quarta-feira, 23 de junho de 2010

...Para presidente do Brasil

Voltando ao tema.

Então, tá combinado: ideologia não existe mais.
Estamos procurando alguém que ainda tenha algum ideal.
Nem que seja o de mediar as coisas.

Lembrei hoje que, desde pequeno, a esperança é vendida pra gente.
E hoje lembrei que, assim como alguns sonharam em votar para presidente, assim como alguns sonharam em ver um trabalhador como presidente do Brasil, eu e minha geração também tivemos um sonho presidencial...

Ele dizia, ele brincava com tudo, ele cantava, ele prometia:

"Se eu for presidente, você vai se dar bem!..."

E mais...

"É isso aí, mais fantasia no seu destino
Bote fé nesse menino, sou o futuro no presente
Juninho Bill para presidente do Brasil!"

Então é isso...
Vamos realizar mais um sonho!
Estamos insatisfeitos com os candidatos que aparecem?
Vamos aderir à campanha: Juninho Bill para presidente do Brasil!


Cesar Maia para senador?
Paulo Maluf para deputado (se passar pelo Ficha Limpa...)?
Frank Aguiar para deputado?
Kleber Bambam, Mulher Melão, Tati Quebra-Barraco, Vampeta, Edmundo e Romário candidatos?

Pô... Juninho Bill é rei.

OBS: Quando fui procurar uma imagem dele, vi que a campanha já começou: http://mondocubano.com/2009/07/10/juninho-bill-para-presidente-do-brasil/

OBS2: A letra da música e o contexto histórico dela:
http://letrasdotrem.blogspot.com/2008/07/fera-nenen.html

domingo, 20 de junho de 2010

Borogoblogs


Vez ou outra venho aqui divulgar os blogs amigos.

Escrevo neste blog para exercitar. E com algumas expectativas.
Quem sabe escrevo algo interessante... Quem sabe os textos fiquem bons e chamem mais pessoas. Quem sabe os textos fiquem tão bons que eu passe a escrever mais. Quem sabe o blog fique tão bom que seus textos se transformem em um livro. Quem sabe o livro fique tão bom e eu tão exercitado, que possa viver dos textos.

Mas as crises existenciais estão fora de moda. E meus quesionamentos não atraem leitores.
Nem mesmo entre os amigos....
Afinal, sempre divulgo os posts no Facebook e apenas os fiéis respondem ou seguem o blog.
Tudo bem.
Ao menos, tenho um ou outro leitor interessado.

E realmente descobri que as pessoas procuram textos leves.
Não apenas por causa dos meus, mas depois de reler o blog da Aninha: Borogoblogs.
Ela usa o blog realmente como diário, contando as peripécias que vive com o filho, o já artista Bernardo Bochecha. E faz alguns desabafos pessoais...

A Aninha não precisa de muito para fazer rir. Basta dizer o que vem à mente.
E, com isso, ela conquista mais e mais leitores. Em um blog sem pretensões...

Deixo aqui pra todos lerem:
http://borogoblogs.blogspot.com/

Entre, conheçam o Bernardo. Riam com as histórias.
E eu continuarei tentado aprender a ser "mais leve".

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Começaram as eleições...

Embora ofuscada pela Copa, as eleições já começaram.
Tudo bem, já havia uma corrida por fora dos pré-candidatos, mas agora já temos candidatos oficiais.

Eu ando desgostoso com a política.
Rasa de ideologia... O que vemos é a situação e a oposição de sempre (em lados opostos, mas a de sempre), numa disputa de quem grita mais alto. Um apontando o defeito do outro. E só...

Sempre fui muito de discutir calorosamente, principalmente com quem tem o mesmo temperamento e tem opinião contrária. Hoje, estou mais apático também.
A política de hoje nos leva a isso.

Para essas eleições, só consigo ver uma direção...
Não quero fazer campanha, mas, de certa forma, faço. Porque mostrar o voto é fazer campanha.
Falei dela antes, mas agora tenho um vídeo pra mostrar.



