sábado, 27 de março de 2010

O que é que tá faltando?

Ás vezes, como uma mãe, a vida nos prega peças.

Aquele momento que a gente encontra a pessoa perfeita...
Ou, ao menos, aquela que a gente acha que é perfeita pra gente.
E a gente acha que finalmente vai completar uma lacuna.
O sorriso cresce!

Mas um dia a gente descobre que não era perfeito pra ela...
O drama se inverte. Ela vai embora e a gente sente um vazio.
A gente sente que tá faltando alguma coisa.
A pessoa recuou... E o nosso sorriso sumiu.

Mas o importante é a gente enfrentar a vida de frente.
Deixar o riso se abrir novamente.

E se ela quiser voltar com você?

Paulo Gustavo dá a resposta:

domingo, 21 de março de 2010

Deu na telha e vou postar um outro achado

E por falar em vídeo de Youtube...
Navegando pelo site, procurando músicas de Maria Gadu (na época que conheci a cantora), conheci uma outra artista, de versões caseiras e acústicas... Versões que achei bem legais.

De lá, conheci o blog dela.
De tempos em tempos entram uns textos pessoais... Uns textos bem inteligentes.

Conheci uma outra artista.
Uma que busca interpretar e expressar a vida com um ponto de vista bem singular.

Vejam, leiam, ouçam, sintam e tirem suas conclusões.



Canal: http://www.youtube.com/user/lilbranadian
Blog: Deu na Telha - http://r-and-om.blogspot.com/

OBS: Entrei para os Telhados Vizinhos. Achei que a melhor forma de boa vizinhança é mostrar um pouco do vizinho. Principalmente quando este não nos conhece pessoalmente, mas aprova nossas rabugices.

sábado, 20 de março de 2010

Tema ti Amôr

Navegando por aí, em busca de uma letra para o blog (que resultou no post de "Vilarejo"), encontrei um vídeo peculiar. Na hora, comentei e postei no Facebook.

Gosto de ver como a nossa Língua (a Portuguesa com sotaque brasileiro) e nossa Cultura repercute no mundo. Qual a impressão que um "gringo" tem ao ouvir uma música, ler um texto (para os que estão aprendendo), aprender uma dança, assistir a um show, ver um filme ou uma novela.

Esse "englishman" gosta do Brasil e parece bem influenciado pela nossa música.
Achei legal a força de vontade do cara em cantar no Português.
Valeu a intenção! A versão ficou boa.



Ele tem outras músicas no Youtube. Marisa Monte, Tribalistas, Vanessa da Mata.
Quem gostou, veja: http://www.youtube.com/user/poullour

sábado, 13 de março de 2010

Uma vez panfletário...

Prometi que esse espaço seria de teorias mais tranquilas. Que não abordaria revolta política ou social com muita frequência... Mas não dá para não ser o que a gente é.

Todos devem estar acompanhando a novela dos royalties do petróleo. Resumindo tudo o que entendi, estão querendo tirar o que já é do Rio e do Espírito Santo (os mais afetados) para dividir com o resto do Brasil, além do petróleo do pré-sal. Dividir as riquezas do resto do país com Rio e Espírito Santo, nem pensar...

Houve a tal votação na Câmara. A bancada fluminense, aliada a do estado vizinho, perdeu na votação. E o projeto de emenda seguiu agora para votação do Senado. Para, no final, segundo as esperanças de Cabral (o Filho, não o jornalista, nem o descobridor), ser vetado pelo presidente Lula e virar um novelão das 8.

Talvez a revolta fluminense não seja unânime. Eu mesmo prefiro não levantar bandeiras, embora ache que, se não for repartir todas as riquezas geradas pelas matérias-primas de todos os estados, é errado pegar a base de sustentação de um para "dividir" com os demais, num discurso quase bíblico. E não digo isso porque sou fluminense (do estado e da torcida), mas porque me considero justo.

Mas não quero fazer julgamento de valor. Cada um sabe do seu.
Venho denunciar posicionamentos e omissões.

Dos 46 deputados da bancada fluminense, dois votaram a favor da emenda e quatro não compareceram. Um deles alega que o voto foi computado errado. Vamos dizer que sim e que não é o caso de alguém com medo de assumir sua opinião (Nelson Bornier - PMDB).

O segundo que votou contra, segundo o portal Terra, "resolveu atender o apelo do irmão, o bispo R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, que tem templos espalhados pelo país inteiro". O deputado Adilson Soares (PR) foi honesto: ele é mesmo um cara-de-pau olhando para o próprio umbigo. Seu posicionamento não é de suposta justiça com o resto do Brasil, mas o de dar argumento para o irmão poder ganhar mais em cima dos fiéis. Conquistar a confiança... E, assim, ele mesmo poderá receber (quem não nos garante que ele sairá deputado por outro estado este ano?).

