sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tive pensando...



Tive pensando esses dias...

Como a Patrícia Amorim conseguiu convencer a CBF (lê-se Ricardo Teixeira) a reconhecer o título do Flamengo em uma reunião?

Por que torcemos mais contra o time alheio quando o nosso precisa mais da nossa torcida?

Se o Ronaldo tem hipotireoidismo e os sintomas são aumento de peso, desânimo, cansaço e sonolência, eu sofro do mesmo mal?... E o Dorival Caymmi, sofreu do mesmo problema?

Se todo mundo sabe que os bicheiros patrocinam as escolas de samba e o Jogo do Bicho é proibido, por que a Receita e a Polícia Federal nunca fizeram a Operação Carnaval?

Por que só lembramos da nossa escola de samba uma vez por ano?

Por que farão um Rock In Rio com sambistas, cantores de Axé, Pop e Hip Hop?

Por que continua se chamando Rock In Rio, se já não toca tanto rock?

Por que continua se chamando Rock In Rio, se já não é tanto no Rio?

Por que eu gostei mais de atrações do palco secundário do que do palco principal?

Quem será o convidado de Marcelo Camelo no último dia? (Mallu Magalhães não vale... Mallu Magalhães não é atração, é distração ou distorção).

Se o Roberto Carlos fechasse contrato com o Rock In Rio (afinal, Jovem Guarda é muito mais rock do que a Cláudia Leite), a Globo teria direito de exibir, cortar e destruir todos os shows em sua programação?

Se o Silvio Santos vendeu o Pan Americano, perdeu a Hebe, perdeu o Gugu, perdeu até o Pica-pau, por que não vende o SBT de uma vez? (Seria por que ele ainda não perdeu o Chaves?...)

Por que todos os jornais regionais estão ficando sensacionalistas?

Por que todos os programas da Rede TV! têm cara de "videotape"?

E quem escolheu esse nome redundante e com exclamação?

Se o Canal Viva só passa reprise, por que não se chama Canal Reviva?

Por que o (Re)Viva só escolhe produtos que tenham o Fagundes, as Regina/Gabriela Duarte ou o Marcelo Novaes?

Quem inventou que uma senhora sentada numa poltrona, fazendo gestos antes tidos como "obscenos" e querendo dar outro significado (preço!), seria uma boa pra vender promoções de supermercado?

Será que essa senhora vai se transformar na nova versão do 'garoto Casas Bahia'?

Se o Grande Otelo morreu há quase 20 anos, por que as Óticas do Povo insistem em um bordão que só tinha graça com ele?

Se o Grande Otelo é uma pessoa, por que não existe o Grande Elenco? (não pensei isso essa semana, mas juro que pensava quando era pequeno...)

Se o Wilson Grey é o ator que mais fez filmes no Brasil, por que a maioria das pessoas não sabe quem ele é?

Se tivéssemos enviado "O ano em que meus pais..." para o Oscar, ele teria tido melhor repercussão que O Filho do Brasil? Dois pais valeriam menos que um filho?

Se o Tropa de Elite não concorreu ao Oscar, como o Brasil fará a Academia escolher uma sequência?

Por que escolheram a Deborah Secco pra fazer a Bruna Surfistinha, se ela não tem nada de surfistinha (digo no sentido 'mignon gostosinha da perna roliça', porque no sentido do mar a outra também não tem nada)?

A Bruna Surfistinha pode ser considerada uma mulher honesta, já que ela preferiu assumir ser prostituta ao invés de conseguir dinheiro pelos mesmos meios e sem levar a fama?

Por que fariam um filme de uma suposta outra versão da história de Bruna Surfistinha?

Por que fariam um filme de uma suposta outra versão da história de Bruna Surfistinha com a mesma como coadjuvante?

Por que veríamos o filme sobre a Bruna Surfistinha, se já podemos ver o filme com a Bruna Surfistinha?

Por que procuramos um lugar ao Sol, se é na sombra que queremos realmente ficar?

Se existe morte após a vida, e existe vida após a morte, por que continuamos nos preocupando com o ovo e a galinha?