Ela vai conseguir fazer o que quer? Vai conseguir os aliados? Vai conseguir andar com os projetos tendo "duas oposições"? Não sei... Talvez seja difícil. Mas prefiro acreditar em quem, a meu ver, está mais preocupado em pensar o Brasil do que pensar apenas a política. E prefiro acreditar que, se o Brasil quiser, não é a politicagem que vai embarreirar projetos, seja dela ou de qualquer outra pessoa. Precisamos acreditar mais em nossa voz do que no poder que demos a eles.

E para quem achou essa visão de aliança "muito em cima do muro", a própria Marina Silva deu a resposta no programa:
"Não sou de esquerda, nem sou de direita... Sou pra frente. "

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pra frente, Brasil!

Chegou o dia da estreia...
Não sabemos o que vai acontecer.
Não estamos tão confiantes... Mas a esperança...

E, para um patriota, que não acredita no "armas pela pátria", mas acredita no povo, na cultura e, apesar de tudo, ainda espera que as coisas melhorem, é sempre dia de torcer a favor. Nem que seja apenas pela pátria de chuteiras.

Salve a Seleção!





OBS: Com essa versão, não teve como... Imaginei logo a locução de abertura do "Os Cavaleiros do Zodíaco". E, logo depois, veio a imagem do Dunga... "- Me dê sua força, Pegasus!"

segunda-feira, 7 de junho de 2010

E a nossa barricada?

Barricada
Luis Fernando Veríssimo

"Um dia, irmão, comemoraremos nossa vitória com um banquete. Todos os que lutaram, ou que só usaram o barrete. E bêbados de nós mesmos, a mesa coberta com os destroços do combate - difícil dizer o que é sangue e o que é molho de tomate. Brindaremos as cadeiras vazias dos que lá não estão.
Os fantasmas de uma geração.

Um que morreu no exílio e foi devorado por vermes estrangeiros.
Um que enlouqueceu um pouco e tem delírios passageiros.
O que comprou um sitio em Cafundós do Oeste e nos manda fotos tristes dos seus pés em tamancos.
O que nós só vemos na rua, esbaforido, correndo entre dois bancos.
O que era anarquista e acabou na IBM.
O que era poeta maldito e acabou na MPM.
O que casou com a Vivinha e dizem que come a sogra.
O que era seminarista e transa droga.
Um que ia mudar o mundo, e se mudou.
O que ia ser melhor de nós todos, e vacilou.
Nossa Rosa Luxemburgo, que abriu uma butique.
Nosso quase Che Guevara, que hoje vive de trambique.

Restaremos você e eu, irmão. E os balões circundarão nossas cabeças como velhos remorsos. E o pianista ruirá sobre as teclas como o Império Bizantino. E os garçons olharão os relógios e desejarão a nossa morte. Seremos sentimentais e um pouco arrogantes. Danem-se nossas trapalhadas, estivemos nas barricadas! Esta civilização nos deve, pelo menos, outra rodada.
Um dia, irmão, um dia.
Você proporá um brinde à razão e nossos copos vazios, com o choque, explodirão. Eu cantarei velhos hinos revolucionários, sob o protesto dos vizinhos, certamente reacionários. Brindaremos à fraternidade universal e à luta antiimperialista e à Nena do Tropical, que dava desconto pra esquerdista. Choraremos um pouco. E cataremos, entre as migalhas da mesa - como oráculos o futuro nas vísceras de um cágado -, vestígios do nosso passado.
O toco de um Belmonte Liso.
Meu Deus, o meu dente do siso!
Bilhetes de loteria que nunca deram e de namoradas que também não.
A letra semi-apagada de Great Pretender.
Um tostão.

Bêbados de autopiedade, brindaremos esta cidade onde nascemos e morremos mais de uma vez (só eu forma três) mas salvamos do inimigo. Nosso reino, nosso umbigo. Não temos placas na rua como heróis da Resistência, mas temos a consciência de que os bárbaros não passaram. Mas sei que no fim desses disse-que-disses os dois prostrados como mãe de misses já com aquele olhar do Ulysses você me dirá no nariz, com um bafo que, bem aproveitado, seria uma força motriz:
- Como, heróis? Como, não passaram? Meu querido, não te falaram?
E completará com um gargalo, a caminho do assoalho:
- Os bárbaros ganharam!"


