segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Blog e a curiosidade sobre a vida alheia

Sempre que escreve em seu blog, uma amiga minha pede no Facebook para que os seguidores leiam e comentem.
Eu não tenho o hábito de pedir comentários, mas também divulgo o meu blog por lá...
E, no fundo, fico na expectativa para que os textos gerem algum tipo de repercussão.

Poucos são os que usam a ferramenta apenas como diário...
Todo mundo que tem blog, divulga, porque quer ser lido.
Não é para isso que serve? Para colocar e dividir pensamentos?
Blog não é diário... Diário é pessoal. Não pede para ser publicado.
Quem quer fazer diário, escreve pra si. Escreve no Word... Escreve no papel.
Quem diz que usa blog para si é porque, no fundo, quer que alguém um dia leia (muitas vezes, alguém bem específico) ou porque gosta de correr riscos...
Afinal, por mais que não seja divulgado, está exposto.

Mas, se pensarmos bem, é loucura a criação de um blog.
A concepção de um canal apenas com pensamentos seus... Ou um canal de assunto de interesse seu em que você resolve ser o jornalista e divulgar ou criticar... Ou um canal de exposição sobre sua obra ou seu cotidiano... Ou tudo isso em um só canal.
Um canal que, no fundo, traz o ego do criador. Um é criado para massagear o outro.

Calma, calma...
Não quero desmerecer nenhum blog conhecido ou desconhecido.
Nem a intenção das pessoas por trás deles...
Alguns estão desabafando, usando o canal como divã. Outros querem escrever porque são escritores em potencial ou jornalistas formados e querem desenvolver o talento, talvez por falta de oportunidade (de atuar na área ou de escrever sobre o que gosta). Outros estão desenvolvendo um canal sobre aquilo com que querem trabalhar.
E a maioria ficaria feliz se o blog virasse um negócio, se rendesse dinheiro.

Não desmereço a intenção de ninguém.
Acho interessante ler e me inteirar da vida das pessoas pelos blogs.
Ou ler poesia, textos emotivos, contos, me informar com a crítica de um amigo, ver o que as pessoas têm aprontado... E, de alguma forma, me sentir mais próximo das pessoas que escrevem.

Mas aí chegamos em outro ponto: a velha curiosidade sobre a vida alheia.
Vivemos uma época de exposição e observação. Todos querem vasculhar... E por mais que queiramos nossa privacidade, sabemos que, para chegar a algum lugar, mesmo que apenas à evolução pessoal, precisamos expor... Colocar pra fora vida, trabalho, inspiração ou opinião.
Nem que seja um pouco...

Claro, existem os que não têm blog... Que dizem que não têm nada para expor. Ou aqueles que afirmam não ter a necessidade de se expor... Que não deixam se levar por essa mania moderna de espetacularizar o indivíduo. Essa vontade doida de querer aparecer... E geralmente falam isso com um orgulho narcísico, um ar de superioridade, querendo mostrar que são melhores, mas, por isso mesmo, mostrando que não são.
E esses, no fundo, não têm blog por preguiça mesmo.

O que podemos concluir?
O blog é nocivo pois instiga a necessidade agressiva de escancarar a vida das pessoas? Pois estimula o voyeurismo sem medida e a cultura do espetáculo, além de colaborar para a dependência virtual?
O blog é benéfico porque democratiza a escrita, publicando opinião e textos sem depender de editor ou meio de comunicação? Porque expõe e desenvolve talentos, além entreter?

Nem totalmente 8, nem simplesmente 80.
A ferramenta não é essencialmente ruim ou boa.
Depende apenas do uso que cada um faz dela.

E cabe dizer: escrevi esse post porque não tinha o que escrever.
Foi feito apenas para movimentar o blog.
Agora, vou divulgá-lo no Facebook.
Porque, mesmo que não vire um negócio, eu quero que seja lido.
Vou e volto daqui a uns dias para expor um pouco mais.
Até lá, estarei seguindo os blogs amigos.
Quem quiser, me encontra por lá...

OBS: Vale dizer... O Na Veia, embora seja blogspot, é de um programa de rádio independente. Vai um pouco além do blog.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Era um vez...

... um autor de novelas chamado Sílvio de Abreu.
O cara escrevia cenas engraçadas, histórias que prendiam o público.
Guerra dos Sexos, Cambalacho, Sassaricando, Rainha da Sucata, A próxima vítima etc.

A internet afastou o público de novelas. Hoje, só vê quem realmente gosta. Isso é certo...
Sinal dos tempos?

Sim, eu assumo. Eu vi algumas novelas... O folhetim faz parte da vida do brasileiro. E quem nunca tiver assistido, nunca tiver gostado de uma história, que atire a primeira pedra.
Mas há alguns anos eu deixei de acompanhar novelas. Não tenho tempo... E mesmo que tivesse, provavelmente não veria. (Talvez Tititi, que é mais nostálgica e me parece mais bem escrita... Mesmo assim, longe de "acompanhar" a novela).