Jamanta comprou 200 gramas de heroína que pretende revender com um lucro de 20% graças ao “batismo” com pó de giz. Qual é a quantidade de giz que ele terá que colocar?...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vesti Azul

Um dia estávamos no trabalho e ouvíamos na MPB FM o show ao vivo do Tributo a Simonal, quando a nobre colega a minha frente, sociável e positiva, perguntou:
- Que diabo* é isso? Música de criança?
(* Eu sei... Ninguém mais usa esse termo... Mas uso diabo, porque a palavra usada na hora certamente foi mais chula)

"Mamãe passou açúcar nimim..."
"Papapapapa... Papapapapa..."
E outras onomatopeias e simulações instrumentais...
Ela não estava gostando do som, mas eu não me importava, pois já estou habituado (tanto com as músicas do Simonal, quanto com o fato da metaleira não gostar do som).

Eis que Max de Castro e Simoninha, os mestres de cerimônia, puxam uma música que faz minha colega fechar novamente a cara. Como sou uma pessoa altruísta e gentil, fiz o que minha personalidade solidária pediu... Com um sorriso aberto no rosto, comecei a cantar a música em alto volume e me embalar na cadeira, para que o ambiente de trabalho se elevasse. Um olhar de puro ódio veio em minha direção, como agradecimento.

Quem me conhece, sabe que essa relação é de sincera amizade.
Faço parte de um seleto grupo de amigos - com comunicação interna e reuniões um tanto irregulares - do qual fazem parte 11 nobres senhores com uma qualidade em comum: a escrotidão.
No melhor sentido que essa palavra pode ter...
Para honrar minha cadeira nesta instituição, sei que preciso exercitar diariamente minha característica mais expressiva.

O meu lado escroto revela-se na provocação e no deboche.
E quem me conhece sabe que, quanto mais intimidade, mais deboche virá.
Por isso, começar a cantar a música que desagrada o outro tem apenas dois objetivos: mostrar que, ao contrário da outra pessoa, eu gosto da música e, claro, descontrair... Nada melhor para descontrair do que fazer o inverso do que a pessoa espera. A irritabilidade intencional, quando compreendida, sempre transforma a cara amarrada em riso e traz aquela frase que um lodo quer ouvir: 'Você é muito escroto!'

Corta. Volta para narrativa...

Neste dia, saí do trabalho com a música na cabeça.
Poucos dias se passaram, até chegar mais um de meus dias rabugentos e pessimistas. Estava buscando um alento, prevendo mais um dia de trabalho árduo... Precisava transformar aquele dia. E a música voltou a tocar.



Joguei esse vídeo no Facebook e como pessoa totalmente influenciável e iludida, vesti azul. Minha sorte certamente iria mudar...

Cheguei no trabalho e, durante o dia, tudo aconteceu.
Umas três pessoas faltaram, trabalho acumulando, muitos pedidos.
E muita piada depois que contei o porquê da camisa azul.
"Minha sorte então mudou..." Pra pior.

Mas no dia em que minha sorte mudou pra pior, consegui encarar tudo com bom humor. Para isto, aquele azul serviu.
Não segui o dia maldizendo o azar... Apenas aceitei e ri.
Talvez tudo já estivesse programado e o azul melhorou a minha forma de encarar o dia.

Por que somos tão influenciados por superstições?
Por que achamos que nossa vida dependerá dessa ou daquela coisa?
Na verdade, não sei...

Só sei que, depois deste dia, não posso mais usar aquela camisa...
Uma camisa pólo com um azul vivo, indisfarçável.
Sempre tem alguém para me lembrar que minha sorte está para mudar.
E é batata.
Lembram da camisa, a coisa toda aperta e a sorte muda...

Da próxima vez, visto marrom.
Ou conheço antes o tal "brotinho" de olho azul, pra coisa toda fazer mais sentido.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Rio

Os puritanos podem chegar e dizer que samba em inglês não presta...
Podem dizer que não precisávamos disso pra ver nossa cultura crescer.
Blah, blah, blah.

Temos muitos argumentos pra defender a cultura brasileira.
Mas digam o que disser, é muito bom ver um pouco de cor e samba em produções internacionais. Ver o Brasil no mundo... E reconhecer ali um ou outro traço de brasilidade, mesmo que intencional ou ignorantemente esteriotipado.

No caso deste filme, digam o que quiserem... Eu não vejo a hora da estreia.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Epifania da Lua

Como ser humano, vivo a dúvida.
Como ser humano, busco sonho e presságio.
Mais que a esperança... Busco certeza.

