
Rompe a lona
Beija as nuvens
Tomba de nariz
Que os jovens
Vão pedir bis

No intervalo
Tem cheirim de macarrão
E a barriga ronca
Mais do que um trovão
Quero um prato
Cê tá louco
Quero um pouco
Cê tá chato
Só um pedaço
Cê tá gordo
Eu te mordo
Seu palhaço
Olha o público
Cansado de esperar
O espetáculo não
Pode parar

Vinte piruetas
Trinta piruetas
Bravo, bravo
Polipiruetas
Maxipiruetas
Bravo, bravo
Sobe ao céu
Fura a calota
E tomba de bumbum
Que a patota
Grita mais um
Que a patota
Grita mais um

Dez mil cambalhotas
Cem mil cambalhotas
Bravo, bravo
Maxicambalhotas
Extracambalhotas
Bravo, bravo
Salta além
Da extratosfera
E cai onde cair
Que a galera
Morre de rir
Que a galera
Morre de rir

Ai, minhas costelas
Já tô vendo estrelas
Bravo, bravo
Ai, minha cachola
Não tô bom da bola
Bravo, bravo
Lona... nuvens
Tomba no hospital
Uma pirueta
Uma cabriola
Uma cambalhota
Não tô bom da bola
E o pessoal
Delira...
Maxipirulito...
Ultravioleta...
Bravo, bravo"

(Piruetas - Chico Buarque)

Doações de Simone Vieira

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Doe Palavras I

Tudo começou com um e-mail.
Ele divulgava o site Doe Palavras.
Um site onde você pode doar palavras para pessoas doentes em um hospital.
Palavras de incentivo, de amor, de melhoras: www.doepalavras.com.br


Resolvi fazer o pedido a alguns amigos.
Pedi palavras... Para mim.
Palavras que fossem deles ou de outras pessoas.
Aquelas frases/letras de música/ poemas/textos que marcam a gente de alguma forma.
Algo que marcasse a vida deles, mas que pudesse postar aqui.

Trago aqui algumas dessas palavras.
Peço aos poucos leitores e amigos que ainda não mandaram, que deixem ou me mandem por e-mail a sua doação!

"I Cant control
My destiny
I Trust My Soul
My only goal
is just to be

There' only Now
There's Only Here
Give in To Love
Or live in Fear
No Other Path
No Other Way
No Day But Today"

(Another Day - Jonathan D. Larson)
Doação de Daniela Braga



"É simples a beleza da vida
É a luz que surge atrás do mar
Acompanhada de um canto de um pássaro batendo asas
Onde céu e montanha abençoam o dia

É fácil sentir a beleza de saber amar
É deixar que uma música leve ao passado
O barulho da chuva, crianças correndo
Deus sorri. Feliz.

Feliz é a dança
Dançar é deixar.
Gestos e sons realizam um sonho

É a leveza dos movimentos
Belas curvas, cabelos tapeando o ar
Mulheres vibrantes
Uma emoção batendo

Flores apaixonadas respiram o futuro
É a beleza que mais uma vez raiou
Desta vez, num sorriso de um amor
A palavra se mostra pura

A beleza está em qualquer canto
Em qualquer olhar, em qualquer amor
É, também, um sentimento íntimo

A beleza é o que te encanta"

(A beleza - Alexandre Crof)
Doação de Alexandre Crof



"Vou te mostrar que é de chocolate
De chocolate o amor é feito
De chocolate
Choc Choc Chocolate
Bate o meu coração"

(É de chocolate - Michael Sullivan / Paulo Massadas)
Doação 'espontânea' de Flávia Nobre





"Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá

Parece meio estranho, hein?

Também um bico de pato
E um jeitão de sabiá
Mas se é amigo
Não precisa mudar
E é tão lindo
Deixa assim como está"

(É tão Lindo - Composição: Al Kasha/Joel Hirschhorn/Edgard Poças)

Doação de Tatiana Almeida (seguindo a onda da Flavinha)



"Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa"

(A Idade de Ser Feliz - autoria desconhecida)
Doação de Helena Lins




"Família: um grupo de pessoas chatíssimas, que não têm a menor ideia sobre como viver, nem a menor intuição sobre quando morrer"

(Oscar Wilde)
Doação de Clarissa Thomé

"Sogra não deve morar nem tão perto que chegue de chinelos, nem tão longe que chegue de mala"

(Autoria desconhecida - ouvida de uma amiga)
Doação de Clarissa Thomé



"Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente."

"O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo."

"A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente."

"E ainda: Viva sua vida como se hoje fosse o último dia!"

(Frases de domínio público)
Doação de Flávia Oliveira
(selecionei algumas...)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Como nos velhos tempos

Todos os dias eu sou obrigado, em função do trabalho, a acompanhar diversos jornais na televisão. É inevitável sentir que as coisas estão piorando.

Caso Bruno: um jogador de futebol rico e bem-sucedido, capitão de um dos maiores times do Brasil, é acusado de mandar matar uma mulher. A morte é brutal. Os jornais a chamam de ex-namorada, mas ele afirma que só esteve com ela por vinte minutos. Ela aparece como uma oportunista, uma caçadora de pensão. Os dois tiveram um filho... Uma criança que crescerá sabendo que o pai não a quis, a mãe - que morreu indiretamente pelas mãos do pai - engravidou em uma orgia. A avó não cuidou da mãe quando deveria, mas agora cuida dela, o neto. A dúvida ficará: Por amor ou busca de pensão? E o avô não poderá chegar perto, pois é acusado de Pedofilia. Ah, claro... E pra melhorar a árvore genealógica, ainda existe um tio que está preso por estupro.

Caso Wesley: Um menino de 11 anos é ponto de resistência na comunidade em que vive e vai à escola. Em sala de aula, recebe uma bala perdida e morre. Os pais e moradores acusam a Polícia. A Polícia afirma que não houve operação na região e culpa os bandidos. No jogo de empurra, mais uma criança é enterrada. E nem vapor do tráfico ele chegou a ser...

Caso Mércia Nakashima: Uma jovem advogada desaparece. Dias depois o corpo é encontrado em uma represa. A família culpa o ex-namorado da vítima, um sujeito agressivo. O acusado se defende e diz que nada fez. Mesmo que seja o único suspeito... E o mais triste da história é que, para chegar a alguma conclusão, os maiores detetives do caso foram os membros da família.