O fato é que basta assistir uma cena ou outra das novelas de hoje para ver que a coisa está diferente.

Navegando pelo Youtube, alguns links para vídeos da Marisa Orth foram oferecidos. Entrei em um e encontrei as cenas a seguir. Foi este vídeo que me fez refletir sobre tudo isso...

Uma série de cenas simples, leves e que movimentam a trama. Divertem, aliviam a tensão da história principal... Mostram que Antônio Fagundes era aproveitado mesmo em papel secundário (hoje o cara pena com uns protagonistas fracos), a estreia sensacional de Marisa Orth, Claudia Raia em um dos primeiros destaques depois da Tancinha e o geração 80 André Filippe, hoje André Mauro.

Vale a pena ver de novo:


Para quem quiser mais, procure pela Nicinha. Têm cenas hilárias com o Flávio Migliaccio (Como é duro ter uma filha biscate!) e dela cantando...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

De novo, a política...


Não, não quero mais polemizar. Embora pareça...
Nem quero fazer propaganda de partido ou candidato.
A campanha no rádio e na TV está começando hoje, mas já estou acompanhando essas eleições há tanto tempo que já estou cansado.

Só venho colocar uma dúvida...
Será que os opositores de Dilma Rousseff acham mesmo que vão conseguir convencer os indecisos e os seguidores da candidata do PT com e-mails e mensagens difamatórias?

Não sou eleitor de Dilma e não digo isso em defesa direta dela... Digo isso como cidadão contemporâneo. Como brasileiro e incluído virtual. Diariamente recebo e-mails e notícias em redes sociais apontando o dedo e fazendo terror. São relatórios de vida pregressa da guerrilheira política ou pedidos encarecidos, apontando o fim do mundo caso ela seja eleita.

Não sei quanto ao resto do Brasil, mas estou bem cansado disso.
Seja para Dilma, seja para Serra, seja para Marina ou mesmo para Plínio (sim, depois do primeiro debate, ele entrou verdadeiramente na corrida).

Esse tipo de marketing é fraco e não funciona mais.
O mínimo que se pensa é: não tem argumento e partiu pro ataque.

Não vou entrar no mérito da qualidade dos candidatos ou possíveis futuros presidentes. A vivência de Dilma como braço direito do atual presidente. A maior experiência política de Serra e Marina. A experiência de vida de Plínio (ehehe). Todos são anjos e demônios. Cada qual com seu plano de governo, usando de discursos distintos - uns batidos, outros rebatidos... Nós já vimos este filme. Assim como já deveríamos estar cansados de saber que sempre haverá buracos e o que atacar em cada um... Nenhum deles saiu do forno perfeito, pronto para governar o Brasil.

Nestas eleições, estou mais tranquilo...
Cada partido fez a sua escolha e, dentro delas, também estou fazendo a minha.
E quem quiser que faça a sua.
Espero que de forma refletida, consciente, acompanhando a campanha, por mais triste que se torne. Mas não estou mais interessado em fazer a cabeça de ninguém.

Não estou propondo que os outros façam o mesmo...
Escolheu a Dilma, divulgue o programa dela.
Preferiu o Serra, mostre as propostas dele.
Gostou mais da Marina, repasse o conceito da campanha.
Achou o Plínio o melhor, ria das piadas e descubra o que está além...
E os outros candidatos? Nós conhecemos?... Ou realmente não têm vez?
Nenhum presta e não merece voto? Se a escolha é consciente, anule.
Só não quero mais ver alarde e histórias de lobo mau.

Já passou da hora do processo político e dos eleitores amadurecerem no Brasil.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Doe Palavras II


Baseado no projeto acima, trago mais doações de palavras!
Obrigado a todos que mandaram!


"Escreveu Gonzaguinha, "Felicidade, eu quero andar na vida namorando você". Sua filha Amora, porém, certa vez declamou Pedro Rocha: "o melhor do namoro é quando ele acaba" e, seguidamente cantou o pai, "meu amor, eu quero é namorar, a vida é linda!". Não acho que estejam errados ou tão pouco contraditórios.

A felicidade é muito mais um estado (de espírito ou não) do que uma característica permanente. A maior parte da humanidade está ou esteve feliz e não o é.

Portanto, nosso namoro com estimado sentimento é uma sucessão de idas e vindas, e, em seu término, encontramos o ápice consistido em reconhecer que havíamos sido, de fato, felizes. Diante disso, o que mais queremos é namorar novamente, para que estejamos felizes de novo, e que em eu término enfim fiquemos com o seu melhor: a lembrança e a preparação para que estejamos novamente."
(Ensaiando o Ensaio da Felicidade - Laura I. Salerno)

"A sorrir eu pretendo levar a vida
Pois chorando eu vi a mocidade perdida
Finda a tempestade o sol nascerá
Finda essa saudade, hei de ter outro alguém para amar"
(O Sol Nascerá - Cartola)

Doações de L.I.S.



