terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Dozejos

Doze desejos para o ano 12.

1- Que a folha voe e mostre ao destino o que é melhor. (O Oeste que a conduz...)
2- Que haja correspondência. Pra que todos saibam que todo mundo precisa de alguém.
3- Que consigamos projetar o lado bom de nossos heróis. Pra que tudo mude a partir do final...
4- Que os caminhos e as parcerias concretizem-se longos, curtos ou eletromagnéticos.
5- Que a realização venha com algum dinheiro, porque precisamos viver.
6- Que a fé e os sinais tenham seu lugar. Porque viver sem eles é viver sem certeza de criação.
7- Que haja surpresa no que não foi e no que já foi planejado.
8- Que a saúde seja garantida. Com sustos que são apenas sustos.
9- Que idas e viagens aconteçam, mas que haja retornos e 'eu preciso te encontrar'.
10- Que a música continue tocando e inspirando forte.
11- Que o mundo não acabe - que as nossas histórias não cheguem ao final.
12- E que se possa querer ser feliz agora...

E para não dizer que não falei das flores...

Agradeçamos o ano 11, com mudanças, amigos, oportunidades, projetos, festas, amores, sorrisos, olhares, simples momentos bons e sonhos que acordaram (ou não).

Celebremos os novos encontros e a certeza de que podemos nos importar e mudar o mundo...

Mas que também precisamos uns do outros pra, de vez em quando, esquecer do mundo lá fora.



Um melhor 2012 pra todos!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Gento. Rabugento.



Mort. Ed Mort. Detetive Particular.
Era o que estava escrito na plaqueta.

Um personagem que já foi adaptado pra diversos meios e artes.
Quadrinhos, livros, TV, teatro, cinema.
Já o conhecia de alguns deles.
Mas só agora tive a oportunidade de conhecê-lo pelo original.
(Ganhei a compilação de Natal, como presente de Kakau Pimentel.)

Li de supetão. Até porque não é grande.
E foi numa descrição pessoal do personagem que veio a identificação.
Aquela parte que você ri e lê novamente.
Debochadamente ou não, sente-se um pouco Ed Mort.
E repete, afirmando no exagero uma versão romântica de si.

"Sorrio para o lado. Mexendo apenas as sobrancelhas, posso mudar de expressão em segundos. Cínico mas terno. Cruel e desiludido de tudo, mas espere até ouvir as minhas razões, neném. Carente de afeto e compreensão. Irônico, algo frívolo, mas capaz de grande profundidade."

Gento. Rabugento. Blogueiro particular.
Era o que estava escrito no blogspot.

Meu grito pra ti, mudez...


Quantas palavras são necessárias?
Nunca soube escolher palavras.

Sou mudo em boca e prolixo em mãos.
Quando escrevo, elas surgem fácil.
Em falas perfeitas de personagens espelhados.
Mas quando espero virar personagem no momento perfeito
Não há fala.
Só palavras patéticas. Poucas e banais.

Por vezes tenho a chance de escutar minha voz.
Quase sempre concluo que ser moderado vem para o bem.
Minha voz soa truncada. Arrastada.
Desinteressante.
E decido ser a imagem.

No entanto, há uma coroa por trás da cara.
O não falar soa como real desinteresse.
O espinho que rasga a testa e suja a imagem.
A ausência de verbos, de adjetivos.
O silêncio e uma presença que perde a finalidade.

Queria poder dizer... Hoje, pelas palavras que domino.
Sem conseguir dominá-las.
Num grito...

Talvez não seja eu o homem razoável por trás dos textos.
Talvez escolher as palavras seja falso.
Mas também não sou eu o homem calado ou embolado... Ao lado.
Esse é parte de mim.
Mas sou mais que ele.

Não iludam-se com o escritor.
Mas não desistam do observador.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O fim...

Dia de finados.

Que palavra...
Dia daqueles que chegaram ao fim?

Tem quem acredite no contrário. No recomeço.
Tem quem aproveite o tempo para fazer tudo antes do fim.
Tem quem se prepare pro dia do fim.

O fato é que o fim só é fim pra quem fica...
Tem o que fique na lembrança.
Mas não deixa de ser o fim.

Nesse dia, temos a necessidade de aproveitar pra lembrar deles, já que não precisamos correr e que é o dia deles.
Lembrar que eles não continuaram.
Lembrar que eles poderiam estar do nosso lado... Ou mesmo afastados, mas andando por aí.
Lembrar que ainda haveria esperança de reencontro.

Sempre que penso no fim, bate melancolia.
Bate a necessidade de uma palavra de consolo.
Daquelas mais piegas, mas que confortam.
E sempre lembro de uma "mensagem" que diz:
"Então, por que chorar
Por coisas que um dia terão de se acabar?
Mais vale a alegria
De quem souber porque cantar..."

Não é descaso com quem chegou ao fim.
Mas é sim saber que o fim é inevitável.
E, depois do sofrimento de ver que o fim de alguém chegou, lembrar que um dia ele também cantou.

No mais...
Uma música que tem outro sentido, mas que pode ser adaptada pra quem parte dessa forma! Também um tanto piegas, mas que me faz hoje lembrar de cada um.

O adeus do meu pai, do meu avô, da minha bisavó, da Tia Maria e de outros parentes.
O adeus do André Salles, da Eliane, do Márcio, do Paulinho, da Letícia, do Tio Assuero, da "tia" Sônia, dos pais da Clarissa, do irmão da JuliOli, da mãe da Graziella e de outros amigos, amigos de parentes e parentes de amigos.
O adeus das personalidades que conhecemos pela arte, pela política, pelos atos, ou pela mídia e que acabam por fazer parte um pouco da nossa vida. Ou, ao menos, da nossa memória.
O adeus dos que não conhecemos, mas nos sensibilizamos com as mortes, trágicas ou não.

O adeus de quem foi...
Porque somos um pouco o pedaço que fica no canto da casa.



OBS: Sem esquecer do adeus da Jade, do Galileu e todos os animais que também se foram. (Lembrei deles depois, porque finados a gente sempre remete apenas a humanos).

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Brinquedo de armar

Não, não é pornografia...

Estou sem tempo pra escrever aqui, mas, em meio a tantos amigos se casando, noivando, lembrei de outra música da infância.

O programa especial da vez é o Plunct Plact Zum II, que tratou sobre filhos de pais separados, uma realidade que estava crescendo na época. E foi a fundo...

Não, também não é mau agouro... Longe disso.
É apenas a constatação de que pra casar você tem que estar certo da escolha.

Deixo uma música breve, simples, direcionada pra crianças, mas que acerta na mosca ao falar sobre isso.

LINK RETIRADO DA NET.

Vamos construir 'brinquedos bonitos'!
Peça certa com peça certa (o que não quer dizer apenas pessoa certa com pessoa certa)!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ausência...

Textos pra fazer. Trabalho. Projetos.
E pouco tempo para expor o pessoal.

Um dia eu volto... Talvez. Quem sabe...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Medo de quem? (Ou desassalto)


Acabo de passar por uma situação que me deixou mais do que reflexivo...
Culpado, aliviado, esperançoso.
Não sei ao certo...

Estudo à noite perto da Candelária, no Centro do Rio.
A área não é lá muito segura...
Mas com a saída dos cursos, a gente consegue pegar ônibus na Av. Presidente Vargas sem tanto medo.

Hoje, mesmo com uma certa enxaqueca, deixei me levar e fui socializar com professor e outros alunos num bar da região...
A hora acabou avançando um pouco e, no momento de voltar pra casa, fui receoso para o ponto de ônibus.
Circulei o ponto deserto e fiquei meio agoniado com a espera.

Vale dizer - pra quem não é da cidade: as empresas de ônibus do Rio, além de cobrarem caro por um serviço mal feito, deixam o horário das 22 horas às 06 horas para os táxis. Transporte público depois das 23 horas, só à base de muita reza.

Eis que, no auge da apreensão, avisto um pré-adolescente magro, descabelado, descalço, com um aspecto realmente deplorável, vindo em minha direção...
- Um pivete... Fo-deu - pensei.

É claro que o medo é o pior inimigo da vítima e o garoto viu que eu era um alvo fácil. Veio ziguezagueando em minha direção (porque eu tentava me esconder por trás do ponto).