Nos últimos dias, vimos a morte do filho da atriz Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas. Uma morte trágica e lamentável, sem dúvida. Alguns questionam o fato dos jovens estarem andando de skate em um túnel interditado... Mas o fato é que carros certamente não deveriam circular por lá. E circularam. Alguns dizem que em alta velocidade. A investigação poderá dizer melhor... Mas falando em investigação, onde estava o poder de Polícia na hora de fiscalizar o túnel? Ah, não era dever da Polícia em si. Mas por que policiais que pararam um carro na saída de um túnel interditado – por mais que estivesse “escuro” e que não desse para ver o carro em péssimas condições – deixaram os infratores seguir? E a Prefeitura? Por que interditou a via de acesso ao túnel e não interditou o retorno que dava acesso a ele? Por que não fiscalizou o local, seja para carros, seja para skatistas?

Isso para falar um pouco dos casos que estão em mais destaque nos últimos tempos. Somamos aí centenas de casos não resolvidos, esquecidos, arquivados, julgados, absolvidos ou condenados.

O que podemos concluir?

Entrei no blog para falar de como precisamos de paz. De como a vida anda pouco valorizada. E lembrei de uma música que me faz querer tempos mais calmos... Um saudosismo de uma época que não vivi. E que nem deveria ser melhor em tudo, mas um tempo que deveria ser de mais amor, como a música coloca.

Um dos autores da música é o Chico Anysio. Resolvi entrar no blog dele, para ver os textos, e me deparei com um questionamento sobre a morte de Rafael que fez o meu questionamento ir além.

Vivemos um tempo triste. Pessoas não sabem para o que viver.
Chico Anysio questiona Deus.
Eu questiono o Homem.

Não julgo crenças ou a falta delas. Não julgo questionamentos, pois são necessários. Acho que todos têm direito de acreditar, criticar e questionar o que bem entender. Nem me julgo mais por ter essa posição.

Mas, como comentei por lá...
Acho que o Homem ganharia mais se parasse de olhar para o céu pra criticar, questionar, lamentar ou pedir. Acho que o Homem ganharia mais se parasse de olhar também para o próprio umbigo. Se o Homem olhasse para o lado, tudo estaria melhor.

Palavras tornam as coisas simples e piegas, né? Falar é fácil..
Também acho. Eu esbravejo sempre que algo um pouco pior acontece comigo.
Mas é aos poucos que a gente aprende.
E uma coisa eu posso dizer... Procuro não fazer nada que atinja, mesmo que de leve, outra pessoa. Para mim, é o pior sentimento, saber que outra pessoa está pior por minha causa. Sem demagogia. E ter consciência social, saber que existem pessoas iguais em todos os lugares, faz a gente ser um pouco mais humano e menos bárbaro.

Assim, olhando para o lado, pessoas parariam de se vender a qualquer preço. (e veriam o quanto isso é ridículo)
Pessoas parariam de comprar as outras a qualquer preço.
Pessoas não seriam descartadas como lixo.
Pessoas respeitariam mais as regras sociais, por saber que além delas existem outras. E que as regras mais básicas, as mais racionais, estão aí para conviver, não para limitar.
Pessoas fariam o trabalho para que foram designadas. Veriam a importância do trabalho para os outros.
E, ao fim, não haveria o fim de doenças, distúrbios, desvios, violência, porque isto também é humano, mas haveria bem menos tragédias para ver e ler nos jornais.

Deixo aqui a música do Chico (o Anysio, não o Buarque) que me inspirou.
Se puderem, ouçam no vídeo que encontrei no Youtube, que dá mais clima.
Sei que a música em si - além do paz e amor – não fala diretamente disso tudo.
Mas mostra um Rio mais poético, menos violento. E isso - por si só - já emociona.
Já faz a gente querer mais... Mais paz.

Rio Antigo (Como Nos Velhos Tempos)
Alcione
Composição: (Nonato Buzar - Chico Anysio)

Quero um bate-papo na esquina
Eu quero o Rio antigo
Com crianças na calçada
Brincando sem perigo
Sem metrô e sem frescão
O ontem no amanhã

Eu que pego o bonde 12 de Ipanema
Pra ver o Oscarito e o Grande Otelo no cinema
Domingo no Rian
Me deixa eu querer mais, mais paz

Quero um pregão de garrafeiro
Zizinho no gramado
Eu quero um samba sincopado
Taioba, bagageiro
E o desafinado que o Jobim sacou

Quero um programa de calouros
Com Ary Barroso
O Lamartine me ensinando
Um lá, lá, lá, lá, lá, gostoso
Quero o Café Nice
De onde o samba vem

Quero a Cinelândia estreando "E o Vento Levou"
Um velho samba do Ataulfo
Que ninguém jamais gravou
PRK 30 que valia 100
Como nos velhos tempos

Quero um carnaval com serpentinas
Eu quero a Copa Roca de Brasil e Argentina
Os Anjos do Inferno, 4 Ases e Um Coringa
Eu quero, eu quero porque é bom

É que pego no meu rádio uma novela
Depois eu vou à Lapa, faço um lanche no Capela
Mais tarde eu e ela, pros lados do Hotel Leblon

Quero um som de fossa da Dolores
Uma valsa do Orestes, zum-zum-zum dos Cafajestes
Um bife lá no Lamas
Cidade sem Aterro, como Deus criou

Quero o chá dançante lá no clube
Com Waldir Calmon
Trio de Ouro com a Dalva
Estrela Dalva do Brasil
Quero o Sérgio Porto
E o seu bom humor

Eu quero ver o show do Walter Pinto
Com mulheres mil
O Rio aceso em lampiões
E violões que quem não viu
Não pode entender
O que é paz e amor

terça-feira, 20 de julho de 2010

Dia do Amigo

Uma homenagem singela, como tantas que recebemos por e-mails e grupos sociais.

Uma ode à amizade.
Em uma música ímpar, com uma dupla única e um sentimento puro.




"Perdi um amigo pro fantasma da tentação..."
Melhor que isso... Só Bruno e Macarrão como dupla sertaneja.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Meu caminho nesse mundo...