"As palavras afetam a atitude, e a atitude afeta o desempenho. Portanto, certifique-se de que suas palavras são positivas, porque o que entra influencia a perspectiva, a perspectiva influencia o que sai e o que sai determina o resultado."

(Autor não mencionado)
Doação de Tatiana Almeida



"Quando ouvi o sábio astrônomo;
Quando demonstrações e números, em colunas, me foram apresentados;
Quando me mostraram gráficos e diagramas para que os somasse, dividisse e medisse.
Quando, eu sentado, ouvi o astrônomo, na sala de palestras onde falava com muito apaluso,
Tão cedo, inexplicavelmente, fiquei enjoado e cansado
Até me levantar e sair dali.
Eu vaguei sozinho,
No ar místico e úmido da noite e, de vez em quando,
Olhava para cima em completo silêncio,
para as estrelas.

(Quando ouvi o sábio astrônomo - Walt Whitman)
Doação de Eduardo Naddar



"No fim tudo dá certo. Se não deu certo ainda é porque ainda não chegou o
fim."

"Saudade é o amor que fica."

(Domínio público)
Doação de Marcelo Muniz


"Metade de mim
Agora é assim
de um lado a poesia, o verbo, a saudade
do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim

E o fim é belo, incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar."

(O anjo mais velho - Fernando Anitelli)
Doação de Renata Maior



" Não há melhor lugar para se morar do que na alegria!"
(Retirada da peça “O que eu gostaria de dizer”, da Companhia Brasileira de Teatro e baseada na obra de Gonçalo M. Tavares)
Doação de Anna Cecilia Fontoura



"Heard a man on the radio today,
Must confess I disagreed with what he had to say.
How can he not believe that God is real,
I don't understand how he could feel that way. When
There's earth air water and fire.
So many different flowers, sunshine and rainshower,
So many differnt crystals and hills and volcanos.
That's how I know that God is real
(all of this is not by chance)

In Saint Lucia, I jumped in the water.
For the first time I understood its power.
As I swam, I was cleansed.
If I had any doubts, this experience cleared them.
Now I know for sure that God is real.
I know that it's the truth by the way it feels
Cause I saw starfish and sponges,
Fish and black trumpets,
So many different colors I stayed
Out there for hours and I only saw a fraction of a fraction,
Of the deep of the deep,
Of the great blue wide.
It Brought a tear to my eye.

We're made of the same stuff as the moon and stars.
The ocean's salt water just like my tears are.
You feel me the sun rises and sets everyday without fail

That's how I know that God is real
(all of this is not by chance),

Earth, air, water, and fire
That's how i know that God is real"

(God is real - India.Arie)

"Uma pirueta
Duas piruetas
Bravo, bravo
Superpiruetas
Ultrapiruetas
Bravo, bravo
Salta sobre
A arquibancada
E tomba de nariz
Que a moçada
Vai pedir bis

Quatro cambalhotas
Cinco cambalhotas
Bravo, bravo
Arquicambalhotas
Hipercambalhotas
Bravo, bravo
Rompe a lona
Beija as nuvens
Tomba de nariz
Que os jovens
Vão pedir bis

No intervalo
Tem cheirim de macarrão
E a barriga ronca
Mais do que um trovão
Quero um prato
Cê tá louco
Quero um pouco
Cê tá chato
Só um pedaço
Cê tá gordo
Eu te mordo
Seu palhaço
Olha o público
Cansado de esperar
O espetáculo não
Pode parar

Vinte piruetas
Trinta piruetas
Bravo, bravo
Polipiruetas
Maxipiruetas
Bravo, bravo
Sobe ao céu
Fura a calota
E tomba de bumbum
Que a patota
Grita mais um
Que a patota
Grita mais um

Dez mil cambalhotas
Cem mil cambalhotas
Bravo, bravo
Maxicambalhotas
Extracambalhotas
Bravo, bravo
Salta além
Da extratosfera
E cai onde cair
Que a galera
Morre de rir
Que a galera
Morre de rir

Ai, minhas costelas
Já tô vendo estrelas
Bravo, bravo
Ai, minha cachola
Não tô bom da bola
Bravo, bravo
Lona... nuvens
Tomba no hospital
Uma pirueta
Uma cabriola
Uma cambalhota
Não tô bom da bola
E o pessoal
Delira...
Maxipirulito...
Ultravioleta...
Bravo, bravo"

(Piruetas - Chico Buarque)

Doações de Simone Vieira