Além do "meu pirão primeiro" do PR, quatro representantes do povo fluminense não foram votar. Não foram nos representar. Todos alegaram motivos reais... Dois por motivos de saúde, dois por viagens ou missões internacionais.


É bom saber que o sistema legislativo brasileiro é tão "transparente e seguro" que apenas o deputado, em presença física, pode votar. Suplentes ou assessores não podem fazer por ele... Mas tirando a deputada Marina Magessi (PPS), que alegou ter passado mal por causa da diabete, os demais motivos são realmente mais importantes do que estar trabalhando para o que foram eleitos? (Não estou defendendo ela. Estou aceitando que as condições eram realmente de limitação física e pessoal. Assim espero...).


A deputada Suely (PR) foi socorrer um sobrinho. Não conheço a família dela, não sei qual a gravidade do caso. Mas será que somente a deputada pode ajudar o sobrinho? Será que a posição dela como congressista nacional pode esperar?






O deputado Vinicius Raposo Carvalho (PTdoB) estava em missão oficial na Antártida!!! Que missão é essa? Como esse cara foi parar lá?



A assessoria de imprensa do deputado Rodrigo Maia, líder do DEM, informou que "o deputado está em missão oficial no exterior". E só. Sem detalhes. O líder do DEM não precisa dizer mais nada. Ele é líder... Pode desaparecer. Não precisa ir para a Câmara, onde - não sei se mencionei - ele é líder. Vale dizer que o partido inteiro votou a favor da emenda, o que pode indicar que o deputado não queria se indispor com o partido nem com as lideranças fluminenses. Mas não... Não foi isso. Ele é líder e teve que ir ao exterior. Só isso. Filho de Cesar, Cesinha é...


Claro que tudo isso está sendo levantado por causa da novela dos royalties. Mas o que quero é chamar a atenção para os motivos que fazem nossos representantes não nos representar.

No meu trabalho, eu só falto se realmente passo mal. Se o problema com um familiar é de vida ou morte. No mais, eu tenho que estar presente... Ou sou descontado. Será que isso acontece com nossos parlamentares?

Missões ao exterior? São missões fundamentais para o país? Por que o Legislativo vai a missões ao exterior? Por que o Legislativo vai a missões ao exterior que não podem ser mencionadas? Que lei é essa cuja matéria implica em um conhecimento maior da Antártida?

Será que vamos reeleger parlamentares que votam a benefício próprio?
Será que vamos eleger parlamentares ausentes?

Ano de eleição... Cada um sabe de seu voto.
Eu tô procurando o meu.
E já estou encontrando alguns que não merecem levá-lo.

quinta-feira, 11 de março de 2010

You'll Lose A Good Thing

Encontrei a raridade no Youtube.

A música é clássica e, para mim, muito boa.



Três coisas chamaram a atenção...
1 - Ela está tocando mesmo ou só faz o solinho?
2 - É impressão ou o estilo dos músicos destoa totalmente do cenário?
3- Quem é o apresentador cover de Ed Sullivan? (essa é mais ignorância mesmo - Aninha deve saber...)

Tirando as perguntas, deixo essa música para retratar a pergunta que minha mãe me fez essa semana: 'Rabugento', como você pode gostar dessas 'coisas velhas'?

É... Vai ver nasci na época errada.

OBS: A pergunta 1 é ignorância também. Mas que parece fake, parece...

Sonhos semeando um mundo real

Há os dias depressivos e rabugentos.
Há os dias de vislumbrar um mundo melhor.
Há os dias de esperança.
Dias de ideias e dia de pensar que as coisas podem melhorar.

Deixo uma letra que inspira esses dias. Que serve de trilha para eles.

Vilarejo

Marisa Monte

Há um vilarejo ali

Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você for


http://www.youtube.com/watch?v=-g83_ZRGM48 (não pode ser incorporado, mas o vídeo mostra o contraste do ideal e do real).

Com o vídeo, fica a constatação: Não seria possível, mas seria muito melhor se todos estivessem tentando construir esse vilarejo.

terça-feira, 9 de março de 2010

Decifrando Djavan

Confesso. Eu gosto de parte da obra de Djavan.

Muito se diz de Djavan...
E muito mais se diz das letras de Djavan.

Poesia, visão metafórica do mundo, catarse ou pura viagem causada por um chazinho, um trelelê?...