"Meu caminho nesse mundo, eu sei, vai ter
Um brilho incerto e louco."

E o filme previu...

Útil ao Inútil


O Útil ao Inútil (já chamado 'Do Útil ao Inútil') é outro blog que sigo neste canal.

Vez ou outra venho falar dos blogs que sigo.
Chegou a hora de falar deste.
É um blog que fala exatamente... Um pouco de tudo.
Tudo que pode ser útil ou inútil.

Vim divulgá-lo em aberto por causa de um post.
Um post que está bem na linha "rabugenta":

http://utilaoinutil.blogspot.com/2010/07/patetica-existencia-humana.html

Leiam! E se aprovarem o blog, sigam!

domingo, 4 de julho de 2010

Muito além das chuteiras...

O Brasil não é Hexa.
A pergunta que me fiz esses dias foi... O que define o Brasil?

E além...
Quem são os brasileiros?
Para entender a pátria, é preciso entender o povo.



Brasileiro é aquele que não desiste nunca.
Não desiste nunca da ideia de ser o melhor... O melhor no futebol.
Hum... Na Fórmula 1, até que seria bom... (Mas brasileiro ainda é aquele que vive da lembrança do Senna.)
Se o Brasil for o melhor no vôlei, no basquete, no boxe, no tênis, na natação, na luta livre e seja lá o que vier, é um a mais. Mas ser o melhor no futebol é o Brasil confirmado como potência.
E assim vive o brasileiro...

Brasileiro se orgulha do Lula?
Tá maluco?... Claro que não.
Brasileiro se orgulha de ser melhor que o Lula.
Afinal, o Lula é burro, ignorante. É um presidente menor, que fala errado e faz parte do PT, um partido de ladrões.

Brasileiro se orgulha da cultura?
Em parte, mas nem sempre... Afinal, o Brasil só é visto como o país do samba e das mulatas. Um esteriótipo. E o Brasil tem o funk, o pagode, o axé. Os estilos que o brasileiro ouve, mas que são menores. Assim como o Lula. E o Brasil não tem teatro, não tem artes plásticas, tem um cinema fraco e só vê novela.

Brasileiro não se orgulha de estar "em desenvolvimento".
Bom mesmo é ser desenvolvido. Bom mesmo é a moeda valorizar e o brasileiro poder viajar para a Europa.

Brasileiro não gosta de brasileiro.
Afinal, todo brasileiro é mal educado, preguiçoso e limitado.

Ao fim da Copa, sempre surge a mesma reflexão...
Somos uma pátria de chuteiras. Uma pátria que só se orgulha das chuteiras.
O que é mais triste em época de Copa é ver o país vestir a camisa verde-e-amarela. Porque sabemos que a maioria veste o time, a seleção. O brasileiro não veste a pátria.

Não quero dizer aqui que brasileiro precisa engolir tudo...
Brasileiro não precisa ser o típico, com a bola no pé e o tamborim na mão.
Brasileiro pode gostar mais de basquete, pode ouvir só Rock N´Roll e odiar batucada.
Mas brasileiro pode torcer pelo Brasil.

Brasileiro pode ficar feliz e "vestir a camisa" quando souber, por exemplo, que uma coreógrafa brasileira dirigiu um grande espetáculo internacional usando ritmos nordestinos. Ficar feliz por uma brasileira ter tido projeção e ter levado um pouco da identidade do país. Mesmo que a música não seja agradável ao gosto do tal brasileiro. Brasileiro pode criticar o Lula, não achar que tudo seja a maravilha que é vendida. Mas brasileiro também pode acreditar que as coisas estão melhorando, seja por trabalho do Lula, do FHC ou simplesmente pela falha econômica do resto do mundo.

Brasileiro pode gostar de novela, criticar novela, sem achar que está falando de um entretenimento barato. Existe qualidade em tudo no mundo. Brasileiro pode se divertir. Não precisa aceitar o chulo, mas pode ouvir algum axé, pagode ou funk. Isso não vai deixar o brasileiro menos culto.

Brasileiro não precisa odiar a Argentina por causa de futebol. Não tem que diminuir ninguém. Nem engrandecer ninguém. Não precisa se sentir menor por ter sido colonizado. E brasileiro precisa entender que tentar ser cópia é que mostra o pensamento colonizado. Ter o direito de ser brasileiro é que traz a igualdade.



Nações são culturas. Em um mundo globalizado, podemos ser indivíduos, mais que brasileiros. Podemos ter traços e gostos do mundo. Mas também fico feliz se o mundo entender e perceber que sou brasileiro, não como sucrilhos de manhã, não moro em subúrbio com casas de dois andares, não gosto de scargot, tenho ancestrais de diversas partes do mundo, mas nasci aqui. Tenho profunda admiração por Deborah Colker, seja pelo trabalho ou pela empolgação que ela passa ao falar dele. Gosto de música ritmada e arranjada com instrumentos estranhos como zabumba, ganzá, timbau, berimbau, agogô e cuíca. Gosto de criticar as novelas atuais e achar que bom mesmo era Roque Santeiro, Que rei sou eu? e Vale tudo. Gosto de filme nacional, seja o ritmo frenético do Cidade de Deus, seja os roteiros do Jorge Furtado ou histórias que falam do meu país, como Boleiros, que é sobre... Futebol. Gosto de ver peças montadas por "Aderbals Freires Filhos", assistir "Andreás Beltrões" do lado de casa e descobrir que talentos vão muito além da TV. Gosto de relembrar o teatro infantil de Maria Clara Machado. Gosto de assistir textos de Nélson Rodrigues, Gianfrancesco, Plínio Marcos e outros, e discutir o Brasil, entendendo que ele é sim repleto de problemas sociais, históricos ou recentes, e que precisa de consciência para mudar. Torci pelo Lula em 1989, quando eu era criança e ele era o proletário que iria ganhar a presidência. Torci pro Lula depois e, embora não concorde com parte da política do Governo (nunca vou concordar ou estar plenamente satisfeito... e sei que isso é bom e necessário), torço para que os políticos que vierem sejam menos políticos e mais brasileiros. Não nacionalistas, mas que façam pelo Brasil. (Que façam pelo brasileiro e não pelo próprio bolso.) E gosto sim de bloco de Carnaval, marchinha, churrasco, feijoada, queijo de Minas, pão-de-queijo, açaí, guaraná, carne seca com aimpim...

