terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Dozejos

Doze desejos para o ano 12.

1- Que a folha voe e mostre ao destino o que é melhor. (O Oeste que a conduz...)
2- Que haja correspondência. Pra que todos saibam que todo mundo precisa de alguém.
3- Que consigamos projetar o lado bom de nossos heróis. Pra que tudo mude a partir do final...
4- Que os caminhos e as parcerias concretizem-se longos, curtos ou eletromagnéticos.
5- Que a realização venha com algum dinheiro, porque precisamos viver.
6- Que a fé e os sinais tenham seu lugar. Porque viver sem eles é viver sem certeza de criação.
7- Que haja surpresa no que não foi e no que já foi planejado.
8- Que a saúde seja garantida. Com sustos que são apenas sustos.
9- Que idas e viagens aconteçam, mas que haja retornos e 'eu preciso te encontrar'.
10- Que a música continue tocando e inspirando forte.
11- Que o mundo não acabe - que as nossas histórias não cheguem ao final.
12- E que se possa querer ser feliz agora...

E para não dizer que não falei das flores...

Agradeçamos o ano 11, com mudanças, amigos, oportunidades, projetos, festas, amores, sorrisos, olhares, simples momentos bons e sonhos que acordaram (ou não).

Celebremos os novos encontros e a certeza de que podemos nos importar e mudar o mundo...

Mas que também precisamos uns do outros pra, de vez em quando, esquecer do mundo lá fora.



Um melhor 2012 pra todos!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Gento. Rabugento.



Mort. Ed Mort. Detetive Particular.
Era o que estava escrito na plaqueta.

Um personagem que já foi adaptado pra diversos meios e artes.
Quadrinhos, livros, TV, teatro, cinema.
Já o conhecia de alguns deles.
Mas só agora tive a oportunidade de conhecê-lo pelo original.
(Ganhei a compilação de Natal, como presente de Kakau Pimentel.)

Li de supetão. Até porque não é grande.
E foi numa descrição pessoal do personagem que veio a identificação.
Aquela parte que você ri e lê novamente.
Debochadamente ou não, sente-se um pouco Ed Mort.
E repete, afirmando no exagero uma versão romântica de si.

"Sorrio para o lado. Mexendo apenas as sobrancelhas, posso mudar de expressão em segundos. Cínico mas terno. Cruel e desiludido de tudo, mas espere até ouvir as minhas razões, neném. Carente de afeto e compreensão. Irônico, algo frívolo, mas capaz de grande profundidade."

Gento. Rabugento. Blogueiro particular.
Era o que estava escrito no blogspot.

Meu grito pra ti, mudez...


Quantas palavras são necessárias?
Nunca soube escolher palavras.

Sou mudo em boca e prolixo em mãos.
Quando escrevo, elas surgem fácil.
Em falas perfeitas de personagens espelhados.
Mas quando espero virar personagem no momento perfeito
Não há fala.
Só palavras patéticas. Poucas e banais.

Por vezes tenho a chance de escutar minha voz.
Quase sempre concluo que ser moderado vem para o bem.
Minha voz soa truncada. Arrastada.
Desinteressante.
E decido ser a imagem.

No entanto, há uma coroa por trás da cara.
O não falar soa como real desinteresse.
O espinho que rasga a testa e suja a imagem.
A ausência de verbos, de adjetivos.
O silêncio e uma presença que perde a finalidade.

Queria poder dizer... Hoje, pelas palavras que domino.
Sem conseguir dominá-las.
Num grito...

Talvez não seja eu o homem razoável por trás dos textos.
Talvez escolher as palavras seja falso.
Mas também não sou eu o homem calado ou embolado... Ao lado.
Esse é parte de mim.
Mas sou mais que ele.

Não iludam-se com o escritor.
Mas não desistam do observador.