segunda-feira, 18 de julho de 2011

Politicamente correto...

A questão de ordem é o politicamente correto.
Seios e nus na TV aberta não são mais tão aceitos... (Aparece, mas com ressalvas).
Crianças não cantam mais o atirei o pau no gato, porque é incitação à violência.
E o que mais se questiona com todos os casos analisados nos dias de hoje é se isso tudo é realmente necessário.

Eu digo...
Não sou violento, não cometo crimes...
Nunca matei um gato, um cachorro ou outro animal maior. Ao menos, não diretamente. (vacas, porcos, galinhas e peixes morrem por minha causa - mas essa consideração eu só coloco para agradar e evitar mais comentários dos vegans e vegetarianos de "plantão").
Animais menores, alguns. Mas não os mato se não for por necessidade. Se uma formiga não estiver em cima da minha comida, se um mosquito não estiver me mordendo, se uma barata não estiver entocada e não insistir em me perseguir, não tenho porquê matá-los... E não o faço.

Não sou adepto da caça.
Não sou adepto da violência doméstica.
Não sou de brigar...
Não sou pervertido.
(Não aparentemente...)

Enfim...
Passei por uma infância repleta de imagens sexualizadas e menções à violência e à crueldade humana, mas nem por isso fiquei traumatizado ou fui influenciado.
E sei que a maioria das pessoas da geração também não.
Se há perversão e agressividade excessiva em parte dessa geração, a culpa não está nas músicas, nas histórias infantis, nos programas de TV, nos livros, nos quadrinhos ou nos filmes.

Não estou aqui levantando bandeira para uma liberação geral, para o bundalelê.
Acredito que cada pai tem o direito de criar o seu filho como quiser...
Só não sou adepto da proteção excessiva e da alienação.
A vida está aí...
E se essas crianças não conhecem as coisas da vida com naturalidade, o problema pode ser maior ali na frente.
E mais...
Se essas crianças não aprendem com naturalidade dentro de casa, vão naturalmente aprender fora dela... Sabe-se lá como.

Em todo caso, nada do que eu digo é novo também.
Esse texto todo é para postar duas músicas do passado.
Duas músicas que seriam proibidas nos dias de hoje...
Duas pérolas que foram feitas na época certa, caso contrário não teriam direito de existir.

A primeira, eu nem sei como foi liberada.
Mesmo nos anos 80.
Como a violência era muito explícita em "O cravo brigou com a rosa..." (para as feministas, a música diz que ela ficou despedaçada, mas pelo sentido, a violência física mesmo foi contra ele) Martinho da Vila deu o seu tom de malandro de Vila Isabel a uma versão bem original.
Foi de um extremo ao outro. Pra quê brigar, cravo e rosa?
O engraçado é que, depois dos versos da cantiga popular, ele fala exatamente do lado lúdico da infância.
A música fez parte do disco do "Clube da Criança", que trazia uma foto da Xuxa com um short bem curto.



A segunda, eu já coloquei no Facebook com comentários afins.
Trata-se de Vinícius de Moraes para crianças.
Essa é especial para os vegetarianos e vegans.
Se fosse hoje, a música deveria falar do colesterol, da pressão, da gordura...
E viria com alertas importantes que diriam... Não mate o porquinho, ele é nosso amigo e já sofre que é uma beleza. Lembre-se do rostinho do Babe antes de comer uma pizza de calabresa.



OBS: Com a tia Vaca do lado, vestido de anjinho pro céu voarei... Isso é sensacional.

Um comentário:

Anna Cecilia disse...

Não pude ver os vídeos, mas adorei o texto...

Não ia te lembrar que milhares de animais morrem por sua causa só para vc comer, mas adorei que tenha lembrado isso no texto...

Tb acho que uma música ou um jogo não é capaz de gerar violência nas pessoas, mas tb acredito que crianças devem ter o máximo de bons exemplos porque estão em processo de formação de caráter...

Pô tava com saudade de ler seus posts...