segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Antes que o mundo acabe

Antes que o mundo acabe revi Antes que o mundo acabe.
E foi aí que me dei conta de que no dia 21 de dezembro muita coisa pode acontecer...

O último dia não precisa ser o fim da existência de todas as coisas.
Mas o fim da existência de coisas que podem fazer diferença para o mundo.
Diferenças que tornam o mundo um lugar diferente.

O fim do mundo pode ser nada mais do que o fim de um mundo diferente e o começo de um mundo igual... Onde semelhantes se tornam cada vez mais semelhantes.
No dia 21, pode acabar a última coisa intocada do mundo.
O último canto não explorado.
O último ponto sem rede de comunicação.
O último lugar com pessoas sem acesso a algodão, sapato ou pasta dental.
O último lugar sem pessoas.

E aí restaremos nós, em todos os lugares.
Nós, que somos diferentes uns dos outros, mas que no fundo vivemos uma vida igual.
Ou, embora encaremos o mundo de formas diferentes, vivemos em um mundo igual.

Estaremos lá para contar as velhas histórias.
Que serão diferentes das velhas histórias que ouvimos quando tudo para nós era novo.
Porque aquelas ainda eram contadas em um mundo onde poderia existir uma pessoa ou um canto do mundo intocados.
Nossas histórias serão velhas histórias de pessoas de um mundo onde tudo era diferente, contadas num mundo onde todo mundo é igual.

E o que veremos a partir de agora é mais e mais pessoas tentando ser diferentes.
Pessoas que usam turbantes sem pertecer a uma cultura que realmente use turbante. Que usam apenas pela ancestralidade. E que, no fundo, estão seguindo a moda dos que usam turbante por uma ancestralidade.
Pessoas que se sentem importantes por renegar tudo que é dito civilizado... E que não se dão conta de que o renegar já é ser tocado pelo mundo civilizado.
Pessoas que se transformam para serem diferentes e, no final, não percebem que são exatamente iguais a dezenas, centenas, milhares de outras pessoas que se transformam para serem diferentes. Às vezes, iguais às pessoas das quais querem se diferenciar.

E é nesse novo mundo que vamos seguir... Onde todo diferente luta por igualdade, mas no fundo sente falta de ser diferente. Um mundo em busca de identidade. Talvez, perdida em um mundo passado. Um mundo que acabou.

Pensando bem... Talvez o mundo já tenha acabado.
E a gente não tenha se dado conta.

Um comentário:

Dany Braga disse...

Uau... Dessa vez a filosofia e a poesia se encontraram em um único e lindo texto. Que orgulho desse meu irmão!