"...Nossos curumins, nossos botequins, salve Mãe Oxum
Salve Deus Tupã, Chico Mendes, Zumbi, Sapaim, Raoni
Saci Pererê, Peixe com dendê, Carne com fubá, Aie-ie Babá,
Saravá sucuri, sarará, cerêre" (Apesar de cigano - Altay Veloso / Aladim)

É aquilo... Mais uma Copa. Mais uma reflexão.
E continuo querendo ver o Brasil não com orgulho, porque orgulho pode cegar... Mas com identidade. Um dia o Brasil será mais que a pátria de chuteiras.
Enquanto isso, farei minha parte para que a brasilidade não se perca.
Afinal, sou brasileiro... E não desisto nunca.

A futura identidade brasileira (ehehehe)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

...Para presidente do Brasil

Voltando ao tema.

Então, tá combinado: ideologia não existe mais.
Estamos procurando alguém que ainda tenha algum ideal.
Nem que seja o de mediar as coisas.

Lembrei hoje que, desde pequeno, a esperança é vendida pra gente.
E hoje lembrei que, assim como alguns sonharam em votar para presidente, assim como alguns sonharam em ver um trabalhador como presidente do Brasil, eu e minha geração também tivemos um sonho presidencial...

Ele dizia, ele brincava com tudo, ele cantava, ele prometia:

"Se eu for presidente, você vai se dar bem!..."

E mais...

"É isso aí, mais fantasia no seu destino
Bote fé nesse menino, sou o futuro no presente
Juninho Bill para presidente do Brasil!"

Então é isso...
Vamos realizar mais um sonho!
Estamos insatisfeitos com os candidatos que aparecem?
Vamos aderir à campanha: Juninho Bill para presidente do Brasil!


Cesar Maia para senador?
Paulo Maluf para deputado (se passar pelo Ficha Limpa...)?
Frank Aguiar para deputado?
Kleber Bambam, Mulher Melão, Tati Quebra-Barraco, Vampeta, Edmundo e Romário candidatos?

Pô... Juninho Bill é rei.

OBS: Quando fui procurar uma imagem dele, vi que a campanha já começou: http://mondocubano.com/2009/07/10/juninho-bill-para-presidente-do-brasil/

OBS2: A letra da música e o contexto histórico dela:
http://letrasdotrem.blogspot.com/2008/07/fera-nenen.html

domingo, 20 de junho de 2010

Borogoblogs


Vez ou outra venho aqui divulgar os blogs amigos.

Escrevo neste blog para exercitar. E com algumas expectativas.
Quem sabe escrevo algo interessante... Quem sabe os textos fiquem bons e chamem mais pessoas. Quem sabe os textos fiquem tão bons que eu passe a escrever mais. Quem sabe o blog fique tão bom que seus textos se transformem em um livro. Quem sabe o livro fique tão bom e eu tão exercitado, que possa viver dos textos.

Mas as crises existenciais estão fora de moda. E meus quesionamentos não atraem leitores.
Nem mesmo entre os amigos....
Afinal, sempre divulgo os posts no Facebook e apenas os fiéis respondem ou seguem o blog.
Tudo bem.
Ao menos, tenho um ou outro leitor interessado.

E realmente descobri que as pessoas procuram textos leves.
Não apenas por causa dos meus, mas depois de reler o blog da Aninha: Borogoblogs.
Ela usa o blog realmente como diário, contando as peripécias que vive com o filho, o já artista Bernardo Bochecha. E faz alguns desabafos pessoais...

A Aninha não precisa de muito para fazer rir. Basta dizer o que vem à mente.
E, com isso, ela conquista mais e mais leitores. Em um blog sem pretensões...

Deixo aqui pra todos lerem:
http://borogoblogs.blogspot.com/

Entre, conheçam o Bernardo. Riam com as histórias.
E eu continuarei tentado aprender a ser "mais leve".

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Começaram as eleições...

Embora ofuscada pela Copa, as eleições já começaram.
Tudo bem, já havia uma corrida por fora dos pré-candidatos, mas agora já temos candidatos oficiais.

Eu ando desgostoso com a política.
Rasa de ideologia... O que vemos é a situação e a oposição de sempre (em lados opostos, mas a de sempre), numa disputa de quem grita mais alto. Um apontando o defeito do outro. E só...

Sempre fui muito de discutir calorosamente, principalmente com quem tem o mesmo temperamento e tem opinião contrária. Hoje, estou mais apático também.
A política de hoje nos leva a isso.

Para essas eleições, só consigo ver uma direção...
Não quero fazer campanha, mas, de certa forma, faço. Porque mostrar o voto é fazer campanha.
Falei dela antes, mas agora tenho um vídeo pra mostrar.



Ela vai conseguir fazer o que quer? Vai conseguir os aliados? Vai conseguir andar com os projetos tendo "duas oposições"? Não sei... Talvez seja difícil. Mas prefiro acreditar em quem, a meu ver, está mais preocupado em pensar o Brasil do que pensar apenas a política. E prefiro acreditar que, se o Brasil quiser, não é a politicagem que vai embarreirar projetos, seja dela ou de qualquer outra pessoa. Precisamos acreditar mais em nossa voz do que no poder que demos a eles.

E para quem achou essa visão de aliança "muito em cima do muro", a própria Marina Silva deu a resposta no programa:
"Não sou de esquerda, nem sou de direita... Sou pra frente. "

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pra frente, Brasil!

Chegou o dia da estreia...
Não sabemos o que vai acontecer.
Não estamos tão confiantes... Mas a esperança...

E, para um patriota, que não acredita no "armas pela pátria", mas acredita no povo, na cultura e, apesar de tudo, ainda espera que as coisas melhorem, é sempre dia de torcer a favor. Nem que seja apenas pela pátria de chuteiras.

Salve a Seleção!