Peço a Deus por um pouco de força e coragem.
Vivo um momento de seguir o meu caminho.
E já tomei a decisão de seguir para outro lado da estrada...
Mas será que dessa vez haverá outro muro?
Será que haverá chão até o fim?
E o medo?
Piedade ao careta. Piedade ao covarde. Senhor, piedade. Já dizia o poeta...
E depois de muito tempo de ansiedade e indecisões, consigo um dia de paz.

Chego em casa e ligo o computador.
Estou cansado. Procuro refúgio.
Estou seguindo para mais uma noite igual.
Eis que - mais uma vez - mergulhado em preocupações, me vejo no escuro.
Desta vez, um escuro real.
Escuro sem tecnologia e modernidade.
Escuro sem refúgios artificiais.
Escuro sem conotações.

Procuro então a mobilidade. A bateria. O fone de ouvido.
E música para o tempo que passará arrastado.
Deito na cama e imagino que o melhor é deixar o som trazer o sono.
A brisa é leve e não leva o calor.
O sono custa a chegar... E não é o suor que o mantém distante.
A culpa é da luz.

Mas a luz foi embora...
O prédio na frente compartilha as trevas.
O quarteirão inteiro está apagado.
Que luminosidade é essa que invade o quarto?

Chego na sala, também iluminada.
Da varanda, vejo pela primeira vez.
A noite já está no meio, mas não havia percebido que ela estava lá.
Branca como sempre.
Cheia e fabulosa.

Sento no chão e começo a encará-la. Estou só.
Já que não me deixará dormir, o melhor a fazer é contar com a companhia dela.
No ouvido, apenas o som da música. A vizinhança está calma.
E parece que, assim como eu, ela também precisa da minha companhia.

Piedade à inspiradora. Piedade à romântica.
Piedade àquela que antes dançava, e hoje foi esquecida.
Pois os amantes não têm mais tempo de notá-la.
Os poetas não buscam mais a criação da sua luz.
E os solitários não se refugiam em sua companhia.
Ficarei com ela.

Reflito sobre o presente e as aspirações.
Sobre o caminho.
Lembro do meu clamor por força.
E uma música começa a tocar...



"Pois o sol de um novo dia vai brilhar
E essa luz vai refletir na nossa estrada
Clareando de uma vez a caminhada
Que nos levará direto ao apogeu..."

Não é a luz do Sol, mas a luz está ali.
As lágrimas não tardam a chegar.
"Não era isso que você queria ouvir?"

A menina branca continua me olhando.
Começo a me sentir culpado.
Afinal, foi por mim que a luz faltou...
Um quarteirão inteiro às escuras, só pra que eu me encontrasse com ela.

Músicas calmas embalam nosso encontro.
Quando uma mais agitada começa a tocar, imagino festa no céu.
Eis ali mais que criação.
E a Mãe Natureza faz-se presente em outra canção.
Que começa a tocar...
(E eu, que nunca tinha parado pra entender, percebo que a letra também quer se encaixar)



"I wanna turn the whole thing upside down
I'll find the things they say just can't be found
I'll share this love I find with everyone
We'll sing and dance to Mother Nature's songs
I don't want this feeling to go away
"

Eu não quero ir embora.
E você permaneça onde está...
Pois o momento é único para nós dois.
Ela responde que sim. E fica mais luminosa.
Vaidosa de voltar a inspirar alguém.

As músicas seguem.
Os pensamentos seguem.
A noite segue.
Horas se passam...

Começo a pensar...
E se ela for ciumenta?
E se ela não quiser que as coisas dêem certo, porque quer mais momentos como esse?
Não, minha querida. Não peça por isso.
Você tem todo o universo.
Milhões de olhares aqui embaixo, que embora esquecidos, poderão voltar a te perceber.
Torça por mim. Que eu, na minha simplicidade e pequenez, consiga realizar alguns sonhos.
Prometo que lembrarei de você.
O seu brilho será a luz da minha vitória.

A reflexão segue.
Percebo que o prédio da frente não deixará que eu a veja por muito tempo.
Ela parece dizer a mesma coisa.
Está chegando a hora da despedida.

Celebremos este momento.
Façamos dele um pouco maior.
Vamos dançar em pensamento.
Nós e todos que presenciam esse momento.
Estejam onde estiver...
E não é que outra música toca pra que a festa se faça presente?