A abordagem foi direta. "- Fortalece aí..."
Eu fui dizendo que só tinha a passagem, que estava na minha mão... Que não teria dinheiro pra voltar pra casa. Ele insistiu. Levantou a camisa e mostrou algo, que não dava pra dizer o que era...
Eu entreguei o dinheiro, rabugentamente (até nessa hora, eu reclamei).

Comecei a andar na direção da Av. Rio Branco.
Um caminhão de lixo vinha na direção contrária e o motorista fez uma expressão de "não tive como fazer nada... mas que chato... Foi mal aí!".

Neste momento, dois moradores de rua vieram na minha direção.
Não sabia no que pensar: ajuda, fofoca ou mais violência?
Um dos moradores foi direto: Pode voltar tranquilo, que você vai pegar o ônibus aqui mesmo. A gente mora ali embaixo... Pode voltar!

As ordens continuavam suspeitas.
Fiquei sem saber o que fazer...
Um dos homens foi na direção do garoto, que continuava parado, enquanto o outro insistia para que eu voltasse.
Parei. Ouvi mais pedidos. Comecei a voltar...

Nesse momento, meu ônibus passou.
Aliviado, eu já pensava que, se eles eram mesmo uma ajuda, mereciam ficar com aquele dinheiro... Subi no ônibus, agradecendo de longe ao homem que veio a minha direção.
Antes do ônibus partir, o outro homem - que havia seguido na direção do garoto - veio rápido, pedindo pro motorista não fechar a porta... Vinha com o meu dinheiro na mão. Eu ainda mandei um "deixa pra lá", mas ele insistiu para que eu pegasse o dinheiro de volta.

O cobrador do ônibus ainda me perguntou o que acontecera e eu, rapidamente, expliquei. Ele, assim como eu, não acreditou.

No fim, não perdi nada.
E ganhei a certeza de que nem tudo está perdido.

É claro que aqueles homens querem manter a segurança do local pra terem o direito de continuar ali... E de não serem confundidos com bandidos.
Mas a honestidade do ato foi tocante.
Primeiro, porque fez lembrar que a garantia de segurança não vem mais do Estado.
Segundo, porque fez novamente escancarar o quanto é pequeno o rico que rouba.
Terceiro, reafirmou a máxima do "um livro não se julga pela capa".

Fiquei com vontade de fazer mais por essas pessoas...
Mostrar que elas podem ser mais.
Que elas também podem ser exemplo.
E dar o que elas realmente precisam.
Não a comida e o cobertor.
Não R$ 2,50.
Não o peixe...
Mas o como pescar.

Parece lugar comum, mas hoje vi, mais uma vez, que não é.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A Rádio Atividade leva até vocês...


Tenho mania de jogar vídeos no Facebook.
Muitos são de música...
Músicas que estou ouvindo, que refletem o momento da vida, que lembram alguém ou simplesmente alguma que quero comentar...
Na maioria das vezes, independente da motivação pessoal, o intuito é também dividí-las.

Encontrei hoje um link que mostra todos os links, seja do blog, de sites, de fotos ou de vídeos.
Resolvi fazer uma lista apenas com as músicas publicadas... Pra tentar ver o todo.
Eis abaixo as músicas que já passaram por lá...
Tem pra todos os gostos.

A Rádio Atividade já trouxe até vocês:
Alice Cooper - No More Mr. Nice Guy
Daddy Yankee - Llamado de emergência
AC/DC - It's a Long Way To The Top (If You Wanna Rock N' Roll)
Ângela Rorô – Compasso
Mauricio Baia – Lembrei
Anne Duá – Indecente
Premeditando o breque - Balão Trágico
Ramones - Rock and Roll Radio
Michael Jackson - Man In The Mirror
Roger Ridley (Playing For Change ) - Bring It On Home
Etta James - I'd Rather Go Blind
A Banda Mais Bonita da Cidade (ao vivo) - A Balada da Contramão
Song Around the World | Playing For Change - One Love
Paralamas do Sucesso (Rock In Rio I) - Inútil
Jorge Benjor e Caetano Veloso - Ive Brussel
Trio Irakitan e Eliana – Hino ao músico
Oswaldo Montenegro - Celeiro (edição amadora)
Paul McCartney (Rio de Janeiro 2011) - Hey Jude
A banda mais bonita da cidade – Oração
Smashing Pumpkins - Bullet with Butterfly wings
Grande Otelo (A Arca de Noé 2) – O Porquinho
Paul Mccartney & Wings – Jet
Elis-Regina - Redescobrir
Boca Livre - Quem tem a viola
Leo Jaime e João Penca e Os Miquinhos Amestrados - Conquistador Barato
Sharon Jones & the Dap-Kings - I Learned the Hard Way
O Espírito da Coisa – Teresa
Araketu - Símbolo do Coração
Across The Universe: Bono - I Am The Walrus
LevaNóiz - Liga da Justiça
Estereograve - Tudo Vai Passar
Titãs (no Globo de Ouro, 1988) - Go Back
Blood Sweat & Tears - Spinning Wheel
Chimarruts - Não deixe de sonhar
Alessandra Maestrini (Utopia) - "O que será"(em inglês)
Sandra de Sá (no Cassino do Chacrinha - 1988) – Não vá
Frejat (Tributo a Simonal) - Vesti azul
Alexandre CROF - No seu olhar
Gaza - Assim Como Eu
Jota Quest - Do seu lado
The Killers - Somebody Told Me
John Lennon - Happy Christmas (War Is Over)
Julian Casablancas – 11th Dimension
Duffy - First Cut Is The Deepest
Os Abelhudos (DVD Festa Ploc) - O Dono da Terra
Banda Vexame – Siga seu rumo
Cee Lo Green – Fuck you
Elenco de Almost Famous - Tiny Dancer
Eurotrip: lustra - Scotty doesn't know
Casaca - Anjo Samile
Dobie Gray - Drift away
Os Trapalhões e Lucinha Lins - Todo mundo deve ser mais criança
As Chicas (no Canecão)- Baião de rua / Menina amanhã de manhã
Peça - Vale Encantado 2007 - Lobo Mau
Razão Brasileira – Naturalmente
Twisted Sister - I Wanna Rock
The Beatles - All You Need Is Love
Kenny Lattimore And Chante Moore - Tonight (2 Step)
Marina de la Riva e Orquestra Imperial - Cachito
Across the Universe: Dana Fuchs - Don't let me down

Em breve, mais músicas...
Porque é ela que alimenta o sangue rabugento.

Se alguém quiser sugerir, estamos abertos a avaliação!
Fiquem ligados!

OBS: Postando abaixo um dos vídeos, que na verdade é uma versão de música conhecida em uma peça.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Politicamente correto...

A questão de ordem é o politicamente correto.
Seios e nus na TV aberta não são mais tão aceitos... (Aparece, mas com ressalvas).
Crianças não cantam mais o atirei o pau no gato, porque é incitação à violência.
E o que mais se questiona com todos os casos analisados nos dias de hoje é se isso tudo é realmente necessário.

Eu digo...
Não sou violento, não cometo crimes...
Nunca matei um gato, um cachorro ou outro animal maior. Ao menos, não diretamente. (vacas, porcos, galinhas e peixes morrem por minha causa - mas essa consideração eu só coloco para agradar e evitar mais comentários dos vegans e vegetarianos de "plantão").
Animais menores, alguns. Mas não os mato se não for por necessidade. Se uma formiga não estiver em cima da minha comida, se um mosquito não estiver me mordendo, se uma barata não estiver entocada e não insistir em me perseguir, não tenho porquê matá-los... E não o faço.

Não sou adepto da caça.
Não sou adepto da violência doméstica.
Não sou de brigar...
Não sou pervertido.
(Não aparentemente...)

Enfim...
Passei por uma infância repleta de imagens sexualizadas e menções à violência e à crueldade humana, mas nem por isso fiquei traumatizado ou fui influenciado.
E sei que a maioria das pessoas da geração também não.
Se há perversão e agressividade excessiva em parte dessa geração, a culpa não está nas músicas, nas histórias infantis, nos programas de TV, nos livros, nos quadrinhos ou nos filmes.

Não estou aqui levantando bandeira para uma liberação geral, para o bundalelê.
Acredito que cada pai tem o direito de criar o seu filho como quiser...
Só não sou adepto da proteção excessiva e da alienação.
A vida está aí...
E se essas crianças não conhecem as coisas da vida com naturalidade, o problema pode ser maior ali na frente.
E mais...
Se essas crianças não aprendem com naturalidade dentro de casa, vão naturalmente aprender fora dela... Sabe-se lá como.