OBS: Com essa versão, não teve como... Imaginei logo a locução de abertura do "Os Cavaleiros do Zodíaco". E, logo depois, veio a imagem do Dunga... "- Me dê sua força, Pegasus!"

segunda-feira, 7 de junho de 2010

E a nossa barricada?

Barricada
Luis Fernando Veríssimo

"Um dia, irmão, comemoraremos nossa vitória com um banquete. Todos os que lutaram, ou que só usaram o barrete. E bêbados de nós mesmos, a mesa coberta com os destroços do combate - difícil dizer o que é sangue e o que é molho de tomate. Brindaremos as cadeiras vazias dos que lá não estão.
Os fantasmas de uma geração.

Um que morreu no exílio e foi devorado por vermes estrangeiros.
Um que enlouqueceu um pouco e tem delírios passageiros.
O que comprou um sitio em Cafundós do Oeste e nos manda fotos tristes dos seus pés em tamancos.
O que nós só vemos na rua, esbaforido, correndo entre dois bancos.
O que era anarquista e acabou na IBM.
O que era poeta maldito e acabou na MPM.
O que casou com a Vivinha e dizem que come a sogra.
O que era seminarista e transa droga.
Um que ia mudar o mundo, e se mudou.
O que ia ser melhor de nós todos, e vacilou.
Nossa Rosa Luxemburgo, que abriu uma butique.
Nosso quase Che Guevara, que hoje vive de trambique.

Restaremos você e eu, irmão. E os balões circundarão nossas cabeças como velhos remorsos. E o pianista ruirá sobre as teclas como o Império Bizantino. E os garçons olharão os relógios e desejarão a nossa morte. Seremos sentimentais e um pouco arrogantes. Danem-se nossas trapalhadas, estivemos nas barricadas! Esta civilização nos deve, pelo menos, outra rodada.
Um dia, irmão, um dia.
Você proporá um brinde à razão e nossos copos vazios, com o choque, explodirão. Eu cantarei velhos hinos revolucionários, sob o protesto dos vizinhos, certamente reacionários. Brindaremos à fraternidade universal e à luta antiimperialista e à Nena do Tropical, que dava desconto pra esquerdista. Choraremos um pouco. E cataremos, entre as migalhas da mesa - como oráculos o futuro nas vísceras de um cágado -, vestígios do nosso passado.
O toco de um Belmonte Liso.
Meu Deus, o meu dente do siso!
Bilhetes de loteria que nunca deram e de namoradas que também não.
A letra semi-apagada de Great Pretender.
Um tostão.

Bêbados de autopiedade, brindaremos esta cidade onde nascemos e morremos mais de uma vez (só eu forma três) mas salvamos do inimigo. Nosso reino, nosso umbigo. Não temos placas na rua como heróis da Resistência, mas temos a consciência de que os bárbaros não passaram. Mas sei que no fim desses disse-que-disses os dois prostrados como mãe de misses já com aquele olhar do Ulysses você me dirá no nariz, com um bafo que, bem aproveitado, seria uma força motriz:
- Como, heróis? Como, não passaram? Meu querido, não te falaram?
E completará com um gargalo, a caminho do assoalho:
- Os bárbaros ganharam!"


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E a nossa luta? E a nossa barricada?
É essa que está aí...
E só.

E continuamos bebendo.
Mudando.
Virando aquilo que não imaginávamos ser... (Che Guevaras vivendo de trambiques?)
Continuamos casando com a Vivinha.
Nos vendo na rua, correndo, entre dois bancos.
Mas sem barricadas.

A barricada não é necessária para dignificar.
Mas a luta de hoje também não dignifica. A luta de hoje é outra...
É conseguir se adaptar.
É poder dizer... Ó, consegui casar com a Vivinha depois de muito custo. Não que a Vivinha fosse dura na queda... Eu que era duro.
É viver de trambique... e só.
Porque Che Guevara virou estampa de butique.
É ver o doidão escolher ser seminarista, depois voltar a ser doidão... E achar isso normal. (Você sabia que ia acontecer).

É saber que bilhete de loteria só dará se for bolão ou se você se mudar para o interior.
Suspeitar da credibilidade do jogo... Torcer o nariz. Ter certeza de que está sendo roubado.
Mas continuar jogando.
É apostar sabendo que metade do país tá esperando dar...
(Porque tá muito difícil conseguir de outro jeito.)
E não vai dar.
É saber que se ela der, nem precisa namorar.

É ter a certeza que jamais teremos nomes em placas na rua.
Que jamais seremos heróis.
Por falta de oportunidade. Mas principalmente por falta de coragem.
É, no fundo, estar pouco se importando para isso.
Mas lamentar não ter uma barricada, uma causa maior para lutar.

E o bar está lá onde queremos que esteja.
No dia que queremos que esteja.
Na hora que a vida deixar... Pra reclamar que não temos tempo pro bar estar lá na hora que queremos que esteja.

Entramos. Sentamos. Aceitamos.
E bebemos um pouco de tudo... A liberdade que conquistaram pra nós. E que não temos... A independência que não temos. A segurança que não temos. A escolha que, embora pareça que teremos, não temos. A luta que queríamos estar vivendo, mas não conseguimos. O sonho que queríamos estar vivendo, mas não conseguimos. O bilhete perdido. A desconhecida que comemos. A camisa do Che Guevara que usamos. O seminarista que não era melhor que nós. O casamento com a Vivinha, que custou um apartamento, e terminou na fotografia. E que vai mal... (O casamento, a Vivinha e a fotografia). O poder se encontrar entre um banco e outro. E o poder falar: "precisamos nos ver... Vou te ligar." O celular com a foto do Che Guevara no papel de parede. O celular que nunca vai ligar. A esperteza de fugir da blitz com uma teclada no celular. A esperteza do guardador de carro, que é maior que a nossa. O carro blindado que, um dia, vamos ter que comprar (com um adesivo do Che Guevara na janela). O garoto que vem vender chiclete na mesa... O... A...

É, meu querido, não te falaram?
Os bárbaros ganharam.

domingo, 6 de junho de 2010

Toda Taba ateia Sol

Fazendo um trabalho de pesquisa, descobri uma do fundo do baú.
Procurava por livros infantis, mas esbarrei em um site de resgate, com livros e discos infantis. E encontrei um dos projetos mais completos já feitos para crianças: a série Taba.