Hoje, em um momento de tédio e descanso no trabalho, interpretei a alguns colegas uma das obras mais polêmicas do compositor.

Não resisti... Trago aqui a minha visão da arte djavaniana.

Açaí
Composição: Djavan (claro)

"Solidão de manhã,
Poeira tomando assento
Rajada de vento,
Som de assombração, coração
Sangrando toda palavra sã

A paixão puro afã,
Místico clã de sereia
Castelo de areia,
Ira de tubarão, ilusão
O sol brilha por si

Açaí, guardiã
Zum de besouro um imã
Branca é a tez da manhã (2X)..."

Djavan começa nos dando uma pista de seu estado emocional com 'Solidão de manhã'... O vazio da partida da outra metade. A solidão do ponto de vista de quem acordou sozinho. Teria minha completude partido? Ou estaria na cozinha, fazendo café?

Poeira tomando assento
Rajada de vento,
Som de assombração, coração
Sangrando toda palavra sã

Está claro aqui... O vazio, o medo, o tormento da relação. Poeira tomando assento... As coisas estão se acalmando. Mas ao mesmo tempo a rajada de vento com o som de assombração. Um barulho na cozinha? Talvez... Será minha outra metade mexendo nas panelas? Será um assaltante? Será o saci pererê? (coloco essa figura mitológica no contexto da letra pois a música traz um ar de campo, de vida rural, fazenda ou comunidade pós-hippie em um sítio de Saquarema, no início dos anos 80... Um ar Boca Livre, 14 Bis, um tom de A Cor do Som. ).

Coração sangrando toda palavra sã

A metade realmente pode ter ido embora, depois daquelas verdades que falei. Será que exagerei na sinceridade? Ou será que me arrependi de tê-la mandado a merda quando tentou discutir a relação às 4 da manhã?

A paixão puro afã,
Místico clã de sereia
Castelo de areia,
Ira de tubarão, ilusão
O sol brilha por si

Amor é concretude, paixão é ilusão. E o que mais seria ilusão? Um clã de mulheres gostosas com rabo de peixe... Aquele castelo que construímos no nosso sonho mais Sérgio Naya, que se dissolve na primeira onda (o castelo dele tá lá, sem função, mas tá lá).
Ira de tubarão...
Opa.
Ira de tubarão é ilusão ou foi só para rimar?
Bem, vamos assumir que o tubarão ataca quando vê sangue, não quando tá com raiva... (A Orca atacou a treinadora porque tava com raiva, mas não o tubarão. Tubarões são mais inteligentes e dóceis).

O sol brilha por si.

Aqui ele traz a manhã de volta à cena. Diz que o sol pode brilhar sozinho, ao contrário dele, que só brilha com a outra metade. Ou então, ligou o foda-se pra ilusão. Paixão é o caralho... Eu brilho sozinho e não preciso de você.

Açaí, guardiã
Zum de besouro um imã
Branca é a tez da manhã (2X)...

Chegamos ao refrão mais polêmico e discutido da MPB.
Duas interpretações podem ser feitas, seguindo os caminhos que já foram mostrados...
Primeira versão:
A outra metade realmente estava na cozinha, preparando um açaí pra mim... Puxa, como você adivinhou, minha guardiã? Neném... Minha amada, tchutchu, bizuquinha... Besourinha. Zummm... Quero viver a vida com você, assim, grudado, como um imã... Você, minha branquinha! Branca como essa manhã maravilhosa em Saquarema!...

Segunda versão:
Foda-se pra ilusão. Paixão é o caralho... Falei umas verdades e ela foi embora. Agora o sol brilha forte e eu tô felizão. Vou tomar esse açaí que a Nastácia (pra remeter ao saci pererê e ao sítio) preparou pra mim aqui na cozinha (o barulho era dela). Hum, delícia de açaí... Sai, besouro chato! Fica zumbizando em cima do meu açaí... E olha ali, um imã de geladeira! Zum de besouro, um imã. É pau, é pedra, é o fim do caminho... E como tá fazendo sol! Branca é a tez da manhã... Já que a tez da Nastácia não é branca.
Fui... Vou fumar um baseado na praia com o Serguei.

Fato consumado. Djavaniei.
E assim, comprovo que é simples entender qualquer verso djavaniano.
Basta querer... O mundo é vão
E tudo é só um oco absurdo.