--------------------------------------------------------------------------------------

E a nossa luta? E a nossa barricada?
É essa que está aí...
E só.

E continuamos bebendo.
Mudando.
Virando aquilo que não imaginávamos ser... (Che Guevaras vivendo de trambiques?)
Continuamos casando com a Vivinha.
Nos vendo na rua, correndo, entre dois bancos.
Mas sem barricadas.

A barricada não é necessária para dignificar.
Mas a luta de hoje também não dignifica. A luta de hoje é outra...
É conseguir se adaptar.
É poder dizer... Ó, consegui casar com a Vivinha depois de muito custo. Não que a Vivinha fosse dura na queda... Eu que era duro.
É viver de trambique... e só.
Porque Che Guevara virou estampa de butique.
É ver o doidão escolher ser seminarista, depois voltar a ser doidão... E achar isso normal. (Você sabia que ia acontecer).

É saber que bilhete de loteria só dará se for bolão ou se você se mudar para o interior.
Suspeitar da credibilidade do jogo... Torcer o nariz. Ter certeza de que está sendo roubado.
Mas continuar jogando.
É apostar sabendo que metade do país tá esperando dar...
(Porque tá muito difícil conseguir de outro jeito.)
E não vai dar.
É saber que se ela der, nem precisa namorar.

É ter a certeza que jamais teremos nomes em placas na rua.
Que jamais seremos heróis.
Por falta de oportunidade. Mas principalmente por falta de coragem.
É, no fundo, estar pouco se importando para isso.
Mas lamentar não ter uma barricada, uma causa maior para lutar.

E o bar está lá onde queremos que esteja.
No dia que queremos que esteja.
Na hora que a vida deixar... Pra reclamar que não temos tempo pro bar estar lá na hora que queremos que esteja.

Entramos. Sentamos. Aceitamos.
E bebemos um pouco de tudo... A liberdade que conquistaram pra nós. E que não temos... A independência que não temos. A segurança que não temos. A escolha que, embora pareça que teremos, não temos. A luta que queríamos estar vivendo, mas não conseguimos. O sonho que queríamos estar vivendo, mas não conseguimos. O bilhete perdido. A desconhecida que comemos. A camisa do Che Guevara que usamos. O seminarista que não era melhor que nós. O casamento com a Vivinha, que custou um apartamento, e terminou na fotografia. E que vai mal... (O casamento, a Vivinha e a fotografia). O poder se encontrar entre um banco e outro. E o poder falar: "precisamos nos ver... Vou te ligar." O celular com a foto do Che Guevara no papel de parede. O celular que nunca vai ligar. A esperteza de fugir da blitz com uma teclada no celular. A esperteza do guardador de carro, que é maior que a nossa. O carro blindado que, um dia, vamos ter que comprar (com um adesivo do Che Guevara na janela). O garoto que vem vender chiclete na mesa... O... A...

É, meu querido, não te falaram?
Os bárbaros ganharam.

domingo, 6 de junho de 2010

Toda Taba ateia Sol

Fazendo um trabalho de pesquisa, descobri uma do fundo do baú.
Procurava por livros infantis, mas esbarrei em um site de resgate, com livros e discos infantis. E encontrei um dos projetos mais completos já feitos para crianças: a série Taba.

Eu tinha cerca de cinco ou seis anos quando conheci a série. Era vendida na banca de jornal ou em livrarias. Não lembro a periodicidade, mas acredito que os lançamentos fossem quinzenais. Comprávamos o livro fechado. Nele vinham a história escrita e ilustrada, um disco de vinil compacto com a história narrada e interpretada por atores/dubladores (muitas vozes conhecidas de filmes dublados), propostas de brincadeiras com fantoches, teatro, e, se não me engano, sempre vinha uma tinta guache, para brincarmos de índio ou usarmos da criatividade.

A série trazia uma linguagem bem nacionalista... As histórias tinham uma base folclórica, faziam uma adaptação para nossa cultura de personagens clássicos ou eram originais de autores brasileiros. E o áudio sempre trazia pelo menos duas músicas, uma mais conhecida e outra mais "para criança". Cantores, muitas vezes, conhecidos eram os intérpretes: Gil, Gal, Caetano, Chico, MPB4, Nara, Tom Zé etc.