Em todo caso, nada do que eu digo é novo também.
Esse texto todo é para postar duas músicas do passado.
Duas músicas que seriam proibidas nos dias de hoje...
Duas pérolas que foram feitas na época certa, caso contrário não teriam direito de existir.

A primeira, eu nem sei como foi liberada.
Mesmo nos anos 80.
Como a violência era muito explícita em "O cravo brigou com a rosa..." (para as feministas, a música diz que ela ficou despedaçada, mas pelo sentido, a violência física mesmo foi contra ele) Martinho da Vila deu o seu tom de malandro de Vila Isabel a uma versão bem original.
Foi de um extremo ao outro. Pra quê brigar, cravo e rosa?
O engraçado é que, depois dos versos da cantiga popular, ele fala exatamente do lado lúdico da infância.
A música fez parte do disco do "Clube da Criança", que trazia uma foto da Xuxa com um short bem curto.



A segunda, eu já coloquei no Facebook com comentários afins.
Trata-se de Vinícius de Moraes para crianças.
Essa é especial para os vegetarianos e vegans.
Se fosse hoje, a música deveria falar do colesterol, da pressão, da gordura...
E viria com alertas importantes que diriam... Não mate o porquinho, ele é nosso amigo e já sofre que é uma beleza. Lembre-se do rostinho do Babe antes de comer uma pizza de calabresa.



OBS: Com a tia Vaca do lado, vestido de anjinho pro céu voarei... Isso é sensacional.

sábado, 25 de junho de 2011

Japinha virtual...

Um grupinho teen do Japão chamou atenção em um comercial porque uma das integrantes era, na verdade, um mix das feições de todas as outras integrantes... Logo, não existia.

Foi meio decepcionante para os japoneses que foram arrebatados pela candura da menina.



Cá pra nós - não querendo parecer pedófilo nem nada - mas as outra meninas, individualmente, também são bonitinhas.
Nem precisava de tanta decepção...
OBS: A menina virtual tem um lado do rosto diferente do outro... Nem é tão legal assim.

Têm coisas que só os japoneses fazem.
E só os japoneses pra ainda se decepcionarem com a criação dos próprios japoneses.
(A música fica na cabeça também... embora não façamos ideia do que seja dito).

terça-feira, 21 de junho de 2011

Não deixe de sonhar

Mais uma do rabugento otimista.

Essa música sintetiza bem o clima de tudo que tá rolando...
E digo "tá rolando" porque esse é o tom da música.
Uma vibe. Um jammin´.

Sim... É o reggae "comercial" do Chimarruts.
Em uma música simples.
Mas se é na simplicidade que ela já diz tudo, é ela que tem que rolar...

E se alguém te encontrar e perguntar por mim...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ar Mar Ação...

Bafos, cascatas e armações!
A voz de Nara Gil surgia do aparelho de TV e as noites de sexta-feira melhoravam...
Uma ou duas vezes por mês, a imaginação corria solta na cabeça do menino de classe média, que saía pela janela do prédio em Botafogo e mergulhava sem paraquedas.
De asa-delta, a plainar...



Lembro da noite em que vi a primeira aventura da turma da Armação Ilimitada.
Esse piloto... Em episódio especial da Sexta Super.

Como parte da geração oitentista, vivenciei cada momento de cada episódio posterior...
Cada investida e ideia genial (de olho na gata e na grana) do malandro Lula.
Cada cantada, meditação e golpe de caratê do inconstante Juba.
Cada citação, reportagem e encrenca da multifacetada Zelda Scotti.
Cada descoberta, piada e paquera do pequeno (pra eles) Bacana.
Cada sanduíche, loucura e conselho da loba Ronalda Cristina.
Cada participação e transformação "chocante" do Chefe.
E cada narração e música apresentada pelo(a) Black Boy.

Na época, como já tínhamos um vídeo cassete, gravava os episódios e revia dezenas de vezes, com ou sem a minha irmã.
Como as fitas eram poucas, a gente acabava desgravando com o tempo...
E fui perdendo-os aos poucos.

Após a exibição normal da série, lembro que houve mais duas reprises...
Uma na própria Rede Globo, nos domingo de manhã. Na década de 90.
Depois, na década passada, no Multishow.

Há uns dois anos, eu comprei o box com DVDs.
Embora alguns episódios que foram marcantes estivessem na caixa, nem todos estavam lá... Mas revi apenas esses dez episódios, escolhidos pelo diretor Guel Arraes, com a memória trabalhando pra reviver os demais.



Só agora, que a série começou a ser reprisada no Canal Viva, resolvi correr atrás de torrents da série. Consegui baixar todos os episódios exibidos no Multishow (que não exibiu apenas o último ano da série) e rever muitos dos que lembrava.

Todos sabem...
A Armação era uma série com uma nova linguagem, um novo formato.
Uma proposta jovem... Não apenas em tema, mas em essência.
E que acabou se moldando com o tempo para o público que mais comprou a fórmula: as crianças.

Mas embora muitas mensagens fossem realmente para esse público, hoje vejo como muita informação não era compreendida. Metáforas, paródias ou simples deboches e citações, que iam muito além do que a infância podia alcançar.

Muitas vezes os autores faziam apenas a piada pela piada.
Mas se pensarmos num Brasil em plena abertura política, pré-Constituinte, recém-saído de uma ditadura e de uma censura ferrenha, não é de se estranhar que a liberdade de criação fosse estimulada.
Muito mais do que hoje em dia...

O que nos faz pensar...
Hoje, se houvesse a proposta de uma série em que uma jovem jornalista namorasse com dois surfistas ao mesmo tempo e que tudo fosse vivido sob o olhar de um menino de rua, adotado pelo grupo, certamente o juizado de menores cairia em cima. E, se houvesse série, tudo seria exibido depois das 23 horas, horário mais indicado para fugir da audiência infantil. Sem a força das crianças, a série não passaria do primeiro ano.

Não sei...
Muita coisa melhorou, é claro.
Muitas ferramentas e meios ajudam hoje o nosso cotidiano.
Mas vivemos distantes dos outros e da vida.
Vivemos um moralismo involuído.
Uma excesso de tato e, ao mesmo tempo, uma falta de aproximação.

Essas tramas encontradas não me levaram ao saudosismo, porque isso já nem me toca tanto. Esses episódios escondidos levaram-me à constatação de que muito daquela ideologia (que ali era meramente ficcional, mas que espelhava algo real e maior) se perdeu.

Não era inocência, pelo contrário.
Era sim uma permissividade... Mas uma permissividade sadia, repleta de simplicidade, que não combatia moral nem acreditava viver sem ela (as mensagens com fundo moral estavam lá, escancaradas e auto-ironizadas), mas que fazia questão de lembrar aos jovens e pequenos da importância de se viver com liberdade. Liberdade que começava a ser reconquistada e valorizada.
Liberdade de expressão, de criação, de opinião e, principalmente, de ir e vir...
De decidir o que se quer pra si.
De seguir ou não o padrão, o sistema e a convenção.

Tudo voltado para um mundo mais saudável, mais preservado, mais imaginativo, mais lúdico e essencialmente mais feliz.
A vida plena, como uma história ("...que poderia acontecer a qualquer um de vocês...") repleta de possibilidades, com armações e alegrias ilimitadas.

Enquanto o mundo rola, enquanto rola o som...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Tudo é possível...

Deixar uma mensagem positiva.
Por incrível que pareça, esta tornou-se a máxima do blog rabugento.

Já me disseram algumas vezes que não sou rabugento.
Mas sei que tenho os meus muitos momentos de rabugice.
Em todo caso, sou aquele que está sempre buscando renovação.
Inclusive de humor.
Nem sempre encontro, mas a busca por si só já é muito válida.

Hoje resolvi deixar apenas a mensagem do Estereograve.

Há dois meses livrei-me de uma "algema invisível".
E recomecei... Do início (o que é uma redundância, mas como nem sempre fazemos... Geralmente, tentamos recomeçar do meio e insistir em erros).

O caminho voltou.
E tive uma conversa boa naquele momento, com um amigo que também recomeçou.
Foi importante ver que ainda existem pessoas que tentam manter-se vivas.
Manter a sanidade, a criação e as possibilidades.

A sorte é importante.
Mas continuo tentando trazê-la, ao invés de esperar por ela.
"Mostrando ao destino o que é melhor..."

O mundo nos espera outra vez...