OBS: Voltando ao tubarão... Descobri!
O tubarão ataca rápido.
A paixão acaba rápido.

domingo, 7 de março de 2010

Infantilices nº 3 - Muitas moças numa só

A terceira infantilice veio do relato das demais... E da lembrança de outros leitores curiosos. Dei uma revirada no sótão e lembrei de muitas das participações de outra loira que fez história para a infância dos anos 80: Lucinha Lins.
Muitos devem lembrar da Lucinha atriz, da Lucinha 'Mocinha' de Roque Santeiro. Outros devem, de cara, lembrar daquela beleza extrema, que era uma inspiração para os meninos mais evoluídos para a idade. Mas apesar das outras percepções, vale lembrar da Lucinha para crianças.
Para mostrar a influência dela, façamos pois a lista, que fica mais fácil e direto:
1- Lucinha canta para a trilha sonora do Sítio do Pica-Pau Amarelo, no fim dos anos 70. (1977)


2 - Lucinha no filme Os Saltimbancos Trapalhões: o filme mais lembrado, com a música mais lembrada. (1981)


3 - Rapunzel: música do especial "Pirlimpimpim", cantada com Fábio Jr. (1982). A atriz havia feito, em 1980, o papel da própria Rapunzel no Sítio do Pica-Pau Amarelo




http://letras.terra.com.br/lucinha-lins/1514047/ (letra - não encontrei registros musicais para colocar aqui).


4 - A Bailarina: música cantada no especial "A Casa de Brinquedos" (1983).


5 - Todo mundo deve ser mais criança (1983). Participação de Lucinha Lins no filme de Dedé, Mussum e Zacarias, 'Atrapalhando a Suate' (por um breve conflito interno, os três se separaram de Renato Aragão na época e fizeram um filme sem ele, que, por sua vez, fez um filme sozinho). Não sei se estou viajando, mas acho que esta música tocou nas rádios.


6 - Verde que te quero ver - A lenda de Luana (1984). Em uma época em que a Ecologia já era discutida, mas ecologista ainda era visto como o hippie maconheiro que quer salvar as plantinhas, a história de Paulinho Tapajós e Edmundo Souto foi levada para a TV. Na história, Lucinha vivia a Vitória-Régia apaixonada por um Cacique vivido por Mu Carvalho, do A Cor do Som (irmão do Dadi). Não encontrei participação dela, mas achei a abertura.


7 - Lupu Limpim Clapla Topo (1986): Programa que a atriz teve com seu marido, Cláudio Tovar, na Rede Manchete. Brincadeiras memoráveis como o "Cama de Gato", um emaranhado de cordas com sinos, no qual a criança tinha que passar sem tocar. Abaixo, a abertura do programa (aumentem o som) e uma participação do grupo Trem da Alegria, cantando uma música gravada com a própria Lucinha em 1985 no disco do grupo: Dona Felicidade.



Bem... Isso foi o que lembrei. Pode ser que tenha mais.
Mas já deu pra lembrar que, apesar de não ser apontada como ícone, a eterna 'Mocinha' era das que gostava de trabalhar para crianças.
OBS: Na pesquisa por arquivos, descobri que, em 1980, Lucinha Lins também participou de um disco de... Daniel Azulay. As infantilices se encontram.
OBS2: Quem quiser ver mais dos especiais, procure em http://memoriaglobo.globo.com

sábado, 6 de março de 2010

Vinil Verde

Em 2007, eu participei do workshop de roteiro de um festival. Foi interessante ver uma história minha avaliada e criticada. Opiniões e visões diferentes do texto, das personagens.

Um dos três orientadores do workshop foi o crítico e cineasta pernambucano Kléber Mendonça Filho. Na época fui procurar os trabalhos dos orientadores e encontrei um filme curioso deste diretor.

Resolvi deixar aqui também, como tenho feito, um trailer e o link do filme no Porta-Curtas!



O link: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=1999

Achei diferente. Um tanto macabro. Mas como explicou o diretor, é um filme que fala de crescimento. Pelo que entendi, a fase pela qual passa toda(o) criança/pré-adolescente de não fazer mais o que os pais mandam e ir se distanciando deles.

Vejam e avaliem!

Infantilices nº2 - Era uma vez, uma garoto igual a vocês...

Com o "sucesso" do primeiro post (nesse blog tão acessado, 6 comentários é recorde), trago mais uma memória de infância.

Todos reclamam de conteúdo nos programas infantis nacionais.
Tirando os realizados pela TV Cultura, pouco se fez para o ensino e o desenvolvimento do lúdico para crianças. A TVE fez sua parte, com muita propriedade na década de 80. E um dos mais memoráveis também passou pela Bandeirantes, sob a batuta do mesmo maestro: Daniel Azulay.

