segunda-feira, 30 de maio de 2011

Tudo é possível...

Deixar uma mensagem positiva.
Por incrível que pareça, esta tornou-se a máxima do blog rabugento.

Já me disseram algumas vezes que não sou rabugento.
Mas sei que tenho os meus muitos momentos de rabugice.
Em todo caso, sou aquele que está sempre buscando renovação.
Inclusive de humor.
Nem sempre encontro, mas a busca por si só já é muito válida.

Hoje resolvi deixar apenas a mensagem do Estereograve.

Há dois meses livrei-me de uma "algema invisível".
E recomecei... Do início (o que é uma redundância, mas como nem sempre fazemos... Geralmente, tentamos recomeçar do meio e insistir em erros).

O caminho voltou.
E tive uma conversa boa naquele momento, com um amigo que também recomeçou.
Foi importante ver que ainda existem pessoas que tentam manter-se vivas.
Manter a sanidade, a criação e as possibilidades.

A sorte é importante.
Mas continuo tentando trazê-la, ao invés de esperar por ela.
"Mostrando ao destino o que é melhor..."

O mundo nos espera outra vez...



OBS: Música de estúdio sobre imagens de show... Sem ser um videoclipe. Porque o importante é o que ela diz...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Paul McCartney, família e outras presenças

Meio tarde pra falar do show do Paul McCartney.
Meio tarde pra falar da alegria do dia.
Mas vale lembrar alguns momentos.


Domingo, eu estava lá.
E várias outras pessoas... Milhares.
Mas as pessoas que trazia comigo não eram muitas.
Além da família Braga, bem representada por mãe, irmã, cunhado, tios e primos, meu avô também foi conosco. Porque não teve como deixar de lembrar dele, vendo filhos e netos reunidos. Minha avó ficou em casa, porque não tem mais idade para sair por aí, pegando metrô, correndo por plataformas de trens. Além disso, show de rock é para a juventude. Mas meu avô esteve lá, de alguma forma.

Além dele, quem apareceu também foi a Cássia... Ouvir "I´ve got a feeling" e "Get Back" da voz de um beatle já é lembrar dos Beatles. Mas as versões da Cássia Eller foram comigo. Considerando que há 21 anos ela não era conhecida, e sem saber se ela conseguiu ir àquele show no Maracanã, tive a certeza de que ela era uma que deveria estar por ali, aproveitando a chance de ver um beatle no Brasil. Provavelmente, estava circulando pela pista prime, pra ver mais de perto. Entre alguém que segurava uma plaquinha com um "Na", e outro que soltava balões.

O próprio cantor lembrou de alguns que estavam por ali... George, John. E, embora esteja de casamento marcado e tenha evitado fazer citações, a "gatchinha" Linda.

Mas teve outra que apareceu.
De início, amarelada pelos holofotes no horizonte. Apontada por alguns e vista apenas do lado Oeste do estádio. O lado que não teve ingressos esgotados nos primeiros minutos de venda. O lado em que eu não estaria, se os ingressos não tivessem esgotado.

Depois de aparecer e ser vista, ela subiu, branca e minguante, mas quase toda à mostra. Para quem quisesse ver... Assistiu ao show e, quase no final, sumiu da minha vista.

Engraçado como ela aparece nos momentos mais marcantes.
E todos, com música.
Ela deve gostar mesmo de música...

Dessa vez, não pude prestar atenção nela. Não tinha como...
Mas, vez ou outra, era inevitável encará-la.
E o momento mais forte, aquele que a memória guardou, foi exatamente o momento que me dei conta da presença dela... E uma música, como sempre, começou a tocar.



Mas a emoção maior do show foi mesmo o próprio show.
Tantas músicas conhecidas.
Cresci ouvindo Beatles e a carreira solo do Paul, por influência direta da minha mãe.
Por isso, foi um "show-família".
Músicas familiares, cercado de familiares.
Marcante, como poucos...

Espero que meu avô, a Cássia e a Lua tenham curtido tanto quanto eu.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Fim de encontro: pra salvar o coração...

Vi um vídeo agora que me lembrou fim de encontrão.