OBS: Música de estúdio sobre imagens de show... Sem ser um videoclipe. Porque o importante é o que ela diz...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Paul McCartney, família e outras presenças

Meio tarde pra falar do show do Paul McCartney.
Meio tarde pra falar da alegria do dia.
Mas vale lembrar alguns momentos.


Domingo, eu estava lá.
E várias outras pessoas... Milhares.
Mas as pessoas que trazia comigo não eram muitas.
Além da família Braga, bem representada por mãe, irmã, cunhado, tios e primos, meu avô também foi conosco. Porque não teve como deixar de lembrar dele, vendo filhos e netos reunidos. Minha avó ficou em casa, porque não tem mais idade para sair por aí, pegando metrô, correndo por plataformas de trens. Além disso, show de rock é para a juventude. Mas meu avô esteve lá, de alguma forma.

Além dele, quem apareceu também foi a Cássia... Ouvir "I´ve got a feeling" e "Get Back" da voz de um beatle já é lembrar dos Beatles. Mas as versões da Cássia Eller foram comigo. Considerando que há 21 anos ela não era conhecida, e sem saber se ela conseguiu ir àquele show no Maracanã, tive a certeza de que ela era uma que deveria estar por ali, aproveitando a chance de ver um beatle no Brasil. Provavelmente, estava circulando pela pista prime, pra ver mais de perto. Entre alguém que segurava uma plaquinha com um "Na", e outro que soltava balões.

O próprio cantor lembrou de alguns que estavam por ali... George, John. E, embora esteja de casamento marcado e tenha evitado fazer citações, a "gatchinha" Linda.

Mas teve outra que apareceu.
De início, amarelada pelos holofotes no horizonte. Apontada por alguns e vista apenas do lado Oeste do estádio. O lado que não teve ingressos esgotados nos primeiros minutos de venda. O lado em que eu não estaria, se os ingressos não tivessem esgotado.

Depois de aparecer e ser vista, ela subiu, branca e minguante, mas quase toda à mostra. Para quem quisesse ver... Assistiu ao show e, quase no final, sumiu da minha vista.

Engraçado como ela aparece nos momentos mais marcantes.
E todos, com música.
Ela deve gostar mesmo de música...

Dessa vez, não pude prestar atenção nela. Não tinha como...
Mas, vez ou outra, era inevitável encará-la.
E o momento mais forte, aquele que a memória guardou, foi exatamente o momento que me dei conta da presença dela... E uma música, como sempre, começou a tocar.



Mas a emoção maior do show foi mesmo o próprio show.
Tantas músicas conhecidas.
Cresci ouvindo Beatles e a carreira solo do Paul, por influência direta da minha mãe.
Por isso, foi um "show-família".
Músicas familiares, cercado de familiares.
Marcante, como poucos...

Espero que meu avô, a Cássia e a Lua tenham curtido tanto quanto eu.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Fim de encontro: pra salvar o coração...

Vi um vídeo agora que me lembrou fim de encontrão.

Quem viveu fim de encontrão sabe do que estou falando...
O Encontro em questão é com Cristo.
Tem um significado religioso.
Mas não digo que tenha sido porque a música fala em oração que me lembrou fim de encontrão.

Na verdade, o sentido do que falo não é religioso. Embora possa ser considerado.
Porque, a meu ver, Deus está na alegria. No amor.
Mas não quero que isso se torne mensagem religiosa.
Não quero falar apenas pra quem acredita.
Porque o sentido real do fim de encontrão é outro.

Fim de encontrão é a emoção.
Uma emoção boa...
Uma vontade de beijar postes, de abraçar o inimigo, de dizer ao amigo do lado o quanto ele é importante. É a sensação do bêbado... Sem a necessidade do álcool.
É a alegria da partilha.
É uma alegria maior só por estar vivo.
É a alegria de ser vida.

E acho que muitas outras coisas podem gerar essa alegria.
Não é só o fim do encontrão.
O vídeo, a música, a festa dos músicos me passaram um pouco disso.

Todos os dias poderiam ser assim.
Mas a emoção diminuiria...
E é por ser uma sensação rara que se torna boa.
Não vira cotidiana.

O importante, acho eu, é não deixar a emoção ser esquecida.
E buscar, aproveitando os momentos que são de fim de encontro.
Pra, é claro, salvar o coração!



O início é morno...
E a música repete.
Mas vai ficando melhor, melhor...
Vejam até o fim.
Que o fim do encontro está lá.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Retrato Falhado



Curta de André Warwar, com roteiro e atuação de Celso Taddei.
Baseado no conto de Zé Dassilva.
E grande elenco.



Acabo de chegar do lançamento do filme.
A história tem sua boa dose de humor, ironia e a produção é de qualidade (direção, arte, fotografia...).

...Até aqui, estou sendo um crítico moderado, sem bajulações.

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...Mas a partir de agora, inevitável misturar o emocional.

Trabalhei com o André há muitos anos.
Foi uma das poucas pessoas que me deram um sim no mercado competitivo do audiovisual.
Mesmo sem ter segurança em quem estava chegando, sem indicações ou portfólios, ele, Alice e, de certa forma, o Léo acreditaram no sonhador.
Fui e sou grato até hoje.

Não encontrei o André, ou o Warwar, na maioria dos anos que se passaram.
Na confusão de estreia, foi inevitável apenas a troca de sorrisos, um abraço rápido e um parabéns.
E enquanto ele discursava, antes da exibição do filme, fiquei pensando no salto do tempo.
Na elipse...
No fade.
A vida passa, nos afasta das pessoas e, quando vemos, elas "cresceram".

Não pude deixar de ficar feliz com a evolução do diretor e com a certeza de que as coisas vieram para ele. Cinema cheio, aplausos...
E o mais importante, um filme novo "na lata".
Sonhos dos tempos de dureza merecidamente concretizados...

E a felicidade de agora é, também e simplesmente, por perceber que as coisas vêm.
Saí com a vontade de poder viver mais momentos assim... De partilha.
Encontrar mais pessoas que passaram por esse meu filme e constatar que elas estão bem... Que os personagens evoluíram, seguindo seus objetivos, na direção do 'final feliz'.
Isso também me dá esperança de que a história me leve para onde quero.
Ou, ao menos, para onde preciso ir...
(Sei que a vida são momentos e que o ser feliz é poder seguir, sem final. E todo aquele papo de auto-ajuda. Mas vocês entenderam a metáfora...)

Como não existe uma forma de incentivo à exibição de curtas-metragens - além de festivais, do Canal Brasil e da TV Brasil - não sei quando e onde o filme poderá ser visto.
Não posso indicar o cinema, a sala...
Mas, assim que souber de uma oportunidade, divulgo pelos meios sociais.
Aguardem.

Ao André, desejo que este seja apenas mais um passo de um caminho maior...
Apenas mais uma sequência da primeira metade do longa-metragem.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Vivendo o passado


Outro dia revi no Canal Viva, depois de muitos anos, o Viva o Gordo.
Lembrava de alguns personagens...
As reprises exibidas em Videos Shows e Youtubes ajudaram a não esquecer.

Lembrei da minha época de colégio.
- Sim, tenho uma idade avançada e cheguei a ver o Viva o Gordo já na época do colégio (muito pequeno, quase no maternal, mas via...)
Lembro que era o último programa de segunda-feira... Eu assistia e ia dormir.

Minha memória, pra variar, viajou...
E lembrei de outros momentos da época de colégio.
Uns bons, outros nem tanto...
- Acordar cedo para as aulas de inglês;
- Acordar cedo para as aulas de natação;
- Acordar cedo para ir pra casa da minha avó e ficar vendo TV até a hora do colégio;
- Férias escolares na vila, no clube, nos plays;
- os dias de sol e suco no lanche das 10 da manhã;
- o dia de chuva que fui para a natação e uma onda me engoliu no meio da rua (Eu lá, míope como uma porta e molhado da cabeça aos pés, e a motorista do carro que formou a onda pára pra oferecer um lenço de papel... "Para secar o óculos...")
- Festas nas casas dos colegas;
- Festas de aniversário ou de fim de ano na vila da minha avó (lembro mais da expectativa que das festas em si).