Mágica, desenho, brincadeiras e histórias de toda uma turma eram mostrados no programa deste highlander da TV (imortal pela lembrança e por não envelhecer - quem o vê hoje, não diz que o tempo passou).

Lembro das tardes de uma infância distante, em que o lápis de Azulay se juntava com as não menos cultuadas 'Mãos Mãgicas' e estimulavam a criatividade. Nem sempre tínhamos o material ou o jeito para a arte proposta, mas a imaginação ia longe.

A minha memória afetiva traz dois destaques: a alegria na época de ser um pouco xará do artista, mesmo que de segundo nome, e um disco da Turma do Lambe-Lambe, que sempre rodava em minha vitrola.


Não consegui muitos registros do programa. Quem procurar no Youtube, vai ver dois momentos clássicos: a presença de uma mágico e o quadro "Pincel Mágico". Deixo aqui apenas o link da chegada do Papai Noel no Maracanã em 1987, com a presença de Daniel e sua turma. A primeira música, um clássico do artista e da minha infanto-jukebox: http://www.youtube.com/watch?v=QjAYUOT8IQc (não tem incorporação pra colocar aqui).

Alô, alô, turma de casa... Algodão doce pra vocês!

terça-feira, 2 de março de 2010

Infantilices nº1: Meu bumerangue não quer mais voltar...

Muitas vezes a infância volta para nos trazer surpresas...
Umas boas, outras nem tanto. Mas, na maioria das vezes, a peça maior quem nos prega é mesmo a memória: "Como posso lembrar disso?"

Esta semana tive uma destas...

Quem foi criança durante toda a década de 80 lembra que a Xuxa não começou na Rede Globo...


Opa... Peraí.
Antes de seguir: sim, a memória envolve a Xuxa. Não vou negar meu passado. Eu via o programa da Xuxa, antes e depois dela entrar para a Rede Globo. Sei que ela é um "produto midiático", sei que o programa e tudo o que o envolvia era puramente comercial e, muitas vezes, de qualidade duvidosa, mas também não sou daqueles que acredita no pacto com o diabo ou que sustenta outras teorias. Nem me acho tão superior ao capitalismo. Sou fraco, pecador... E não sou chato ao ponto de achar que tudo que é comercial não presta. Não aceito tudo que me vendem, mas também não visto camisa do Che Guevara achando que isto é ser revolucionário.



Voltando ao post, eu fui chamado de baixinho pela Xuxa na época do Clube da Criança. E nesta época, em 1985, a ainda novata apresentadora lançou um memorável disco chamado "Xuxa e seus Amigos". Visto hoje, um produto de marketing redondo para o lançamento solo de Xuxa no meio fonográfico: um disco em que a loira cantava ao lado de grandes figuras como Os Trapalhões, Zizi Possi, Caetano Veloso, Erasmo Carlos, Nara Leão e até Chico Buarque. Na época, ganhei o disco e o ouvia com ouvido de criança, mas já criava a minha teoria: será que ela cantou com esse pessoal?

Ouvindo hoje, ainda tenho esta sensação... Pegaram a música já gravada pelos profissionais e colocaram a cantora amadora para cantar em cima. Ou melhor, por baixo da voz do cantor, para evitar as desafinadas. E eles nunca se encontraram, nem para fechar o contrato. Mas isso deve ser "mera impressão de quem se deixou impressionar".

O disco trazia duas faixas que não tinham a voz de Xuxa. Eram músicas de duas bandas - Biquini Cavadão e Ciclone - que, provavelmente, eram da mesma gravadora e esperavam um 'produto chocante', que atingisse crianças e pré-adolescentes 'descolados e espertos'. Ou então foram músicas colocadas para preencher o disco... Mas realmente poderiam ser bons amigos da Xuxa (lê-se da produção dela), que resolveu ajudá-los.

Enfim... O que importa é a memória. E esta semana encontrei uma dessas músicas, da qual não lembrava mais. Era uma das favoritas do disco. Aquela que, se tocado o LP, não podia faltar. E eu lembrava da versão de 'Leãozinho', da versão de 'Caderno', da música dos Trapalhões, do 'Irmão Sol, Irmã Lua', mas não lembrava dessa.

É... Vai saber o que acontece com a nossa memória.
Deixo aqui para apreciação e (re)conhecimento.



OBS: E não é que minha memória começa a me pregar outra peça?... Começo a me lembrar... Ih... Mordi a língua? Se não me engano, Xuxa encontrou com todos no especial da Manchete para o lançamento do disco. Será que estou viajando? Será que estou confundindo com outros especiais? Se algum elefante puder dizer, por favor, deixe aqui uma certeza.