Quem viveu fim de encontrão sabe do que estou falando...
O Encontro em questão é com Cristo.
Tem um significado religioso.
Mas não digo que tenha sido porque a música fala em oração que me lembrou fim de encontrão.

Na verdade, o sentido do que falo não é religioso. Embora possa ser considerado.
Porque, a meu ver, Deus está na alegria. No amor.
Mas não quero que isso se torne mensagem religiosa.
Não quero falar apenas pra quem acredita.
Porque o sentido real do fim de encontrão é outro.

Fim de encontrão é a emoção.
Uma emoção boa...
Uma vontade de beijar postes, de abraçar o inimigo, de dizer ao amigo do lado o quanto ele é importante. É a sensação do bêbado... Sem a necessidade do álcool.
É a alegria da partilha.
É uma alegria maior só por estar vivo.
É a alegria de ser vida.

E acho que muitas outras coisas podem gerar essa alegria.
Não é só o fim do encontrão.
O vídeo, a música, a festa dos músicos me passaram um pouco disso.

Todos os dias poderiam ser assim.
Mas a emoção diminuiria...
E é por ser uma sensação rara que se torna boa.
Não vira cotidiana.

O importante, acho eu, é não deixar a emoção ser esquecida.
E buscar, aproveitando os momentos que são de fim de encontro.
Pra, é claro, salvar o coração!



O início é morno...
E a música repete.
Mas vai ficando melhor, melhor...
Vejam até o fim.
Que o fim do encontro está lá.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Retrato Falhado



Curta de André Warwar, com roteiro e atuação de Celso Taddei.
Baseado no conto de Zé Dassilva.
E grande elenco.



Acabo de chegar do lançamento do filme.
A história tem sua boa dose de humor, ironia e a produção é de qualidade (direção, arte, fotografia...).

...Até aqui, estou sendo um crítico moderado, sem bajulações.

----------------------------------------------

...Mas a partir de agora, inevitável misturar o emocional.

Trabalhei com o André há muitos anos.
Foi uma das poucas pessoas que me deram um sim no mercado competitivo do audiovisual.
Mesmo sem ter segurança em quem estava chegando, sem indicações ou portfólios, ele, Alice e, de certa forma, o Léo acreditaram no sonhador.
Fui e sou grato até hoje.

Não encontrei o André, ou o Warwar, na maioria dos anos que se passaram.
Na confusão de estreia, foi inevitável apenas a troca de sorrisos, um abraço rápido e um parabéns.
E enquanto ele discursava, antes da exibição do filme, fiquei pensando no salto do tempo.
Na elipse...
No fade.
A vida passa, nos afasta das pessoas e, quando vemos, elas "cresceram".

Não pude deixar de ficar feliz com a evolução do diretor e com a certeza de que as coisas vieram para ele. Cinema cheio, aplausos...
E o mais importante, um filme novo "na lata".
Sonhos dos tempos de dureza merecidamente concretizados...

E a felicidade de agora é, também e simplesmente, por perceber que as coisas vêm.
Saí com a vontade de poder viver mais momentos assim... De partilha.
Encontrar mais pessoas que passaram por esse meu filme e constatar que elas estão bem... Que os personagens evoluíram, seguindo seus objetivos, na direção do 'final feliz'.
Isso também me dá esperança de que a história me leve para onde quero.
Ou, ao menos, para onde preciso ir...
(Sei que a vida são momentos e que o ser feliz é poder seguir, sem final. E todo aquele papo de auto-ajuda. Mas vocês entenderam a metáfora...)

Como não existe uma forma de incentivo à exibição de curtas-metragens - além de festivais, do Canal Brasil e da TV Brasil - não sei quando e onde o filme poderá ser visto.
Não posso indicar o cinema, a sala...
Mas, assim que souber de uma oportunidade, divulgo pelos meios sociais.
Aguardem.

Ao André, desejo que este seja apenas mais um passo de um caminho maior...
Apenas mais uma sequência da primeira metade do longa-metragem.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Vivendo o passado


Outro dia revi no Canal Viva, depois de muitos anos, o Viva o Gordo.
Lembrava de alguns personagens...
As reprises exibidas em Videos Shows e Youtubes ajudaram a não esquecer.