Pensando em qualquer época do passado, constato que sinto saudade de lugares...
A vila com árvores, plantas e canteiros, cheiro de terra e chuva.
A casa da avó com sala de TV aos fundos, sala de costura com mesão para os deveres de casa e gosto de guaraná Antárctica na cozinha.
A casa da tia com TV e vitrola ligadas no armário de livros, cozinha cheia e a família distribuída pelos cômodos em dia de festa.
A casa dos amigos com músicas brasileiras pelos quartos, TV Educativa e brinquedos diferentes nas estantes.
A escola primária com teatro, alfabeto e trave sem rede pra se pendurar.
O colégio com as expulsões das aulas de música, brincadeiras coletivas no pátio e cheiro de álcool nas provas.
O Princesão e suas escadas, pátio e quadros negros com "tablado".
A igreja do bairro com muros pra conversar, vozes em deslocamento e espaços para vivência e conflitos.
A igreja do bairro vizinho, com jovens em deslocamento, atividades pastorais e conversa pelas escadas de cimento, nas tardes de domingo ou nas primeiras horas dos encontrões.
A faculdade com encontros na "piscina", perspectivas em laboratórios e corredores e atividades culturais.
O trabalho, com balcões, vitrines, sofás, mesas de escritório, baias, câmeras, projetores e computadores.
Os karaokês das terças-feiras na Far Up.
Gordon, Tivoli Park, Drive in, Cine Ópera, Resumo da Ópera, Maxim´s, Kemp´s, Calamares, Ballroom...
E outros lugares que não existem mais.
Mas que ficam.

Há quem diga que não se vive de passado.
Há quem diga que vivemos o presente, mas somos feitos de passado.
Há quem diga que o passado ainda está acontecendo.
Depende do ponto de vista.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Só nos resta viver...



Um clássico.

Nunca tinha ido a um show, até que uma amiga, Ludmila Constant, ganhou convite da MPB FM e me chamou para ir com ela. Acho que já faz mais de uma década...

Já conhecia algumas músicas como essa... Mas tinha a visão batida e preconceituosa.
Ângela Ro Ro não era sinônimo apenas da mais assumida "sapatão" da MPB, mas de drogas, confusão e escândalo.

Fui ao show, sentamos na frente e descobri uma irreverência e um desprendimento que são apenas dela.

Sem demagogia e falso moralismo... Foi bom ela ter deixado os excessos de lado, para poder mostrar um pouco mais de quem é. Quem tiver a oportunidade e não tiver "medo" (o incômodo de quem se importa mais com a vida alheia), vá a um show de Angela Ro Ro. Ela é escancarada e, geralmente, fala das porradas que levou e leva da vida. E tudo mais o que vier à cabeça. Mas, da forma dela, ensina muita coisa em cima do palco.

Trocadilhando... Aos fracos de alma, sem paz e sem calma (que no fundo, somos todos), ajuda a ver que só nos resta viver.

domingo, 10 de abril de 2011

I´m still standing

Eu não vejo American Idol...
Na verdade, confesso que já tentei acompanhar, mas sem chegar ao final (já vi o programa final de alguma das edições, mas não todas as apresentações).
No começo, até quis ver para saber mais do formato. Gosto muito de música e o que me atraía era ver, dentro daquele tom de espetáculo, a descoberta do talento...
Com o tempo, cansei. E fui fazer coisa melhor, ouvir outras músicas...

Não gosto de julgamentos, nem de entrar no discurso anti-mercado para cultura e arte.
Primeiro, porque no fundo, hoje em dia, não se pode lutar contra o mercado, contra o que é comercial, contra o ganhar dinheiro... Você tem que jogar o jogo. Se quiser lutar contra, terá que encontrar uma forma dentro do jogo. Porque ficar de fora não será solução para o fim do jogo.
Segundo, porque quando se fica fora do jogo, não se consegue nada a não ser um velho tom de despeito.
Terceiro, porque ficar só no discurso é cansativo...

Mas o certo é que a Arte (ou o que pretende ser) está sim muito maçante.
Como tudo no mundo.
Tudo tem que ter um tom espetacular...
Tudo tem que inovar... Sendo, no fundo, repetido. Apenas repaginado.
E realmente não há mais criatividade... Só cópia e uma tentativa de garantir o lucro final.
Não é a toa que existe "a fórmula".

O American Idol é um simbolo disso tudo...


O que é um ídolo?
Eu tenho muita dificuldade em idolatrar alguém. Tenho profundo respeito e admiração por alguns artistas, mas ídolo... Não sei se tenho.
E não sou chato... Realmente me empolgo quando descubro algo novo que me toque.
Divulgo, faço campanha, ouço, vou ao show... Mas não chega a ser idolatria.

Fato é que gosto é relativo.
E nem sempre o artista perfeito é o que merece os holofotes, um destaque. Muitas vezes, o carisma e a criatividade falam mais alto que o talento. Não sendo, necessariamente, um desmérito.

Mas o que vemos no programa americano (que tem cópia piorada pelos demais países)?
Uma tentativa eterna de lançar esteótipos e enquadrar artistas neles.
Uma tentativa eterna de pegar boas vozes e desprezar suas individualidades.

Estava zapeando dia desses e caí justamente naquele dia em que a maior parte dos bons cantores já foram escolhidos e que os grandes selecionados serão contemplados.
Nesse momento de apresentação, não tem como... Sempre simpatizamos mais por alguém.
Nem sempre pela história de vida, pela trajetória musical ou qualquer recurso que o programa use para tocar o espectador... É apenas gosto musical.

Não sei se foi apenas a experiência pessoal...
Mas eu escolhi a artista que mais pareceu uma artista. A que menos me deixou entediado. Que não era apenas mais um modelo, embora a gente possa apontar várias que se pareçam com ela.
Mas achei nela uma mistura de várias... Formando algo diferente.
OBS: Ela também foi moldada, é claro. Mas dá pra ver que se impôs mais e foi além do molde.

Não consegui acompanhar o programa depois desse dia...
Mas fiquei feliz por ela ter sido selecionada, mesmo que na repescagem. E, de lá pra cá, me lembrei de procurá-la no Youtube, para ver as novas apresentações...

Hoje, descobri que ela foi eliminada.
Há algum tempo, eu acho...
Mas o que me deixou triste não foi ela não ter "vencido o American Idol"... Porque vencer é relativo. Se ela tiver oportunidades e pulso pra seguir, ela pode ser mais que símbolo de uma idolatria vazia da América. O que me deixou triste foi ver vida na apresentação dela e um tom de mesmice nos demais...

Não sei se a que segue foi a apresentação que a eliminou...
Mas foi a última dela que consegui encontrar.



Não acho que ela seja a "estrela".
Não acho que tenha se apresentado melhor ou tenha tido a maior afinação (tem uma apresentação dela que dá pra ver uma potência de voz e uma afinação muito maior - http://www.youtube.com/watch?v=UW01xZPs-lw).

Mas, ao menos pelo meu gosto, ela melhorou a música original de Elton John. Ela mostrou interpretação... Mostrou a forma como vê a música.
E, sinceramente, eu pagaria pra ir ao show dela, ao contrário da maioria que passou por ali nos últimos anos (incluindo alguns dos jurados).

O que eu quero com esses post?
Apenas dizer...
"Gosto não se discute... Se lamenta".
E que eu lamento que as pessoas continuem tendo gosto apenas pelo mesmo, pelo óbvio, pelo molde e por uma pretensa perfeição.
Sem desmerecer o que vem "da mídia"... Porque generalizar é burrice de qualquer lado. Mas sabendo que tem que existir um equilíbrio e uma busca pela sobrevivência... E que é preferível escolher onde há sinal de individualidade, vida e oxigênio.

Até a próxima sonoridade, de Naíma ou de quem mais ousar... Continuamos de pé!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Tudo novo...

Mais uma vez, sem muito saber o que poderá acontecer amanhã...
Certeza nenhuma.
Mas certo de que possibilidades estão pela vida.
E acho que, por enquanto, isso já basta.



Tudo Novo de Novo
Paulinho Moska
Composição : Moska

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

sexta-feira, 4 de março de 2011

Esquenta...

A quem for de samba e avenida, o samba e a avenida.
A quem for de bloco, os blocos.
A quem for de axés e frevos, os axés e frevos.
A quem for de viagens, as viagens.
...A quem for de descanso, o descanso.

Bom Carnaval.
A paz da pomba e a harmonia da águia!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tive pensando...



Tive pensando esses dias...

Como a Patrícia Amorim conseguiu convencer a CBF (lê-se Ricardo Teixeira) a reconhecer o título do Flamengo em uma reunião?

Por que torcemos mais contra o time alheio quando o nosso precisa mais da nossa torcida?

