quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O fim...

Dia de finados.

Que palavra...
Dia daqueles que chegaram ao fim?

Tem quem acredite no contrário. No recomeço.
Tem quem aproveite o tempo para fazer tudo antes do fim.
Tem quem se prepare pro dia do fim.

O fato é que o fim só é fim pra quem fica...
Tem o que fique na lembrança.
Mas não deixa de ser o fim.

Nesse dia, temos a necessidade de aproveitar pra lembrar deles, já que não precisamos correr e que é o dia deles.
Lembrar que eles não continuaram.
Lembrar que eles poderiam estar do nosso lado... Ou mesmo afastados, mas andando por aí.
Lembrar que ainda haveria esperança de reencontro.

Sempre que penso no fim, bate melancolia.
Bate a necessidade de uma palavra de consolo.
Daquelas mais piegas, mas que confortam.
E sempre lembro de uma "mensagem" que diz:
"Então, por que chorar
Por coisas que um dia terão de se acabar?
Mais vale a alegria
De quem souber porque cantar..."

Não é descaso com quem chegou ao fim.
Mas é sim saber que o fim é inevitável.
E, depois do sofrimento de ver que o fim de alguém chegou, lembrar que um dia ele também cantou.

No mais...
Uma música que tem outro sentido, mas que pode ser adaptada pra quem parte dessa forma! Também um tanto piegas, mas que me faz hoje lembrar de cada um.

O adeus do meu pai, do meu avô, da minha bisavó, da Tia Maria e de outros parentes.
O adeus do André Salles, da Eliane, do Márcio, do Paulinho, da Letícia, do Tio Assuero, da "tia" Sônia, dos pais da Clarissa, do irmão da JuliOli, da mãe da Graziella e de outros amigos, amigos de parentes e parentes de amigos.
O adeus das personalidades que conhecemos pela arte, pela política, pelos atos, ou pela mídia e que acabam por fazer parte um pouco da nossa vida. Ou, ao menos, da nossa memória.
O adeus dos que não conhecemos, mas nos sensibilizamos com as mortes, trágicas ou não.

O adeus de quem foi...
Porque somos um pouco o pedaço que fica no canto da casa.



OBS: Sem esquecer do adeus da Jade, do Galileu e todos os animais que também se foram. (Lembrei deles depois, porque finados a gente sempre remete apenas a humanos).

Um comentário:

Anna Cecilia disse...

Belo texto! Que bom que voltou a postar.
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Esses dias vi o filme Rock Brasília e a mãe de Renato Russo falou que ela sempre imagina que o filho está no Rio. Achei aquilo tão surreal... Fiquei surpresa com isso. Não estou a julgando. Longe de mim! Cada um tem direito de lidar com a morte da forma que lhe for conveniente, mas eu juro que não sabia que tinha gente que lidava assim por anos... No início tb fiz isso com meu pai( ou com a minha avó - não me lembro bem), mas foi só na primeira semana. É estranho pensar em como cada um lida com o fim dos outros e principalmente com seu próprio fim...