Eu tinha cerca de cinco ou seis anos quando conheci a série. Era vendida na banca de jornal ou em livrarias. Não lembro a periodicidade, mas acredito que os lançamentos fossem quinzenais. Comprávamos o livro fechado. Nele vinham a história escrita e ilustrada, um disco de vinil compacto com a história narrada e interpretada por atores/dubladores (muitas vozes conhecidas de filmes dublados), propostas de brincadeiras com fantoches, teatro, e, se não me engano, sempre vinha uma tinta guache, para brincarmos de índio ou usarmos da criatividade.

A série trazia uma linguagem bem nacionalista... As histórias tinham uma base folclórica, faziam uma adaptação para nossa cultura de personagens clássicos ou eram originais de autores brasileiros. E o áudio sempre trazia pelo menos duas músicas, uma mais conhecida e outra mais "para criança". Cantores, muitas vezes, conhecidos eram os intérpretes: Gil, Gal, Caetano, Chico, MPB4, Nara, Tom Zé etc.

Tive mais de dez volumes. Mas conheci mais que isso, porque tudo que criança consome vira moda e alguns amigos também tinham. Ouvia os meus e os deles. Marcaram uma etapa da vida.

E foi essa a descoberta que fiz esses dias. A série completa:
http://www.cantosencantos.com/wordpress/?page_id=7753

Para quem tem filho pequeno, é mais que aconselhável. O download traz o áudio e as páginas dos livros. Vale baixar, imprimir e estimular as crianças. É um estímulo à criatividade, à leitura e ao gosto pela cultura brasileira. Além de diferente, divertido.

Aqui, a propaganda da época:


Propostas assim fazem falta...
E trabalhos de resgate como esse também devem ser louvados.
(A propósito, olhem o site todo, que traz coisas surpreendentes.)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Reflexão pueril: opinião também é que nem cu


Sei que é óbvio...
Mas resolvi hoje refletir sobre a opinião e o gosto.

Lost chegou ao fim. Mistérios ficaram de lado, mas, como já coloquei em um post só sobre isso, pra mim a série foi além dos mistérios. Gostei do final? Tive surpresas. Não achei que tenha sido um final maravilhoso, mas também não achei ruim como muitos colocaram. Um amigo colocou: a temporada foi toda uma merda! Uma amiga retrucou: Foi nada! Foi maravilhosa. E eu no meio. No fim, quando as pessoas vêm querendo te criticar por não ter achado o que elas acharam, o que dá vontade de dizer? "Foda-se!"

Nessa leva de músicas de Som Brasil, lembrei do Autoramas, bandinha dos anos 90, meio underground, meio cult. O vocalista que aparece no vídeo do "Mamãe Natureza" era da banda (ou ainda é... Não sei). Resolvi procurar mais e encontrei uma participação deles em outro Som Brasil, do Erasmo Carlos. Uma música chamou atenção. Sei que é uma música popular, meio brega até... Mas de uma fase do Erasmo Carlos que teve destaque na minha vida. E achei a versão legal. Passei a música para um amigo e a resposta veio logo: "a música é meio ruim". E eu? "Foda-se!"

Uma amiga minha pediu conselhos outro dia... Porque foi criticada por posições que tomou. E posicionamentos geralmente são guiados por opiniões. Não cheguei a usar esses termos, mas qual o conselho que dei a ela? "Foda-se". Se você está consciente do que está fazendo, liga o f...

Dilma X Serra. E Marina Silva um pouco de lado na disputa. Meu voto não é secreto há um tempo. Simpatizo com a figura, com a força, com a ideologia, com as opiniões, com a política de Marina Silva. Mas não acho que Dilma e Serra sejam capetas em forma de gente. Já entrei muito em discussão política com amigos... Hoje, estou muito mais pro lado do "vou votar ali e se não concorda, foda-se!".

Não sou o tipo de pessoa que "caga e anda" pras pessoas. Pelo contrário. E acho que o mérito da questão não é esse. Você não está deixando a opinião do outro de lado. Simplesmente está aceitando que a sua é diferente e que, com os argumentos apresentados, vai continuar sendo. E que não adianta mudar a do outro, que vai ser difícil. (embora, em alguns casos, eu ainda insista nisso).

É aquilo... Opinião é como gosto.
E já dizia o poeta: gosto é que nem cu, cada um tem o seu.

Tanto a opinião quanto o gosto podem mudar. Podem se apurar, podem se transformar. Mas nem sempre depende do outro. Vai de uma vontade pessoal. A mudança de compreensão e a mudança de percepção dependem da vontade. E quanto maior a convicção, menor a possibilidade de uma mudança. Por isso, não adianta forçar.

Bem, era essa a reflexão que queria fazer...

Descontando os palavrões, esse texto tá meio sem pé nem cabeça. Meio solto... E tá meio "redação de colégio". Afinal, em que outro lugar fazíamos textos sobre temas gerais e colocávamos obviedades?

Mas é aquilo... Quis escrever. E me diverti colocando palavrões. Catarse total!

Você leu e não gostou?
Você discordou?
Foda-se!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Som do Brasil (II)

Em novembro de 2008, fiz um post no "Teorias Cobalísticas" sobre o Som Brasil, da Rede Globo.
(http://teoriascobalisticas.blogspot.com/2008/11/som-do-brasil.html)

Falei ali um pouco (muito pouco) da minha relação com a cultura brasileira e chamei a atenção para o programa, que seria um meio interessante pra se conhecer novos artistas e ouvir boas versões de músicas conhecidas. A maioria desses "novos" artistas são desconhecidos do grande público, mas já têm uma projeção. Outros são até conhecidos. (Sem contar, é claro, alguns dos homenageados e os já consagrados, que são chamados para encabeçar o programa.)

Sempre que posso, mesmo que não consiga ver ao vivo, procuro o programa nos youtubes da vida ou no site da emissora para saber como foi...

Não queria fazer uma propaganda barata... Mas faço.
OBS: "Barata" porque é comercial por essência, sem muita consistência e, claro, porque não ganho nada em falar disso. Não importa. Primeiro, porque este canal é lido por meia dúzia de amigos, segundo porque o que vale é conhecer os artistas, ter a vitrine e ouvir boa música.