Se o Ronaldo tem hipotireoidismo e os sintomas são aumento de peso, desânimo, cansaço e sonolência, eu sofro do mesmo mal?... E o Dorival Caymmi, sofreu do mesmo problema?

Se todo mundo sabe que os bicheiros patrocinam as escolas de samba e o Jogo do Bicho é proibido, por que a Receita e a Polícia Federal nunca fizeram a Operação Carnaval?

Por que só lembramos da nossa escola de samba uma vez por ano?

Por que farão um Rock In Rio com sambistas, cantores de Axé, Pop e Hip Hop?

Por que continua se chamando Rock In Rio, se já não toca tanto rock?

Por que continua se chamando Rock In Rio, se já não é tanto no Rio?

Por que eu gostei mais de atrações do palco secundário do que do palco principal?

Quem será o convidado de Marcelo Camelo no último dia? (Mallu Magalhães não vale... Mallu Magalhães não é atração, é distração ou distorção).

Se o Roberto Carlos fechasse contrato com o Rock In Rio (afinal, Jovem Guarda é muito mais rock do que a Cláudia Leite), a Globo teria direito de exibir, cortar e destruir todos os shows em sua programação?

Se o Silvio Santos vendeu o Pan Americano, perdeu a Hebe, perdeu o Gugu, perdeu até o Pica-pau, por que não vende o SBT de uma vez? (Seria por que ele ainda não perdeu o Chaves?...)

Por que todos os jornais regionais estão ficando sensacionalistas?

Por que todos os programas da Rede TV! têm cara de "videotape"?

E quem escolheu esse nome redundante e com exclamação?

Se o Canal Viva só passa reprise, por que não se chama Canal Reviva?

Por que o (Re)Viva só escolhe produtos que tenham o Fagundes, as Regina/Gabriela Duarte ou o Marcelo Novaes?

Quem inventou que uma senhora sentada numa poltrona, fazendo gestos antes tidos como "obscenos" e querendo dar outro significado (preço!), seria uma boa pra vender promoções de supermercado?

Será que essa senhora vai se transformar na nova versão do 'garoto Casas Bahia'?

Se o Grande Otelo morreu há quase 20 anos, por que as Óticas do Povo insistem em um bordão que só tinha graça com ele?

Se o Grande Otelo é uma pessoa, por que não existe o Grande Elenco? (não pensei isso essa semana, mas juro que pensava quando era pequeno...)

Se o Wilson Grey é o ator que mais fez filmes no Brasil, por que a maioria das pessoas não sabe quem ele é?

Se tivéssemos enviado "O ano em que meus pais..." para o Oscar, ele teria tido melhor repercussão que O Filho do Brasil? Dois pais valeriam menos que um filho?

Se o Tropa de Elite não concorreu ao Oscar, como o Brasil fará a Academia escolher uma sequência?

Por que escolheram a Deborah Secco pra fazer a Bruna Surfistinha, se ela não tem nada de surfistinha (digo no sentido 'mignon gostosinha da perna roliça', porque no sentido do mar a outra também não tem nada)?

A Bruna Surfistinha pode ser considerada uma mulher honesta, já que ela preferiu assumir ser prostituta ao invés de conseguir dinheiro pelos mesmos meios e sem levar a fama?

Por que fariam um filme de uma suposta outra versão da história de Bruna Surfistinha?

Por que fariam um filme de uma suposta outra versão da história de Bruna Surfistinha com a mesma como coadjuvante?

Por que veríamos o filme sobre a Bruna Surfistinha, se já podemos ver o filme com a Bruna Surfistinha?

Por que procuramos um lugar ao Sol, se é na sombra que queremos realmente ficar?

Se existe morte após a vida, e existe vida após a morte, por que continuamos nos preocupando com o ovo e a galinha?

Jamanta comprou 200 gramas de heroína que pretende revender com um lucro de 20% graças ao “batismo” com pó de giz. Qual é a quantidade de giz que ele terá que colocar?...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vesti Azul

Um dia estávamos no trabalho e ouvíamos na MPB FM o show ao vivo do Tributo a Simonal, quando a nobre colega a minha frente, sociável e positiva, perguntou:
- Que diabo* é isso? Música de criança?
(* Eu sei... Ninguém mais usa esse termo... Mas uso diabo, porque a palavra usada na hora certamente foi mais chula)

"Mamãe passou açúcar nimim..."
"Papapapapa... Papapapapa..."
E outras onomatopeias e simulações instrumentais...
Ela não estava gostando do som, mas eu não me importava, pois já estou habituado (tanto com as músicas do Simonal, quanto com o fato da metaleira não gostar do som).

Eis que Max de Castro e Simoninha, os mestres de cerimônia, puxam uma música que faz minha colega fechar novamente a cara. Como sou uma pessoa altruísta e gentil, fiz o que minha personalidade solidária pediu... Com um sorriso aberto no rosto, comecei a cantar a música em alto volume e me embalar na cadeira, para que o ambiente de trabalho se elevasse. Um olhar de puro ódio veio em minha direção, como agradecimento.

Quem me conhece, sabe que essa relação é de sincera amizade.
Faço parte de um seleto grupo de amigos - com comunicação interna e reuniões um tanto irregulares - do qual fazem parte 11 nobres senhores com uma qualidade em comum: a escrotidão.
No melhor sentido que essa palavra pode ter...
Para honrar minha cadeira nesta instituição, sei que preciso exercitar diariamente minha característica mais expressiva.

O meu lado escroto revela-se na provocação e no deboche.
E quem me conhece sabe que, quanto mais intimidade, mais deboche virá.
Por isso, começar a cantar a música que desagrada o outro tem apenas dois objetivos: mostrar que, ao contrário da outra pessoa, eu gosto da música e, claro, descontrair... Nada melhor para descontrair do que fazer o inverso do que a pessoa espera. A irritabilidade intencional, quando compreendida, sempre transforma a cara amarrada em riso e traz aquela frase que um lodo quer ouvir: 'Você é muito escroto!'

Corta. Volta para narrativa...

Neste dia, saí do trabalho com a música na cabeça.
Poucos dias se passaram, até chegar mais um de meus dias rabugentos e pessimistas. Estava buscando um alento, prevendo mais um dia de trabalho árduo... Precisava transformar aquele dia. E a música voltou a tocar.



Joguei esse vídeo no Facebook e como pessoa totalmente influenciável e iludida, vesti azul. Minha sorte certamente iria mudar...

Cheguei no trabalho e, durante o dia, tudo aconteceu.
Umas três pessoas faltaram, trabalho acumulando, muitos pedidos.
E muita piada depois que contei o porquê da camisa azul.
"Minha sorte então mudou..." Pra pior.

Mas no dia em que minha sorte mudou pra pior, consegui encarar tudo com bom humor. Para isto, aquele azul serviu.
Não segui o dia maldizendo o azar... Apenas aceitei e ri.
Talvez tudo já estivesse programado e o azul melhorou a minha forma de encarar o dia.

Por que somos tão influenciados por superstições?
Por que achamos que nossa vida dependerá dessa ou daquela coisa?
Na verdade, não sei...

Só sei que, depois deste dia, não posso mais usar aquela camisa...
Uma camisa pólo com um azul vivo, indisfarçável.
Sempre tem alguém para me lembrar que minha sorte está para mudar.
E é batata.
Lembram da camisa, a coisa toda aperta e a sorte muda...

Da próxima vez, visto marrom.
Ou conheço antes o tal "brotinho" de olho azul, pra coisa toda fazer mais sentido.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Rio

Os puritanos podem chegar e dizer que samba em inglês não presta...
Podem dizer que não precisávamos disso pra ver nossa cultura crescer.
Blah, blah, blah.

Temos muitos argumentos pra defender a cultura brasileira.
Mas digam o que disser, é muito bom ver um pouco de cor e samba em produções internacionais. Ver o Brasil no mundo... E reconhecer ali um ou outro traço de brasilidade, mesmo que intencional ou ignorantemente esteriotipado.

No caso deste filme, digam o que quiserem... Eu não vejo a hora da estreia.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Epifania da Lua

Como ser humano, vivo a dúvida.
Como ser humano, busco sonho e presságio.
Mais que a esperança... Busco certeza.

Peço a Deus por um pouco de força e coragem.
Vivo um momento de seguir o meu caminho.
E já tomei a decisão de seguir para outro lado da estrada...
Mas será que dessa vez haverá outro muro?
Será que haverá chão até o fim?
E o medo?
Piedade ao careta. Piedade ao covarde. Senhor, piedade. Já dizia o poeta...
E depois de muito tempo de ansiedade e indecisões, consigo um dia de paz.