Tive mais de dez volumes. Mas conheci mais que isso, porque tudo que criança consome vira moda e alguns amigos também tinham. Ouvia os meus e os deles. Marcaram uma etapa da vida.

E foi essa a descoberta que fiz esses dias. A série completa:
http://www.cantosencantos.com/wordpress/?page_id=7753

Para quem tem filho pequeno, é mais que aconselhável. O download traz o áudio e as páginas dos livros. Vale baixar, imprimir e estimular as crianças. É um estímulo à criatividade, à leitura e ao gosto pela cultura brasileira. Além de diferente, divertido.

Aqui, a propaganda da época:


Propostas assim fazem falta...
E trabalhos de resgate como esse também devem ser louvados.
(A propósito, olhem o site todo, que traz coisas surpreendentes.)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Reflexão pueril: opinião também é que nem cu


Sei que é óbvio...
Mas resolvi hoje refletir sobre a opinião e o gosto.

Lost chegou ao fim. Mistérios ficaram de lado, mas, como já coloquei em um post só sobre isso, pra mim a série foi além dos mistérios. Gostei do final? Tive surpresas. Não achei que tenha sido um final maravilhoso, mas também não achei ruim como muitos colocaram. Um amigo colocou: a temporada foi toda uma merda! Uma amiga retrucou: Foi nada! Foi maravilhosa. E eu no meio. No fim, quando as pessoas vêm querendo te criticar por não ter achado o que elas acharam, o que dá vontade de dizer? "Foda-se!"

Nessa leva de músicas de Som Brasil, lembrei do Autoramas, bandinha dos anos 90, meio underground, meio cult. O vocalista que aparece no vídeo do "Mamãe Natureza" era da banda (ou ainda é... Não sei). Resolvi procurar mais e encontrei uma participação deles em outro Som Brasil, do Erasmo Carlos. Uma música chamou atenção. Sei que é uma música popular, meio brega até... Mas de uma fase do Erasmo Carlos que teve destaque na minha vida. E achei a versão legal. Passei a música para um amigo e a resposta veio logo: "a música é meio ruim". E eu? "Foda-se!"

Uma amiga minha pediu conselhos outro dia... Porque foi criticada por posições que tomou. E posicionamentos geralmente são guiados por opiniões. Não cheguei a usar esses termos, mas qual o conselho que dei a ela? "Foda-se". Se você está consciente do que está fazendo, liga o f...

Dilma X Serra. E Marina Silva um pouco de lado na disputa. Meu voto não é secreto há um tempo. Simpatizo com a figura, com a força, com a ideologia, com as opiniões, com a política de Marina Silva. Mas não acho que Dilma e Serra sejam capetas em forma de gente. Já entrei muito em discussão política com amigos... Hoje, estou muito mais pro lado do "vou votar ali e se não concorda, foda-se!".

Não sou o tipo de pessoa que "caga e anda" pras pessoas. Pelo contrário. E acho que o mérito da questão não é esse. Você não está deixando a opinião do outro de lado. Simplesmente está aceitando que a sua é diferente e que, com os argumentos apresentados, vai continuar sendo. E que não adianta mudar a do outro, que vai ser difícil. (embora, em alguns casos, eu ainda insista nisso).

É aquilo... Opinião é como gosto.
E já dizia o poeta: gosto é que nem cu, cada um tem o seu.

Tanto a opinião quanto o gosto podem mudar. Podem se apurar, podem se transformar. Mas nem sempre depende do outro. Vai de uma vontade pessoal. A mudança de compreensão e a mudança de percepção dependem da vontade. E quanto maior a convicção, menor a possibilidade de uma mudança. Por isso, não adianta forçar.

Bem, era essa a reflexão que queria fazer...

Descontando os palavrões, esse texto tá meio sem pé nem cabeça. Meio solto... E tá meio "redação de colégio". Afinal, em que outro lugar fazíamos textos sobre temas gerais e colocávamos obviedades?

Mas é aquilo... Quis escrever. E me diverti colocando palavrões. Catarse total!

Você leu e não gostou?
Você discordou?
Foda-se!