Por isso, mais uma vez, deixo aqui mais exemplos dessas boas músicas.
O último programa foi sobre a Rita Lee... E trouxe gente boa.

Mas deixo de outros programas também (incluindo alguns do último post, que foram retirados por direitos autorais etc).

Ouçam!

“Mamãe Natureza” – Lafayette e os Tremendões

Banda com rostos conhecidos, ar de Jovem Guarda e muito bom humor.

Som Brasil RITA LEE (29 / 05 / 2010)



“Chega Mais” – Brasov

Influências de Leste Europeu, brasilidades e mais que irreverência.

Som Brasil RITA LEE (29 / 05 / 2010)



“Doce Vampiro” – Tiê

Essa já não é tão desconhecida... (Lembra um pouco - um pouco - a Lis... Que já teve post aqui).

Som Brasil RITA LEE (29 / 05 / 2010)



“É luxo só” - Fênix

A figura mais andrógena que já passou por ali... A versão da música é sensacional.

Som Brasil ARY (26 / 09 / 2008)



“Camisa Amarela” - Casuarina

Os camaradas já eram um pouco manjados quando foram... Ao menos, no Rio.

Som Brasil ARY (26 / 09 / 2008)



E pra terminar...
Aquela que conheci ali, procurei mais no dia seguinte e depois vi estourar no Brasil. O som dela, embora já estivesse caminhando nas rádios, também passou antes por ali.

Som Brasil PARALAMAS (31 / 07 / 2009)

“Caleidoscópio” - Maria Gadú



OBS: Essa liberação das partes do programa é a coisa mais sensata que fazem... Enfim a mídia televisiva usa das "novas" tecnologias a seu favor, ao invés de apenas criticá-las.

domingo, 23 de maio de 2010

Conspiração internacional

Sei que é lugar comum falar de caixa de supermercado...
Todo mundo já teve sua experiência ruim, seu momento de raiva.
Mas alguém poderia responder: por que a caixa mais lerda é sempre a escolhida para trabalhar no caixa rápido? E quem definiu que 15 volumes é rápido? Três volumes é rápido. Cinco volumes é rápido. Vá lá, até 9, 10 volumes é rápido... Mais que isso é compras de mês.


O conselho que fica é... Não escolha uma fila com seis pessoas no caixa rápido. Prefira aquela que tem duas com carrinho. Vai por mim... A Lei de Murphy adora esse tipo de situação. Um caixa comum com uma funcionária rápida vai te atender mais rápido que um caixa rápido com uma funcionária lenta... E sem troco.

Deixo aqui uma letra... Uma letra com a qual me identifico desde que ouvi no LP do Kid Abelha, quando ainda era moleque. Não sei porque, mas sempre acho que foi predestinação. Por tudo que a letra diz...

Conspiração Internacional
Composição: Paula Toller/Leoni


Todo mundo sabe de alguma coisa
Que eu não sei
De um filme que eu não vi
De uma aula que eu faltei
Por mais que eu tente
Eu nunca chego no horário
Eu perco tudo o que eu ponho no armário

Tudo atrapalha o que eu faço
Mas pros outros parece tão fácil

A fila que eu escolho
Vai sempre andar mais devagar
E o troco acaba bem na hora em que eu vou pagar
Se eu me distraio um único instante
Pode apostar que eu perco o mais importante

Tudo atrapalha o que eu faço
Mas pros outros parece tão fácil

Os vizinhos devem rir por trás do jornal
E eu desconfio de um complô
O maior que já se armou
Uma conspiração internacional

Todo mundo acha que o Rio de Janeiro
Não é bonito como foi no passado
Será verdade, será que eu devo acreditar
Quando eles dizem que eu cheguei atrasado

Nunca foi nada perfeito
Mas até que eu gosto assim desse jeito

Os vizinhos devem rir por trás do jornal
E eu desconfio de um complô
O maior que já se armou
Uma conspiração internacional

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Namastê ao fim...

Eis que a última semana chegou. O fim está próximo.

No início do ano afirmei que uma das minhas metas era assistir à última temporada de Lost. A mais fácil de cumprir... E a única que realmente acreditava que iria conseguir.

Desde o início, a série foi marcada por muita polêmica.
A última temporada não poderia ser diferente...

Fumaça preta, Os outros/hostis, sussurros, ursos polares, curas milagrosas, crianças especiais, mortos que reaparecem, escotilha, eletromagnetismo, Iniciativa Dharma, a cabana, equipes de resgate misteriosas, viagens no tempo, Jacob, Homem de Preto etc. Uns assistiram a alguns episódios, não entenderam nada, não gostaram da confusão e pararam de ver. Outros gostaram no início, mas "a série começou a desandar" e eles pararam por ali. Outros gostaram do desafio e seguiram até aqui. Agora, alguns dos que seguiram estão decepcionados e alguns estão satisfeitos. Eu faço parte do último grupo.


Começei a assistir Lost nos primeiros episódios da primeira temporada, quando foi exibida pela Globo. Via os comerciais e achava que era mais uma série que não me diria muito. Pessoas perdidas em uma ilha depois da queda de um avião? A Globo tem tradição em exibir filmes e séries de tragédia... Vão terminar enfrentando correntezas de rios, subindo montanhas, acampando na selva e comendo os mortos. Até o dia do resgate chegar...

Mas não era por aí (embora eles também tenham enfrentado algumas desventuras mais comuns na mata). Não era mais uma série de tragédia... E o que me atraiu de cara foi o recurso do flashback. Cada episódio era centrado em um sobrevivente, e parte das reações deles na ilha tinham relação com a vida pregressa. Além dos mistérios que foram surgindo, podíamos acompanhar a história de cada personagem por outra perspectiva.

Mas os mistérios também eram grandes. A primeira temporada chegou ao fim com um grande mistério no ar. E eu descobri que a segunda temporada começaria no AXN (que diabo de canal é esse?) logo depois... Não precisaria esperar um ano.