Chego em casa e ligo o computador.
Estou cansado. Procuro refúgio.
Estou seguindo para mais uma noite igual.
Eis que - mais uma vez - mergulhado em preocupações, me vejo no escuro.
Desta vez, um escuro real.
Escuro sem tecnologia e modernidade.
Escuro sem refúgios artificiais.
Escuro sem conotações.

Procuro então a mobilidade. A bateria. O fone de ouvido.
E música para o tempo que passará arrastado.
Deito na cama e imagino que o melhor é deixar o som trazer o sono.
A brisa é leve e não leva o calor.
O sono custa a chegar... E não é o suor que o mantém distante.
A culpa é da luz.

Mas a luz foi embora...
O prédio na frente compartilha as trevas.
O quarteirão inteiro está apagado.
Que luminosidade é essa que invade o quarto?

Chego na sala, também iluminada.
Da varanda, vejo pela primeira vez.
A noite já está no meio, mas não havia percebido que ela estava lá.
Branca como sempre.
Cheia e fabulosa.

Sento no chão e começo a encará-la. Estou só.
Já que não me deixará dormir, o melhor a fazer é contar com a companhia dela.
No ouvido, apenas o som da música. A vizinhança está calma.
E parece que, assim como eu, ela também precisa da minha companhia.

Piedade à inspiradora. Piedade à romântica.
Piedade àquela que antes dançava, e hoje foi esquecida.
Pois os amantes não têm mais tempo de notá-la.
Os poetas não buscam mais a criação da sua luz.
E os solitários não se refugiam em sua companhia.
Ficarei com ela.

Reflito sobre o presente e as aspirações.
Sobre o caminho.
Lembro do meu clamor por força.
E uma música começa a tocar...



"Pois o sol de um novo dia vai brilhar
E essa luz vai refletir na nossa estrada
Clareando de uma vez a caminhada
Que nos levará direto ao apogeu..."

Não é a luz do Sol, mas a luz está ali.
As lágrimas não tardam a chegar.
"Não era isso que você queria ouvir?"

A menina branca continua me olhando.
Começo a me sentir culpado.
Afinal, foi por mim que a luz faltou...
Um quarteirão inteiro às escuras, só pra que eu me encontrasse com ela.

Músicas calmas embalam nosso encontro.
Quando uma mais agitada começa a tocar, imagino festa no céu.
Eis ali mais que criação.
E a Mãe Natureza faz-se presente em outra canção.
Que começa a tocar...
(E eu, que nunca tinha parado pra entender, percebo que a letra também quer se encaixar)



"I wanna turn the whole thing upside down
I'll find the things they say just can't be found
I'll share this love I find with everyone
We'll sing and dance to Mother Nature's songs
I don't want this feeling to go away
"

Eu não quero ir embora.
E você permaneça onde está...
Pois o momento é único para nós dois.
Ela responde que sim. E fica mais luminosa.
Vaidosa de voltar a inspirar alguém.

As músicas seguem.
Os pensamentos seguem.
A noite segue.
Horas se passam...

Começo a pensar...
E se ela for ciumenta?
E se ela não quiser que as coisas dêem certo, porque quer mais momentos como esse?
Não, minha querida. Não peça por isso.
Você tem todo o universo.
Milhões de olhares aqui embaixo, que embora esquecidos, poderão voltar a te perceber.
Torça por mim. Que eu, na minha simplicidade e pequenez, consiga realizar alguns sonhos.
Prometo que lembrarei de você.
O seu brilho será a luz da minha vitória.

A reflexão segue.
Percebo que o prédio da frente não deixará que eu a veja por muito tempo.
Ela parece dizer a mesma coisa.
Está chegando a hora da despedida.

Celebremos este momento.
Façamos dele um pouco maior.
Vamos dançar em pensamento.
Nós e todos que presenciam esse momento.
Estejam onde estiver...
E não é que outra música toca pra que a festa se faça presente?



"Sexy Kung Fu Fighter
Let me take you higher"

Ela sabe que não luto Kung Fu.
Mas guerreiros estão aí... Na vida.
E hoje, foi ela que me levou mais alto.

Ah, não. Lá está indo ela...
Neste final, nuvens começam a encobri-la.
Até então, ela mostrou-se inteira.
Agora, começa a se esconder.
Talvez não queira que eu a veja triste...
Menos luminosa.
Adeus, garota.
E obrigado por clarear minha vida quando eu mais precisava.
Obrigado a Ele e a todos aí em cima, que participaram desse encontro.

E ela desaparece por trás do prédio...

Levanto-me.
Vou a cozinha e bebo um copo d´água.
Vou ao banheiro. Escovo os dentes...
E sigo para a cama.

Continuo ouvindo a música, agora sem muito significado.
O sono começa a chegar.
Vou apagar... Minha luminosidade também se foi.
Mas antes de adormecer, um último suspiro.
Um último som.
O boa noite.
Antes de me desligar do mundo...
Ela se faz presente com o beijo final.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Uma verdade inconveniente

No meu atual trabalho, é oferecida aos funcionários, de vez em quando, a oportunidade de assistir a um filme durante um dia de trabalho. Para que os funcionários não percam duas horas de trabalho, ou uma hora de almoço e outra de trabalho, o filme é quebrado em duas partes, sendo exibidas em dois dias. Três filmes são sugeridos para votação.

Ainda não vou entrar no mérito deste tipo de ação dentro da empresa...
O que quero é falar do filme.
Desta vez, a disputa pela exibição ficou entre três documentários sobre as consequências do aquecimento global... E o vencedor foi 'Uma verdade inconveniente'.

O documentário, vencedor do Oscar 2007 e dirigido por Davis Guggenheim, é baseado nas palestras de Al Gore pelos EUA e pelo mundo, abordando a interferência nociva do homem no meio-ambiente e os efeitos dessa intervenção.

Não foi o filme que eu escolhi, mas fui assistir assim mesmo.
Ontem, vi a primeira parte... Hoje, verei a segunda.
E mesmo antes de ver o final, já quero escrever sobre ele.

Esse não é mais um assunto inédito. Não é uma informação nova. Estamos acostumados a ver e ouvir falar do aquecimento global e já encaramos como um problema real. Mas a questão está justamente aí... Não é informação nova e estamos acostumados.

O filme é extremamente didático, porque a palestra de Al Gore é didática. E acredito que, ao mesmo tempo que pra uns pareça 'chato', é exatamente este didatismo que causa comoção. Porque o filme não deixa de mostrar a tragédia climática pelo prático, por imagens reais dos efeitos, mas comprova para os muito acadêmicos que não se trata de brincadeira ou "viagem de hippie".

O filme e a palestra em si são explicitamente direcionados ao povo e às autoridades americanas. Embora mostre os efeitos mundiais, fica claro que o filme quer tocar o americano. Quer mexer com a maior potência mundial, lembrando que existem males e preocupações maiores que o terrorismo e que o mundo precisa de ações imediatas.

Propositalmente, o filme mostra imagens antigas de políticos considerando a causa ambientalista uma besteira. Lembrei que, no Brasil, também foi assim... O Partido Verde, que - a meu ver - ganha cada vez mais razão de existir, sempre foi considerado o partido dos doidões. A imagem era confundida com os macrobióticos, naturalistas, vegetarianos, maconheiros ou mais diretamente com a do Gabeira. E nunca foi levado muito a sério...

Ontem, vivi mais um momento de reflexão profunda durante o filme.
E, curiosamente, o incômodo maior veio com a sessão em si.
Agora sim, voltando à atividade, não precisa dizer que o momento do cinema é sinônimo na empresa de trocar trabalho por lazer. São duas sessões diárias, que acontecem no horário do almoço de cada turno, dividindo os funcionários. Eu trabalho na parte da tarde/noite e, por isso, o meu horário é o mais vazio. Mas como eles sempre oferecem um lanchinho, muita gente entra e sai do auditório para comer.

É engraçado como as coisas ficam claras...
Foi vendo aquele entra e sai de pessoas que tive a real noção do filme de Al Gore. E da missão difícil que ele tomou pra si.

A maioria das pessoas se assusta com as imagens dos slides, com os dados dos slides, mas fazer com que elas deixem suas vidas de lado, seus desejos, anseios, sonhos, além de sua vontade de matar trabalho ou comer biscoito e beber suco de graça, ao ponto de se engajar na causa, é quase impossível.