"Sexy Kung Fu Fighter
Let me take you higher"

Ela sabe que não luto Kung Fu.
Mas guerreiros estão aí... Na vida.
E hoje, foi ela que me levou mais alto.

Ah, não. Lá está indo ela...
Neste final, nuvens começam a encobri-la.
Até então, ela mostrou-se inteira.
Agora, começa a se esconder.
Talvez não queira que eu a veja triste...
Menos luminosa.
Adeus, garota.
E obrigado por clarear minha vida quando eu mais precisava.
Obrigado a Ele e a todos aí em cima, que participaram desse encontro.

E ela desaparece por trás do prédio...

Levanto-me.
Vou a cozinha e bebo um copo d´água.
Vou ao banheiro. Escovo os dentes...
E sigo para a cama.

Continuo ouvindo a música, agora sem muito significado.
O sono começa a chegar.
Vou apagar... Minha luminosidade também se foi.
Mas antes de adormecer, um último suspiro.
Um último som.
O boa noite.
Antes de me desligar do mundo...
Ela se faz presente com o beijo final.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Uma verdade inconveniente

No meu atual trabalho, é oferecida aos funcionários, de vez em quando, a oportunidade de assistir a um filme durante um dia de trabalho. Para que os funcionários não percam duas horas de trabalho, ou uma hora de almoço e outra de trabalho, o filme é quebrado em duas partes, sendo exibidas em dois dias. Três filmes são sugeridos para votação.

Ainda não vou entrar no mérito deste tipo de ação dentro da empresa...
O que quero é falar do filme.
Desta vez, a disputa pela exibição ficou entre três documentários sobre as consequências do aquecimento global... E o vencedor foi 'Uma verdade inconveniente'.

O documentário, vencedor do Oscar 2007 e dirigido por Davis Guggenheim, é baseado nas palestras de Al Gore pelos EUA e pelo mundo, abordando a interferência nociva do homem no meio-ambiente e os efeitos dessa intervenção.

Não foi o filme que eu escolhi, mas fui assistir assim mesmo.
Ontem, vi a primeira parte... Hoje, verei a segunda.
E mesmo antes de ver o final, já quero escrever sobre ele.

Esse não é mais um assunto inédito. Não é uma informação nova. Estamos acostumados a ver e ouvir falar do aquecimento global e já encaramos como um problema real. Mas a questão está justamente aí... Não é informação nova e estamos acostumados.

O filme é extremamente didático, porque a palestra de Al Gore é didática. E acredito que, ao mesmo tempo que pra uns pareça 'chato', é exatamente este didatismo que causa comoção. Porque o filme não deixa de mostrar a tragédia climática pelo prático, por imagens reais dos efeitos, mas comprova para os muito acadêmicos que não se trata de brincadeira ou "viagem de hippie".

O filme e a palestra em si são explicitamente direcionados ao povo e às autoridades americanas. Embora mostre os efeitos mundiais, fica claro que o filme quer tocar o americano. Quer mexer com a maior potência mundial, lembrando que existem males e preocupações maiores que o terrorismo e que o mundo precisa de ações imediatas.

Propositalmente, o filme mostra imagens antigas de políticos considerando a causa ambientalista uma besteira. Lembrei que, no Brasil, também foi assim... O Partido Verde, que - a meu ver - ganha cada vez mais razão de existir, sempre foi considerado o partido dos doidões. A imagem era confundida com os macrobióticos, naturalistas, vegetarianos, maconheiros ou mais diretamente com a do Gabeira. E nunca foi levado muito a sério...

Ontem, vivi mais um momento de reflexão profunda durante o filme.
E, curiosamente, o incômodo maior veio com a sessão em si.
Agora sim, voltando à atividade, não precisa dizer que o momento do cinema é sinônimo na empresa de trocar trabalho por lazer. São duas sessões diárias, que acontecem no horário do almoço de cada turno, dividindo os funcionários. Eu trabalho na parte da tarde/noite e, por isso, o meu horário é o mais vazio. Mas como eles sempre oferecem um lanchinho, muita gente entra e sai do auditório para comer.

É engraçado como as coisas ficam claras...
Foi vendo aquele entra e sai de pessoas que tive a real noção do filme de Al Gore. E da missão difícil que ele tomou pra si.

A maioria das pessoas se assusta com as imagens dos slides, com os dados dos slides, mas fazer com que elas deixem suas vidas de lado, seus desejos, anseios, sonhos, além de sua vontade de matar trabalho ou comer biscoito e beber suco de graça, ao ponto de se engajar na causa, é quase impossível.