Mais mistérios vieram com a segunda parte. Mais personagens surgiram... E o foco foi se voltando também para a ilha. Cada vez mais fazíamos a mesma pergunta: que lugar é esse onde foram parar? Algumas respostas vinham pela ciência e outras pela fé. E o embate entre as duas aparecia na história da série e na forma de apreciação dela: alguns viam por causa da explicação lógica, outros pela crença dos personagens.

Depois do término da segunda temporada, não teve como... Teria que esperar um ano pela próxima. Segui acompanhando as notícias pela internet. Boatos, spoilers e, claro, as teorias. A surpresa veio na escalação da terceira temporada: Rodrigo Santoro em Lost.

E a terceira temporada começou a ser exibida lá fora. Mas aqui nada... Um ou outro amigo já estava baixando os episódios pela internet, mas eu não era tão evoluído.

A temporada chegou na AXN alguns meses depois, contando um pouco a história de 'outras' pessoas importantes no contexto da ilha. E Rodrigo Santoro estava lá... Mas ele chegara com o avião? Como assim? Não o vimos até agora?...




Poucos episódios depois, Paulo e sua namorada Nikki, que não caíram nas graças dos fãs (nem dos próprios criadores), morreram. Brasileiro só leva na cabeça...

Mas a terceira temporada terminou com uma nova forma de contar a história. Os fãs vibraram.

Na mesma época, uma notícia chegou pela internet: teremos mais três temporadas de Lost... Os produtores decidiram o tempo certo de duração da série. Para os fãs, mais três anos de espera, e satisfação.




Na quarta temporada, a tecnologia evoluiu para a minha realidade... Aprendi como os internautas capacitados trabalhavam e baixavam seus vídeos de forma rápida e eficiente. Começei a acompanhar a série na semana que ia ao ar nos EUA. A quarta temporada trouxe mais mistérios, explicações científicas mais complexas e uma possibilidade de resgate para os 'perdidos'.


Na quinta temporada, a minha facilidade de acompanhamento cresceu. Não esperava mais tantos dias para baixar os episódios... A conexão e as ferramentas já permitiam que eu visse a série no dia seguinte. Alguns foram vistos assim, outros nem tanto. Mas a possibilidade de assistir logo depois já bastava. A temporada subverteu o tempo-espaço e terminou com a preparação da última: esta aí o jogo que estamos jogando.


A sexta temporada começou com expectativa. E buscando informações, descobri uma nova maravilha: o streaming. Com este, a última coisa que faltava aconteceu... Começei a acompanhar a série ao vivo! Embora ainda muito lenta para a minha exigência, a ferramenta realmente foi um achado. Consegui ver poucos por esse recurso, mas ele já ajudou. Além disso, os vídeos para baixar começaram a ser disponibilizados pouco tempo depois... Questão de poucas horas para os fãs assistirem o episódio... Com legenda! Salve os "nerds" de plantão!


E aqui estamos.
Depois de contar minha longa trajetória, repleta de confissões da minha relação com a "pirataria internética" (quem nunca fez ou teve vontade, que atire a primeira pedra), passo ao real objetivo do post.

Há poucos dias do episódio final, muitas críticas à história partem de fãs da série. Fãs decepcionados com as explicações. Querendo mais ou outras respostas... E com "buracos", falhas da trama. Não sei quanto à experiência alheia, mas embora possa parecer que a série tenha sido um grande vício, posso afirmar que encarei tudo de forma bem saudável. E acredito que tenha compreendido o objetivo final.

O que foi Lost para mim?
Uma série sobre pessoas, como os próprio produtores afirmaram, mas sem necessariamente repeti-los. Uma série que mostra o quanto o homem fica perdido frente à frustração de uma decisão errada ou de algo que fuja a seu controle. E o quanto ele é pequeno e fraco, mas ao mesmo tempo interessante. Uma série para refletir sobre a complexidade do ser humano, pois nenhum é bom ou mau por natureza (vide Dr. Linus). Uma série que questiona o que é a vida... Destino? Livre Arbítrio? Uma série que questiona as respostas... Afinal, como descobriremos as verdades, pela Ciência ou pela Fé? Uma série que mostrou como a humanidade encara o mistério da vida, em épocas diferentes.

E mais... Uma série que deu uma aula sobre como obras abertas podem prender milhões por seis anos. Sobre como o público reage de maneira diferente à mesma motivação... Além, é claro, de mostrar a expectativa de "homens da Ciência" e de "homens da Fé" como espectadores. Sobre como a interpretação de uma história pode variar, gerando compreensões diferentes. Afinal, alguns fãs captaram algumas informações e foram atrás de suas próprias verdades. Outros ligaram pontos, tentando encontrar a verdade da série (que, como na vida, nunca foi absoluta e, por isso, decepciona alguns). E outros simplesmente entenderam tudo errado (sim, sim... E não falo dos que cobram por respostas. Falo de pessoas que realmente criam teorias mais viajantes, sobre coisas que nunca foram ditas).

Algumas respostas não serão dadas... Os produtores/criadores da série, Carlton Cuse e Damon Lindelof, afirmaram há tempos. Por um lado, porque algumas configuram mistérios... Daqueles que existem na vida real. Por outro, porque eles não querem contar a história dos outros (dentro e fora da série). Eles querem contar a história deles. O resto fica na imaginação de cada um.

Lost é uma história. Uma das obras de ficção mais complexas e rentáveis já realizadas pela TV. Talvez Cuse e Lindelof realmente tenham se perdido na complexidade da história (até pra isso, o título da série é álibi). Embora digam que tivessem noção do que queriam fazer e de onde queriam chegar, eles já afirmaram que muita coisa foi criada no caminho (A prova maior é que, a princípio, Jack morreria nos primeiros episódios da série). Mas o que vale no final é ter acompanhado, questionado, refletido, compreendido e aprendido com a história. Além, é claro, de ter torcido pelos personagens.

A saudade fica... Daquela expectativa por mais, que sempre batia em um momento de bobeira, quando eu lembrava da série. E por mais que muitos digam o contrário (ou estejam esperando a conclusão para "avaliar"), para mim a série foi muito bem sucedida.

Que venha o fim.


E que ele seja festejado por trajetória e significado.

Porque a lição maior é saber que as coisas são do tamanho que damos a elas.
(Opa... Exagerei. Só faltou dizer: porque metade de mim é amor, e a outra metade... também).