terça-feira, 10 de maio de 2011

Vivendo o passado


Outro dia revi no Canal Viva, depois de muitos anos, o Viva o Gordo.
Lembrava de alguns personagens...
As reprises exibidas em Videos Shows e Youtubes ajudaram a não esquecer.

Lembrei da minha época de colégio.
- Sim, tenho uma idade avançada e cheguei a ver o Viva o Gordo já na época do colégio (muito pequeno, quase no maternal, mas via...)
Lembro que era o último programa de segunda-feira... Eu assistia e ia dormir.

Minha memória, pra variar, viajou...
E lembrei de outros momentos da época de colégio.
Uns bons, outros nem tanto...
- Acordar cedo para as aulas de inglês;
- Acordar cedo para as aulas de natação;
- Acordar cedo para ir pra casa da minha avó e ficar vendo TV até a hora do colégio;
- Férias escolares na vila, no clube, nos plays;
- os dias de sol e suco no lanche das 10 da manhã;
- o dia de chuva que fui para a natação e uma onda me engoliu no meio da rua (Eu lá, míope como uma porta e molhado da cabeça aos pés, e a motorista do carro que formou a onda pára pra oferecer um lenço de papel... "Para secar o óculos...")
- Festas nas casas dos colegas;
- Festas de aniversário ou de fim de ano na vila da minha avó (lembro mais da expectativa que das festas em si).

Pensando em qualquer época do passado, constato que sinto saudade de lugares...
A vila com árvores, plantas e canteiros, cheiro de terra e chuva.
A casa da avó com sala de TV aos fundos, sala de costura com mesão para os deveres de casa e gosto de guaraná Antárctica na cozinha.
A casa da tia com TV e vitrola ligadas no armário de livros, cozinha cheia e a família distribuída pelos cômodos em dia de festa.
A casa dos amigos com músicas brasileiras pelos quartos, TV Educativa e brinquedos diferentes nas estantes.
A escola primária com teatro, alfabeto e trave sem rede pra se pendurar.
O colégio com as expulsões das aulas de música, brincadeiras coletivas no pátio e cheiro de álcool nas provas.
O Princesão e suas escadas, pátio e quadros negros com "tablado".
A igreja do bairro com muros pra conversar, vozes em deslocamento e espaços para vivência e conflitos.
A igreja do bairro vizinho, com jovens em deslocamento, atividades pastorais e conversa pelas escadas de cimento, nas tardes de domingo ou nas primeiras horas dos encontrões.
A faculdade com encontros na "piscina", perspectivas em laboratórios e corredores e atividades culturais.
O trabalho, com balcões, vitrines, sofás, mesas de escritório, baias, câmeras, projetores e computadores.
Os karaokês das terças-feiras na Far Up.
Gordon, Tivoli Park, Drive in, Cine Ópera, Resumo da Ópera, Maxim´s, Kemp´s, Calamares, Ballroom...
E outros lugares que não existem mais.
Mas que ficam.

Há quem diga que não se vive de passado.
Há quem diga que vivemos o presente, mas somos feitos de passado.
Há quem diga que o passado ainda está acontecendo.
Depende do ponto de vista.

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