O filme mexeu comigo de uma forma bem pessimista.
Por mais que vejamos solidariedade em tragédias como a da região serrana do Rio, sei que a ação é pautada mais pelo sentido de não se sentir desumano do que por uma preocupação real. Ou, se é preocupação, é mais pela proporção da tragédia. Mas estamos acostumados com o deixar rolar... Com o "não posso fazer muita coisa". E vamos nos deixando levar. Daqui a algum tempo, se pedras rolarem em outro canto do Brasil, com um número de vítimas menor, vamos ver menos gente se mexendo pra ajudar. Afinal, a tragédia não é tão grande assim.

Outro dos pontos altos do filme é mostrar o crescimento da população nos últimos 50 anos. A Terra não estava esperando por isso... Não temos como sustentar tanta gente. Nessse momento pensei mais uma vez em toda política pública ausente nos quatro cantos do mundo. Toda falta de controle. No Homem querendo crescer, expandir, descobrir, explorar, criar e, principalmente, procriar, sem controlar seus atos. A nossa liberdade e o nosso direito de fazer o que quiser indo muito além da liberdade do alheio, do que está em volta. A nossa. O meu. O Eu.

Um dia, ouvimos dizer que o ser humano é o vírus da Terra. Porque destrói e cresce exponencialmente. Hoje, temos certeza disso. O mundo está doente pelo descaso e o egoísmo do ser humano. Como toda ação gera uma reação, temos agora a forma como a Natureza encontrou (e é explicada no filme) para se curar desse mal. Ao ver tantos sinais e ver tanta gente ignorando esses sinais, só um sentimento pode existir: que se dane o Homem. Venha Sol, pode queimar. Venha chuva, pode afogar. Venha mar, pode inundar. Venha neve, pode congelar. Venha vento, pode destruir. E quem não for afetado, que continue comendo de graça, negando a informação, achando exagero, até a próxima estação.

O último que se salvar, apague a luz, por favor.
Afinal, energia é caro e a conta é alta no fim do mês.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O indubitável

Não sei fazer poesia...
Sempre que tento, soa pueril.
Soa óbvio.

Não sei rimar...
Nem mesmo pra letras de música.
Soa forçado.

Sei que a autocrítica é destrutiva.
Mas quando não há vocação
Não há dúvida.

Não sei conotar...
Nem mesmo no dia-a-dia
Tudo é noite

Não sei fazer poesia...
E isso é triste, aleija
O meu jeito agoniado

Pois a poesia existe nos outros
Mas eu existo, e não sei expressar
Não há dúvida.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

No dia em que eu virei um NET

No dia em que eu virei um NET, eu ainda era bem novo... Não conhecia a maioria das pessoas que conheço hoje.
No dia em que eu virei um NET, eu gostei de saber que poderia ver uma programação maior...
No dia em que eu virei um NET, eu não sabia que não teria tempo de ver metade do que gostaria de ver...
No dia em que eu virei um NET, eu não sabia que não me interessaria pela maior parte da programação...
No dia em que eu virei um NET, eu não sabia que o sinal ia cair e eu ficaria irritado ao telefone, esperando atendimento.
No dia em que eu virei um NET, eu não sabia que eles agendavam pra vir consertar ou instalar pontos... E que teria que esperar quase um mês, se não houvesse ninguém em casa na hora que eles podiam.

Mas eu vi filmes sem ter que pagar 18 reais no cinema, vi várias séries - antes de aprender a baixá-las, vi o cinema brasileiro de diversas épocas, vi programas de humor diferentes, vi o Pablo no Futura, o Ary na MTV, vi programas antigos no Viva.
No dia... No dia... Em que eu virei um NET.

Ainda vou colocar no balança o custo X benefício...
Vou pensar se valeu a pena acompanhar desde o início.
Se vou pagar menos ou mais pelo serviço da concorrência
Se continuo no telefone, trabalhando a paciência
Se uso só o computador para ver a programação
Ou se assumo que já passou da hora de fazer televisão.

No dia... No dia... Em que eu virei um NET.

OBS: Segue video encontrado no Youtube...
Muito bom. Mais criativo que o meu texto, sem dúvida.
(Pô, cara... Mas o meu foi só reflexão.)