O filme mexeu comigo de uma forma bem pessimista.
Por mais que vejamos solidariedade em tragédias como a da região serrana do Rio, sei que a ação é pautada mais pelo sentido de não se sentir desumano do que por uma preocupação real. Ou, se é preocupação, é mais pela proporção da tragédia. Mas estamos acostumados com o deixar rolar... Com o "não posso fazer muita coisa". E vamos nos deixando levar. Daqui a algum tempo, se pedras rolarem em outro canto do Brasil, com um número de vítimas menor, vamos ver menos gente se mexendo pra ajudar. Afinal, a tragédia não é tão grande assim.

Outro dos pontos altos do filme é mostrar o crescimento da população nos últimos 50 anos. A Terra não estava esperando por isso... Não temos como sustentar tanta gente. Nessse momento pensei mais uma vez em toda política pública ausente nos quatro cantos do mundo. Toda falta de controle. No Homem querendo crescer, expandir, descobrir, explorar, criar e, principalmente, procriar, sem controlar seus atos. A nossa liberdade e o nosso direito de fazer o que quiser indo muito além da liberdade do alheio, do que está em volta. A nossa. O meu. O Eu.

Um dia, ouvimos dizer que o ser humano é o vírus da Terra. Porque destrói e cresce exponencialmente. Hoje, temos certeza disso. O mundo está doente pelo descaso e o egoísmo do ser humano. Como toda ação gera uma reação, temos agora a forma como a Natureza encontrou (e é explicada no filme) para se curar desse mal. Ao ver tantos sinais e ver tanta gente ignorando esses sinais, só um sentimento pode existir: que se dane o Homem. Venha Sol, pode queimar. Venha chuva, pode afogar. Venha mar, pode inundar. Venha neve, pode congelar. Venha vento, pode destruir. E quem não for afetado, que continue comendo de graça, negando a informação, achando exagero, até a próxima estação.

O último que se salvar, apague a luz, por favor.
Afinal, energia é caro e a conta é alta no fim do mês.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O indubitável

Não sei fazer poesia...
Sempre que tento, soa pueril.
Soa óbvio.

Não sei rimar...
Nem mesmo pra letras de música.
Soa forçado.

Sei que a autocrítica é destrutiva.
Mas quando não há vocação
Não há dúvida.

Não sei conotar...
Nem mesmo no dia-a-dia
Tudo é noite

Não sei fazer poesia...
E isso é triste, aleija
O meu jeito agoniado

Pois a poesia existe nos outros
Mas eu existo, e não sei expressar
Não há dúvida.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

No dia em que eu virei um NET

No dia em que eu virei um NET, eu ainda era bem novo... Não conhecia a maioria das pessoas que conheço hoje.
No dia em que eu virei um NET, eu gostei de saber que poderia ver uma programação maior...
No dia em que eu virei um NET, eu não sabia que não teria tempo de ver metade do que gostaria de ver...
No dia em que eu virei um NET, eu não sabia que não me interessaria pela maior parte da programação...
No dia em que eu virei um NET, eu não sabia que o sinal ia cair e eu ficaria irritado ao telefone, esperando atendimento.
No dia em que eu virei um NET, eu não sabia que eles agendavam pra vir consertar ou instalar pontos... E que teria que esperar quase um mês, se não houvesse ninguém em casa na hora que eles podiam.

Mas eu vi filmes sem ter que pagar 18 reais no cinema, vi várias séries - antes de aprender a baixá-las, vi o cinema brasileiro de diversas épocas, vi programas de humor diferentes, vi o Pablo no Futura, o Ary na MTV, vi programas antigos no Viva.
No dia... No dia... Em que eu virei um NET.

Ainda vou colocar no balança o custo X benefício...
Vou pensar se valeu a pena acompanhar desde o início.
Se vou pagar menos ou mais pelo serviço da concorrência
Se continuo no telefone, trabalhando a paciência
Se uso só o computador para ver a programação
Ou se assumo que já passou da hora de fazer televisão.

No dia... No dia... Em que eu virei um NET.

OBS: Segue video encontrado no Youtube...
Muito bom. Mais criativo que o meu texto, sem dúvida.
(Pô, cara... Mas o meu foi só reflexão.)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Assim como eu...

Um dia, verei o sonho no palco?

Verei o imaginado na lata?

Verei o escrito em algum zapear?

Sigo no rumo das estrelas...

E o trajeto marcado em meu coração de papelão vai ficar.

Que o elo com outros sonhadores se faça presente, constante e realizador.

Que faça um futuro promissor...

Que anos coloridos mostrem que há luz para o lutador.

Luz que ilumine o caminho de todos que virão...

Para minha concubina, para filhos, netos e quem sabe um cão...

Que a festa se faça presente na vida de quem me cercar

Pois quem dança um conto, inventa o ponto aonde quer chegar.

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Que a esperança não dê importância aos tortuosos caminhos do destino.

Esse destino, que faz com que desistamos de sonhos e, como diria o Rico, de pessoas...

Rico (filosofa) – E por mais que peçamos por proximidade, chega esse sujeito chamado destino, esse sujeito que construímos e acaba nos comandando, e nos oferece um isolamento. Um isolamento disfarçado, cheio de pessoas... Todas passageiras. Laços cada vez mais fáceis de arrebentar. “A nossa solidão é a do planeta, é quase a mesma, eu sei. Atenda o telefone, ouça meu disco ou saia pra jantar, eu sei...”

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Doar ou não doar? Eis a questão...

2011 começou e eu realmente não tive tempo de escrever...
Ou paciência.
Ou assunto.

Hoje fui doar sangue e consegui uma folga no trabalho.
Tinha coisas pra fazer em casa, mas como me senti meio fraco, deixei rolar... E descansei.
Resolvi escrever sobre a doação. O maior assunto de 2011, até então.
Serei sincero... Apesar de toda vontade de ajudar, de me doar, nunca havia doado sangue.
Tentei uma outra vez, mas fui embarreirado na triagem por causa de uma gripe.
Depois disso, a mesma falta de tempo. E depois veio a Finasterida. E o tempo passou... E não doei.

Por outro lado, acho que sempre tive receio...
Medo do meu sangue não "ser bom". De ter algum problema, alguma restrição, alguma doença.
Já tive morte na família por problemas sanguíneos.
Sempre bateu a neura mesmo.

Hoje eu fui...
Depois de mais de um mês sem tomar o remédio, interrompendo o tratamento para a queda do cabelo, deixei meu sangue no saquinho. Tá lá! Com ou sem problemas, tá lá.

Achei, de início, que minha decisão estava sendo egoísta, já que não doei para as vítimas da chuva. Doei para minha avó, que passou por uma cirurgia essa semana.
Mas depois passei a considerar que o egoísmo não foi tão grande...
Além de vencer a neura, minha mãe havia dito que a doação não seria mais tão necessária, visto que minha avó não precisou tanto. Podia ter desistido... Aí sim bateu o lado 'bom pastor': "Não é porque ela não precisou que outros não vão precisar".

Tive uma discussão essa semana sobre o tema.
Passando por essa questão do 'egoísmo de cada um'...
E, em meio a brincadeiras, surgiu o "doar também não pode ser feito para aparecer".

Como estou sempre levantando a questão, soou como indireta.
E, passada a revolta, fiquei pensando sobre isso...
Será que o fato de querer acordar as pessoas pode realmente parecer isso?
Depois, veio a resposta de sempre... Dane-se (pra não dizer outra coisa).
Porque no fundo, se ficamos preocupados com a interpretação alheia, não fazemos nada.
E veio outra pergunta...
Será que quem estamos tentando convencer não vai passar a fazer para aparecer?
Voltou a resposta de sempre... Dane-se (pra não dizer outra coisa).
Porque cada um sabe de si... E os motivos de cada um não me dizem respeito. A consciência ou a falta dela não devem superar a importância do gesto.

Sei (ao menos, espero) que muitos questionamentos estão surgindo em todo o Brasil.
E como sempre surge algo bom de algo muito ruim, mesmo que não se justifique as mortes, pensemos na tragédia como um começo. Que o lado solidário de cada um não desapareça com a próxima manchete.

Deixo um exemplo de como ajudar: http://borogoblogs.blogspot.com/
E não deixo os locais de doações, porque estes são muitos e estão em todos os lugares.
Basta querer doar e procurar.