Lembrei da minha época de colégio.
- Sim, tenho uma idade avançada e cheguei a ver o Viva o Gordo já na época do colégio (muito pequeno, quase no maternal, mas via...)
Lembro que era o último programa de segunda-feira... Eu assistia e ia dormir.

Minha memória, pra variar, viajou...
E lembrei de outros momentos da época de colégio.
Uns bons, outros nem tanto...
- Acordar cedo para as aulas de inglês;
- Acordar cedo para as aulas de natação;
- Acordar cedo para ir pra casa da minha avó e ficar vendo TV até a hora do colégio;
- Férias escolares na vila, no clube, nos plays;
- os dias de sol e suco no lanche das 10 da manhã;
- o dia de chuva que fui para a natação e uma onda me engoliu no meio da rua (Eu lá, míope como uma porta e molhado da cabeça aos pés, e a motorista do carro que formou a onda pára pra oferecer um lenço de papel... "Para secar o óculos...")
- Festas nas casas dos colegas;
- Festas de aniversário ou de fim de ano na vila da minha avó (lembro mais da expectativa que das festas em si).

Pensando em qualquer época do passado, constato que sinto saudade de lugares...
A vila com árvores, plantas e canteiros, cheiro de terra e chuva.
A casa da avó com sala de TV aos fundos, sala de costura com mesão para os deveres de casa e gosto de guaraná Antárctica na cozinha.
A casa da tia com TV e vitrola ligadas no armário de livros, cozinha cheia e a família distribuída pelos cômodos em dia de festa.
A casa dos amigos com músicas brasileiras pelos quartos, TV Educativa e brinquedos diferentes nas estantes.
A escola primária com teatro, alfabeto e trave sem rede pra se pendurar.
O colégio com as expulsões das aulas de música, brincadeiras coletivas no pátio e cheiro de álcool nas provas.
O Princesão e suas escadas, pátio e quadros negros com "tablado".
A igreja do bairro com muros pra conversar, vozes em deslocamento e espaços para vivência e conflitos.
A igreja do bairro vizinho, com jovens em deslocamento, atividades pastorais e conversa pelas escadas de cimento, nas tardes de domingo ou nas primeiras horas dos encontrões.
A faculdade com encontros na "piscina", perspectivas em laboratórios e corredores e atividades culturais.
O trabalho, com balcões, vitrines, sofás, mesas de escritório, baias, câmeras, projetores e computadores.
Os karaokês das terças-feiras na Far Up.
Gordon, Tivoli Park, Drive in, Cine Ópera, Resumo da Ópera, Maxim´s, Kemp´s, Calamares, Ballroom...
E outros lugares que não existem mais.
Mas que ficam.

Há quem diga que não se vive de passado.
Há quem diga que vivemos o presente, mas somos feitos de passado.
Há quem diga que o passado ainda está acontecendo.
Depende do ponto de vista.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Só nos resta viver...



Um clássico.

Nunca tinha ido a um show, até que uma amiga, Ludmila Constant, ganhou convite da MPB FM e me chamou para ir com ela. Acho que já faz mais de uma década...

Já conhecia algumas músicas como essa... Mas tinha a visão batida e preconceituosa.
Ângela Ro Ro não era sinônimo apenas da mais assumida "sapatão" da MPB, mas de drogas, confusão e escândalo.

Fui ao show, sentamos na frente e descobri uma irreverência e um desprendimento que são apenas dela.

Sem demagogia e falso moralismo... Foi bom ela ter deixado os excessos de lado, para poder mostrar um pouco mais de quem é. Quem tiver a oportunidade e não tiver "medo" (o incômodo de quem se importa mais com a vida alheia), vá a um show de Angela Ro Ro. Ela é escancarada e, geralmente, fala das porradas que levou e leva da vida. E tudo mais o que vier à cabeça. Mas, da forma dela, ensina muita coisa em cima do palco.

Trocadilhando... Aos fracos de alma, sem paz e sem calma (que no fundo, somos todos), ajuda a ver que só nos resta viver.